Coleção pessoal de Jossana_Rocha
Às vezes o amor é um vazio, quieto, guardado, velado. Nem todo amor tem que ser entregue ao destinatário, e não é culpa do outro não querer vivenciá-lo. No entanto, para ser eterno e revelado, é preciso que ambos o queiram, que o sintam, que o abracem. Alguns amores passarão por sua vida, e não poderás fazer nada, só intensamente desejá-lo, suas mãos atadas e no peito, saudade. É amor inesperado, incontrolável, chega e toma os nossos sentidos. Não há nada a ser feito, só unilateralmente senti-lo… O estranho desse sentimento, que não é alimentado, é o fato de não nos provocar dor, só causar um vazio, uma falta… Tu só precisas ficar quieto, inerte, sem cobranças e nem expectativas, por dias, meses, anos, talvez. Até que por desencanto, passe.
Tão importante quanto o amor-próprio, é o respeitar-se a si mesmo. No fundo, sabemos, que sempre existe uma voz interior que nos diz exatamente o que ela quer que façamos naquele dia. Em uns ela nos instiga a sair, viver, interagir. Em outros momentos tudo que precisamos é de um pouco de solitude. Ouvir essa voz é fundamental para um dia de paz. Tem dias que simplesmente não sabemos o porquê de estarmos aqui, tendo a estranha sensação que não pertencemos a nada, mesmo em meio a outros, nos sentimos sós. Em outros acordamos distribuindo abraços, porque o simples fato de estarmos aqui, é o suficiente para sermos gratos. Na verdade, nunca estamos sozinhos, essa “bipolaridade” é própria do ser humano. Quando finalmente entendemos isso não nos cobramos tanto! Aprender e entender tudo isso é uma parte difícil do processo. Compreender que devemos nos cuidar e autoconhecer para estarmos bem em qualquer um desses dias.
O amor é feito para ser eterno, porém, sem que queiramos… Quando menos esperamos, o perdemos… Não se pode segurar um amor que quer partir. Sempre são claros os sinais, deixemo-lo ir. Percebemos que amamos sozinhos, quando o encantamento é nosso apenas. Quando não vemos brilho em um olhar, que já nem é mais correspondido. Os sorrisos compartilhados não acabam em doce ou caliente beijo. Os planos ecoam vazios, porque o outro não lhe passa confiança. Seus esforços unilaterais, lhe cansam, pois, sozinho ninguém vive um amor. O amor é dinâmico e energizante, se lhe paralisa, se lhe estagna, se lhe angustia, já acabou. Muitos passam anos, vidas, convivendo com um pseudo amor. Que lhe tira os sonhos, e esvazia suas vidas. É triste e intensa a dor de perder o “amor da sua vida”,
e infelizmente, só nos resta o recomeçar de uma nova história… Porque lutamos com bravura até as nossas forças esgotarem… Só deixamos ir, quando percebemos que a muito já nem era mais amor…
Tudo o que realmente queremos, é um ambiente de paz dentro da alma.
Uma sensação de sossego, aonde os medos fiquem guardados quietos, sem incomodar.
Tudo que nos tire dessa calmaria, nos constrange e desequilibra.
Por vezes, aparentamos sermos fortes, decididos, donos de si. O nosso verdadeiro eu nos alerta, que se ultrapassarmos as nossas próprias limitações, não seremos, mas nós mesmos ali.
Até as pessoas mais aventureiras, buscam paz em suas proezas.
Os intrépidos, a buscam no satisfazer de seus anseios.
Os introvertidos, recolhem-se ao abrigo de seus próprios pensamentos.
Infelizmente nem todos a encontram, mas o importante é entender que isso é viver, uma eterna busca por nós mesmos.
Minha reflexão é uma queixa, uma queixa a mim, por essa auto-estima, (ou pela falta dela). Por nunca ter realmente me amado, me visto, admirado.
Por acordar todos os dias sem enamorar-me de mim, sem esforçar-me por manter erguidos meus ombros ao andar.
Eu nunca me amei, por isso hoje entendo a minha surdez diante do meu coração que gritava, (e ainda grita).
Se olhe, se admire, cresça, evolua, se encante com o seu próprio sorriso, entenda mulher, você é bela, especial...
Gritos de um coração desesperado, tentando libertar-me de mim, dos meus traumas, da minha falta de amor próprio, de um eterno sabotar de minhas qualidades.
Hoje busco como um objetivo perceber-me flôr, em meio a um caos interior, enxergar-me bela, como uma constante batalha que preciso travar e sair plena dela, inteira, renovada e poderosa, para não mais queixar-me de mim. E sim, amar-me.
A minha melhor versão é livre, mas só aprenderá a voar, quando aprender a amar. Precisa olhar para os lados, sentir o que o outro sente. O meu melhor desempenho, eu não tive naquele dia em que brilhei, mas foram nos momentos em que dei tudo de mim, ainda que o meu tudo não fosse nada para o outro. O meu melhor sorriso foi aquele que tentou fazer alguém sorrir. Os meus mais preciosos passos sempre serão em direção ao aflito, por vezes só para estar ao lado, calado, respeitando a sua dor. Quanto às minhas palavras(ou até discursos), precisam ir de encontro à mente, à angústia de alguém, em forma de encorajamento. Às vezes é difícil sermos o que podemos ser de melhor, ressignificando a vida com atitudes reais, nos despindo do nosso ego, que coloca uma “venda” em nossos olhos. Pois, os nossos olhos tendem a ver o nosso reflexo no do outro, e não a profundidade de quem está tentando nos passar algo através do olhar. Sou o pior dos seres quando me percebo grande, pois, nunca evoluiremos o bastante a ponto de alcançar essa grandiosidade. A minha melhor versão é cheia de “boas intenções”, mas ainda não aprendeu a amar.
La fora que nos deparamos com as nossas vontades.
Na “caverna” é sombrio, há medo e frio.
Respirar o ar de fora é libertador, amadurecer nossas “(in)verdades”.
Às vezes “lá dentro”, nos prendemos por algo que há muito tempo já não é nem mais nosso.
Enquanto a vida chama, lá fora, por novas conquistas, sonhos, e batalhas para serem travadas, e quem sabe até vencidas.
Sei que não é fácil sair “de dentro”, pois, cada um tem seu tempo de recompor-se, e o de parecer que permanecer ali, quieto, imerso em pensamentos, será melhor, pois, traz uma falsa sensação de paz. Amigo(a), eu já estive lá, e, no fundo, eu sabia que precisava sair quanto antes. Enquanto ainda restassem sonhos dentro de mim.
Acabei de sair da “caverna” das minhas dores, ainda não sei nem ao certo para aonde ir, porém, só a possibilidade de sentir algo, que nem ao menos percebo o que é, já é libertador…
Porque o sentir é tudo! É quando saímos da prisão de nossos medos, frustrações e derrotas e finalmente conseguimos entrar de nós mesmo, para viver o que ainda está lá, latente.
Cabem a nós, somente, o empenho e a capacidade de reconhecermos nossas próprias necessidades, fraquezas, defeitos e qualidades. É na nossa capacidade de resiliência que entendemos acerca da importância de buscarmos a compreensão e o aprendizado que teremos em cada etapa de nossas vidas. A priore, somos seres mutáveis, nos acomodando às circunstâncias por medo, por proteção, pois, sabemos que é impossível sair ilesos nos processos de metamorfose que a vida às vezes nos obriga a passar. Trata-se da “dor insuportável da mudança”, poucos se submetem a ela, por não terem coragem de enfrentá-la, ficando presos às suas “celas particulares”. Por outro lado, é libertador ver suas próprias asas nascendo, isso confunde-nos e nos faz pensar qual “Ícaro”, que temos total liberdade para voarmos próximo ao sol. Triste ilusão, pois, somos seres frágeis, incapazes de quase tudo, principalmente de alcançarmos por nós mesmos, a nossa própria felicidade. Falsa liberdade, é aquela sem Deus, causa-nos a “dor da queimadura do sol” e a triste sensação que nossos próprios insanos ímpetos nos causam. Não fujamos da metamorfose, ela é sim libertadora, porém, reconheçamos nossos limites, até onde podemos ir, e a partir de onde, devemos simplesmente descansar e nos deixar ser levados pelos braços do pai.
Seio que não posso curá-lo, sei que não tenho como salvá-lo, nem ao menos entregar-te tudo que guardei para ti. Não me deixas nem sequer tentar, não me permites aproximar-me. Amo-te à distância, simplesmente não consigo achar o caminho de volta, e “desamá-lo”. Tenho uma forte necessidade de cuidar-te, em silêncio, sem incomodá-lo, apenas dar-te o meu colo, meus afagos, o meu amor. Vou seguindo os teus sinais, para senti-lo, cometendo severos erros, só para estar por perto. Meu amor, sim, não tenho dúvidas do que sinto, abra seus olhos para mim, venha em minha direção para que eu te abrace. Perdoe-me os destemperos(sei que não foram poucos), para caminhar comigo, como amantes e amigos, para finalmente sermos um… deixe-me entrar…
Toda poeta tem um cemitério particular, dos poemas compostos, vividos (ou não), desvalidos, arquivados, esquecidos. Quando vividos, eram alegres, lidos, compartilhados, admirados, entregues, para então serem guardados… Certas poesias têm amor, desamor, dor(sua causa mortis). Começam com um encanto, para morrer num desencanto. Ao contrário de qualquer outro fim, a poesia é teimosa, inquieta, sagaz. Ao mínimo sinal de chuva e luz, desperta-se das profundezas de seu estado, e renasce ainda mais bela e florida, para ser entregue a novos amores, novas vidas. Assim, a imortal poesia teima em eternizar-se, ate que haja um último ser capaz de amar, ou os dois últimos seres da Terra. Só assim, como não houver nenhum coração para habitar, dar-se-á por satisfeita e findará, eternamente morrerá.
Um viva ao amor! Mesmo com todas as suas perdas, exageros, dores e prejuízos. Um viva ao amor! Pelos encontros, sorrisos, entrega. Pelo que se dá e pelo que se recebe da pessoa amada. Sim, um viva ao amor! Pelo que acabou, porém, tivemos a chance de vivê-lo. Mesmo com todas as tristezas, foi bem melhor do que nunca tê-lo. Um viva ao amor! Pelo, pelo cuidado e aconchegante, pelo abraço, sorrisos, e pôr-do-sol compartilhado. Sorte de quem teve ou tem um amor! Pior do que qualquer coisa, seria passar por essa vida sem nunca ter sido amado! Então, um viva a ti, nobre e desejado amor!
Nada devo ao amor, pois sou inteira, entrega. Nada devo ao amor, pois sempre presente, fui leal, sincera. Nada devo nada a ti amor, pois saio ilesa dos teus testes e provas. Realmente sei o seu valor, amor, sou tua mensageira, embaixadora e devota. Apenas queixo-me da falta de ti, que causas em mim.
Hoje declarei-me a você, mas, de uma forma leve e descontraída, com o simples intuito de arrancar-lhe um sorriso. Espero que o meu objetivo tenha sido alcançado, pois, nunca saberei, pelo fato de teres visualizado, e praticamente ignorado. Senti inicialmente um contentamento em ter exposto em forma de versos, que é a forma na qual mais gosto de expressar-me. Seguido pelo terrível vazio que o seu silêncio causou-me. E, por fim, lembrei-me que não serei nem a primeira e nem a última a ter um amor não correspondido. E segui em paz.
Quando tudo isso passar, o abraço precisará de toda a intensidade que cabem dentro de todas as nossas saudades. Será bom que tenhamos aprendido a importância de ter e reconhecer um expressivo e sincero olhar. Quando tudo isso passar, que os sobreviventes valorizem a vida dos que se foram, vivendo de forma mais consciente, com mais humanidade. Sim, quando tudo isso passar, que realmente mudemos para sermos o que sempre deveríamos ter sido, seres humanos.
Triste quando você sente que o seu corpo inteiro chama por ele. Todos os seus sentidos o querem, sentindo saudades do que nunca tiveram. A minha visão desesperada que quer tê-lo cara-a cara, ela sabe o prazer e a emoção que terá ao contemplá-lo pela primeira vez, certamente o meu corpo inteiro estremecerá e terei aquele friozinho na barriga que só amor entende. Os meus ouvidos cobram-me a sua voz, de bem de pertinho, o mais perto que puder ser. As minhas mãos têm nelas todas as carícias para ele guardadas e uma vontade enorme de sentir a sua pele, acariciar a sua nuca, dentre muitos outros detalhes. Tenho nos meus lábios um indescritível desejo de beijá-lo, ou melhor “devorá-lo” rsrs. Pode parecer loucura sentir tanto por alguém que nem conheço pessoalmente e nem sequer tive a mínima esperança de tê-lo, porém, o amor não tem tempo, não tem muito explicação, basta que lhe toquem profundamente o coração. É para ser sentido, com todos eles, os cinco sentidos. Então só lamentos então, triste coração.
Tenho por mim, que algumas situações são necessárias de acontecerem na nossa vida, como perdas, frustrações, recomeços (quantos forem necessários) e encontros “mágicos” (ainda que seja só para você), que nos fazem entender tantas coisas, amadurecer dez anos numa semana. Eu, por vez, encontrei um anjo, quando mais precisei de atenção, carinho, apoio. Quando a minha vida esvaziou-se de todo sentido que tinha até então, mostrou-me de forma meiga e gentil, sem pedir nada em troca, a buscar dentro de mim e em Deus, as respostas que eu precisava para seguir em frente. Sim, anjos existem, o meu, tinha realmente cabelos encaracolados e o sorriso mais lindo que já pude ver. Um brilho e uma coerência fascinante. O meu anjo fascinou-me até com as suas dores, pois apesar de não pedir a minha ajuda, sozinha descobri o quanto sangrava o seu interior e fiquei verdadeiramente angustiada em não me permitir ajudá-lo. Pois, desejei tanto e ardentemente ser seu ombro, o seu colo, ser o seu presente de Deus para a vida(até cheguei a pedir isso ao Pai), ser aquela que lhe proporcionaria tanta alegria e entrega, revivendo a sua alma e a sua fé no amor. Mesmo não tendo a mínima chance para isso, guardei com todo cuidado, todo esse sentimento que em mim ele despertou. Então contentei-me com tudo que recebi, que não foi pouca coisa e segui em frente, mais determinada a lutar por tudo que realmente importa. Hoje, um dia após um momento em que tinha achado que tinha desistido do amor, caí finalmente em mim e descobri o real sentido desse nobre sentimento. Abrirei mão de mim e de todos os meus desejos, para simplesmente sentir, muitas outras dores que não sejam as minhas. Desejo ardentemente abrir mão do meu ego e repensar a vida. Crescer na minha humanidade. Sem dúvidas, encontros mágicos acontecem, ainda que sejam unilaterais.E o que lhe desejo, anjo, sem dúvidas, é que tenhas a sua vida restaurada pelo Pai e incontáveis alegrias, dada por Ele. Não sabes, mas vou amá-lo por toda vida! Obrigada por tudo e sejas feliz, meu lindo.
Sou todos os ventos. Em alguns dias, brisa, outros, tempestade, hoje, por exemplo, amanheci calmaria. E com tudo de bom que esse calmo dia me traz, não me envergonho dos outros dias. Aqueles em que fui brisa, levada pelo vento, tropeçando nas pedras, tão absorta na paisagem que as vezes saia sem muito perceber da linha delicada da boa estrada, perdendo-me distraidamente na caminhada. Vivi também incontáveis dias de tempestade, as quais, uma certa dor que sinto, tenta bloqueá-los da minha memória, porém em vão tornou-se esquecê-los, talvez até desnecessário. Preciso também dessas lembranças, desses dias, eles fazem-me valorizar a calmaria. Tenho tanta força vinda desses incontáveis dias, todos os ventos que fui, o que sou e o que não sei o que serei amanhã. E não envergonho das mudanças e absorvendo como terra em tempos de seca todos os aprendizados que ganho. Não se envergonhe dos seus ventos, dos seus dias, porque todo o mundo já foi um dia, brisa, tempestade ou calmaria.
Lá fora há desamor, desrespeito, aqui dentro transborda intensidade e luz. Lá fora nada muda, aqui dentro se aprende, cresce-se e transforma-se. Lá fora é frio e escuro, aqui dentro é quente, claro e real. Lá fora há cegueira e insensibilidade. Aqui dentro, ah! Aqui dentro, só há espaço para o profundo, já não cabem mais lacunas, aonde a vida queima e a alma transborda.
No nosso mundo espiritual, ocorrem batalhas reais e o que fizermos com o nosso livre arbítrio definirá o vencedor, o caminho, o fim e a eternidade das nossas vidas.