Coleção pessoal de jose_carlos_fineis
Quem procura com negligência ajuda a esconder. Da mesma forma, quando o jornalista não se dispõe a apurar a notícia em todos os seus principais aspectos e desdobramentos, assume o risco de difundir informações parciais, distorcidas e até mentirosas. Notícia mal apurada, num sentido muito amplo, também é fake news.
As músicas de sucesso comercial, a programação da TV aberta aos domingos, a publicidade em geral, os programas do tipo "No limite", o conteúdo de certos portais supostamente noticiosos, entre outras formas de comunicação de massa, atestam para além de qualquer dúvida: não existe limite para a falta de criatividade humana.
Quando começo a achar que não saí do lugar nesses anos todos, me consola pensar que o Sol se desloca ao redor do centro da Via Láctea a 720 mil km por hora, 17,2 milhões de km por dia, 6,3 bilhões de km por ano. Nunca nada é a mesma coisa, nem ninguém é o mesmo. E, definitivamente, não estamos no mesmo lugar. Quando você terminar de ler este texto, terá viajado cerca de 5.400 km neste assombroso carrossel de estrelas, desde o momento em que começou a ler.
Ninguém pediu, mas vou dar um conselho mesmo assim. Quando a alma estiver de mau jeito e o coração apertado, vá até a igrejinha de Nhô João de Camargo, deixe o ego lá fora, tome um pouco de água e faça uma oração. Seja qual for o problema, alguma coisa boa vai acontecer.
Comecei no jornalismo com 16 anos, no primeiro ano do ensino médio. Era um misto de chargista, aprendiz de repórter e carregador de malas. Há quanto tempo pisei numa redação pela primeira vez? 45 anos? E ainda hoje, a cada manhã, renovo a opção que fiz na adolescência. Não consigo me imaginar em outra profissão. Acredito no jornalismo como uma ferramenta poderosa para melhorar a sociedade, ajudar as pessoas, denunciar trapaças, valorizar boas iniciativas, fortalecer a democracia. Com alegria, concluo que fiz a escolha certa. Sou grato à vida por ser jornalista.
Amar o próximo não é fácil. Se o amor não for possível, cuidemos para que haja respeito, compaixão e caridade, que são, à sua maneira, expressões de amor.
Aprendi a amar em voz alta. Verbalizar o amor. Sussurrá-lo para a pessoa amada. Gritá-lo para as estrelas e o infinito. O amor se alimenta de palavras. É grandioso demais para ser vivido em silêncio.
Pelo menos uma vez por ano, deveríamos apagar todas as luzes da cidade e sair às ruas para admirar as estrelas.
A pior saudade é aquela que sentimos do sucesso que não tivemos, dos lugares que não conhecemos, dos sonhos que não realizamos, das pessoas com quem não convivemos. Cabe a nós aceitá-la e deixar que nos deprima, ou chutá-la para longe e lembrar de todas as coisas boas e reais que marcaram nossas trajetórias de vida, apesar de nossos erros, hesitações e fracassos.
O que os outros dirão não importa. Os outros são livres para pensar e dizer o que quiserem. Não conhecem nossos motivos e por isso, geralmente, são injustos em seus julgamentos. A pergunta a ser feita sempre, diante de uma decisão difícil, é uma só:
o que minha consciência dirá?
Conforta-nos acreditar que estamos no comando, mas a verdade é que, nesta vida, mais somos levados do que levamos. Presunçosos, fazemos planos para as próximas semanas, meses e anos, mas não podemos contar sequer se nos será dado terminar o livro que começamos a ler.
Que bom seria se a sabedoria da Humanidade fosse cumulativa. Mas cada geração precisa conhecer o horror da guerra com os próprios olhos, sentir o dor do látego com a própria pele, descobrir o valor da Liberdade à custa das próprias perdas. Deveríamos aprender as coisas ruins nos livros e as boas, estas sim, vivendo-as intensamente. Porém, por mais lições que nos traga a História, em larga medida não somos mais do que aprendizes daquilo que já deveríamos saber.
Quando a vida termina? Conforme a definição médica mais aceita, é quando ocorre a morte cerebral. Já eu, embora sem qualquer comprovação científica, acredito que morremos quando deixamos de sonhar.
Seguir o coração, sim, sempre, com certeza. Mas não sem antes trocar um dedo de prosa com ela, Dona Razão.
Alguma coisa deve estar muito errada com uma sociedade em que as pessoas têm sempre tantas explicações e tão poucas dúvidas.
E então, de repente, sem rufar de tambores ou troar de trombetas, chega o dia em que somos compelidos, não por Deus, mas pela consciência, a prestar contas dos talentos que nos foram confiados. Uma estratégia é tentar se convencer de que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Mas nem sempre funciona.