Coleção pessoal de JorgeGuerraPires
Você ficou com pena de um bando de golpistas que não representam 1% do eleitorado em ficarem na chuva?
Mais de 5% da população vivem em extrema pobreza.
Não acredita?
Da uma voltinha no Rio de Janeiro, somente para abrir o apetite para a realidade.
Os móvitos golpistas podem ser grandes em massa, mas não representa a população como a urna representa: a urna representa os pobres, os trabalhadores. Se fosse uma urna, seria uma urna grávida, viesada: seria uma oligarquia misturado com um governo militar. Geralmente, são pessoas brancas, de idade mais avançada, e de poder aquisitivo. Ouvir esse pessoal seria realmente um golpe: um golpe da elite do atraso no brasil do futuro.
Durante 4 anos em engolir seco, rezei sem ser religioso. Assisti aterrorizado tudo que acontecia, fui um bom democrata.
Eu medo que sente, eu senti por quatro longos anos.
Se durante 4 anos eu tive de engolir seco, por que você não pode esperar mais 4?
Haverá nova eleição em 4 anos, chega dessa palhaçada de intervenção federal, que quer dizer militar.
Quando a massa vira justiça, isso se chama linchamento. E vimos um montão depois das eleições, e eram muitos: todos se dizem pessoas do bem, com a bandeira do Brasil nas costas. Em um caso, um grupo bolsonarista empurrava um carro pequeno para bate na árvore, usando um carro maior. Depois jogaram pedras, depois tentaram arrancar a porta do carro. Sempre com a bandeira do brasil nas costas. Esses casos incluíram crianças, e muitos estudantes.
Muitas das manifestações, parece-me, poderiam ser desarmadas de forma simples, sem muito esforço cognitivo. Como exemplo, algo que não ficou claro se foi uma piada, mas gerou barulho: Paulo Freire como ministro da educação, vamos para as ruas, não podemos permitir o comunismo no Brasil.
Ele morreu!
😂😂😂😂😂
A incapacidade de uma nação de resolver suas mazelas sociais, e aceno ao uso das armas, da força. Carinhosamente chamado de intervenção federal, um paradoxo mesmo no uso das palavras.
Em "Eichmann em Jerusalém", livro que documenta o julgamento do oficial nazista Adolph Eichmann por crimes de guerra, Hannah Arendt conta que ele e seus colegas davam um nome à linguagem de negação de responsabilidade usada por eles. Chamavam-na de Amtssprache, que se poderia traduzir livremente como “linguagem de escritório”, ou “burocratês”.
Se Lula cumprir 1% do que prometeu, estamos bem. Se Bolsonaro cumprisse 100% do que prometeu, estávamos ferrados.
Devido ao clima tenso, tive postagens bloqueadas no Twitter e YouTube. Se for para proteger a democracia, eu abro mão da minha liberdade. A sua liberdade acaba, quando começa a do outro. Democracia não é falta de regras, é concordar em regras comuns. Existem coisas que não se brinca, uma delas é democracia.
"Cientistas também estão veneráveis à fake news. Doutorado não é vacina de estupidez, como gosto de brincar."
Vamos seguir unidos, a eleição acabou. Em uma democracia, se passa o bastão, isso não está ocorrendo
Estava conversando com um amigo, e ele fala de sair do país. Isso me preocupa como nação: somente aceitamos os ventos quando sobra a nosso favor: eu aguentei Bolsonaro por 4 anos, morrendo de medo. Boicotamos qualquer esforço que seja da maioria, caso não seja nosso. Isso se chama oligarquia, e a Rússia é um exemplo do que ocorre nesse regime: uma única pessoa levou um país inteiro para guerra, gerando prejuízos para todos.
Sempre votamos no futuro, desta vez votamos no passado, escolhemos nosso cemitério preferido como nação.
O que é mais curioso: a maior parte das religiões condenam a violência e idolatrar homens. Os supostos religiosos faziam o que alguns chamam de “customização da religião”: sou religioso, mas somente sigo o que concordo, o que me interesse. Tenho o meu Jesus, que é meu, e eu digo quais são as regras.
"O desespero foi tanto que queria até mesmo intervenção militar: abrir mão das liberdades individuais para viver debaixo da borracha, do chicote do quartel. "
Desvantagem da democracia: tem um coração, a suprema corte. Imobilize a suprema corte, e o gigante fica imobilizado.
Eu gosto de pensar que uma nação honesta não elege políticos corruptos, ou seja, não temos como fugir da corrupção sem olharmos para nós mesmos, tanto nas escolhas quanto na corrupção de cada dia.
Vamos acabar com a corrupção, mas precisamos preservar o hospedeiro. Quem deve morrer é o parasita, não o hospedeiro.