Coleção pessoal de JoniBaltar
O silêncio é
a única forma
que eu tenho
de poder
comunicar
contigo. Os dias
são silenciosamente
barulhentos.
Nos dourados
outonos
as árvores
cantam as
canções das
borboletas
que voaram
no estômago
do verão.
Poema à Deriva
Sou um
poema
à deriva
nesta ondulante
planície salgada.
Abrigo-me
na copa das
tépidas estrelas
onde repouso
o meu rosto
nas ruínas
que pulsam
no meu peito.
Se o teu coração sente,
tu suspiras.
Se a tua alma sente,
tu vibras.
Conclusão: suspirar e vibrar, ensinam-te a existir.
Não quero amar-te como a Lua ama Vénus e vice-versa. Permanecem num cósmico silêncio, intocavelmente estatuados no Universo.
Quero amar-te como as flores amam a Primavera.
Quero amar-te como os poentes amam o horizonte. Quero amar-te como as canções dos rios a desaguarem nas vozes dos mares.
Quero amar-te como um poema de Amor que ama toda a poesia que existe em ti e em mim.
Continuo
a abraçar-te
mesmo quando
tu não dás por isso.
Continuo
a beijar-te
quando a tua boca
é mar e a minha boca
é um poente.
Continuo
a olhar para ti
mesmo que tu
não me vejas.
Continuo
a ser o Outono
que se desfolha
quando tu passas.
Continuo
a amanhecer
nos teus olhos
quando abres
a janela do
teu quarto.
Continuo
a viver e a morrer
como um poema
nos teus dias de chuva.
O rio desagua
no oceano
para encontrar
a sua eternidade.
Quero desaguar
nos teus braços,
meu amor,
porque é aí
que eu encontro
a minha eternidade.