Coleção pessoal de JoniBaltar
Se o teu coração sente,
tu suspiras.
Se a tua alma sente,
tu vibras.
Conclusão: suspirar e vibrar, ensinam-te a existir.
Não quero amar-te como a Lua ama Vénus e vice-versa. Permanecem num cósmico silêncio, intocavelmente estatuados no Universo.
Quero amar-te como as flores amam a Primavera.
Quero amar-te como os poentes amam o horizonte. Quero amar-te como as canções dos rios a desaguarem nas vozes dos mares.
Quero amar-te como um poema de Amor que ama toda a poesia que existe em ti e em mim.
Continuo
a abraçar-te
mesmo quando
tu não dás por isso.
Continuo
a beijar-te
quando a tua boca
é mar e a minha boca
é um poente.
Continuo
a olhar para ti
mesmo que tu
não me vejas.
Continuo
a ser o Outono
que se desfolha
quando tu passas.
Continuo
a amanhecer
nos teus olhos
quando abres
a janela do
teu quarto.
Continuo
a viver e a morrer
como um poema
nos teus dias de chuva.
O rio desagua
no oceano
para encontrar
a sua eternidade.
Quero desaguar
nos teus braços,
meu amor,
porque é aí
que eu encontro
a minha eternidade.
A expressão comum diz: o meu coração ama-te.
O poeta diz: respiro-te em cada pulsação do meu coração.
A expressão comum diz: sinto a tua falta.
O poeta diz: há saudades que matamos. Há saudades que nos matam.
A expressão comum diz: o que sinto por ti é Amor.
O poeta diz: Amor é: a minha mortalidade humana unificada à imortalidade do que sinto por ti.
A expressão comum diz: adoro fazer amor contigo.
O poeta diz: quando faço amor contigo, o meu corpo retira-se do mundo real e entra no mundo cósmico.
Já ajudei pessoas a emergir do abismo, mesmo quando eu próprio nesse momento, estava no fundo desse abismo.
Hoje sei que não vou morrer.
Vou aproveitar esta imortal certeza, para imortalmente amar-te. Vou sugar todos os indesatáveis infinitos e colocá-los no teu abraço, nesse lugar que me faz viver. Respondo a todos os indecisos outonos, com este frondoso pulsar, onde as árvores vestem a indumentária dos poentes.
E todos os dias vou morrer a amar-te.