Coleção pessoal de Joice88
O que foi ontem, o que é hoje e o que será amanhã vai depender de como você se vê nesta liturgia. A mudança é in e não ex.
Gosto de tudo que me faz lembrar o motivo das coisas que tenho ou que faço. Gosto do que me faz lembrar o – por quê? Gosto do desenvolvimento das ações, sobretudo, não do final. Não valorizo o ponto final tanto quanto valorizo as vírgulas, as aspas, cada parágrafo. Porque o final é resultado do meio e depende fundamentalmente dele. É no meio que as dúvidas são postas e as certezas evidenciadas. O ponto final simboliza o fim de algo; a conclusão, mas o meio? Ah... Este é imprescindível para que se chegue ao fim. O início é importante, mas ele é apenas referência de que algo começou, mas quem garante a qualidade do seu desenvolvimento? O meio possibilita a visibilidade da certeza dos questionamentos feitos no final. Entretanto, quem é sábio no desenvolvimento das suas ações entende que, se o meio; o desenvolvimento for devidamente sustentado, elaborado, explicitado, cada final será um ponto continuado que representará o fim desencadeando, sequencialmente, um novo começo.
Ao passo que somos matéria viva, somos matéria morta. E tudo ocorre numa velocidade incontrolável. Não existe o botão 'pause'. Não existe um espaço de tempo suficiente ao pensar, ao refletir, tampouco, o - voltar atrás. Na medida em que se encontra em determinado estado de corpo e mente, não há escapatória. Fixo momento. O espaço/tempo inexiste. É o ir e o já estar-se indo ao infinito desconhecido que tanto se recusa conhecer. A morte. Acabou. Já foi. Um segundo repartido entre o - está-se vivo e o encontrar-se morto. Um segundo repartido ao ultimo suspiro (o de socorro?), ou ao ultimo suspiro, onde não se dará tempo para repartir. Acabou. Já foi. No chão, o corpo, a matéria morta. Em volta, e por toda volta, matéria viva dos que ficaram. Matérias vivas, porém destroçadas. Suspiros incontrolados, lágrimas que rolam em faces inconformadas. Olhos que gritam transmitindo aflição; angustia. Corpos trêmulos. Mentes desnorteadas. Corações que pulsam sufocados. O choro, o grito, a lamentação, a fragilidade física e mental, a melancolia, o inconformismo, etc., compõem sentimentos que circulam sob os que ficam e que se recusam dar o Adeus.
Quando uma mãe fala e o filho não ouve, em algum momento, acredite, Deus vai arrumar uma forma de jogar isso na cara dele.
Alô? (Silêncio) Podia ouvir a respiração do outro lado da linha, era a dele. Quem é? (Indagou) Suspirou do outro lado. Ar de angustia. Era ele. (Pensou novamente). Estava ferido, e o orgulho não lhe permitira dizer uma palavra. Tum tum tum.
Um dia todos irão me entender. Vou escrever um livro contando a minha história, e farei com que todos saibam quem fui, como fui e porque fui. Todos irão me entender. Um dia.
Todo poeta sofre de amor e ninguém compreende. Sábias palavras para destinar aos outros enquanto que para si? Um amontoado de sentimentos indefiníveis? Talvez, aos olhos de quem vê, mas cada um sabe, bem no fundo, o quanto dói, porque dói, e porque sempre irá doer. Masoquismo ou coisa parecida, - quem sabe? somos imaturos para entender.
Me aceita como sou porque não posso me inventar. Me aceita como sou, - let's go, não posso ser outra senão esta. Aquela garota da noite passada - que por acaso - ou destino? era eu, hoje já não pode ser tão completa quanto a que aparece agora. Atenta-se ao hoje e aceita porque quem fui ontem, meu caro, não serei mais. Todos os dias ao dormir, já sofri alterações; já me acrescentei em algo; cresci. (Silêncio) Escuta, - ainda que me reinvente todos os dias, continuo sendo a tua garota.
Percebe? Percebe que eu não sou só drinks e maços de cigarro? Quando você não está, eu acendo um incenso para perfumar o quarto. É assim que te espero. Os drinks e o cigarro são para comemorar a sua volta, boy.