Coleção pessoal de joanaoviedo

141 - 160 do total de 226 pensamentos na coleção de joanaoviedo

Um dia a Justiça brilhará como o sol do meio dia
Porque eu não sou o peso da tua falsa medida,
descomedida. Com a qual não te medirias.

Poeta,

Só tu és poeta, Senhor meu!
Plagio-te na tua imensidão
com que me inspira
e a que me aspiro.
Mas só tu tens o original.

Era ontem

Ainda posso vê-la!
Estava aqui agora há pouco...
Ainda ontem! Sumiu nas brumas.
Ficou na lembrança tão próxima.
Posso até estender as mãos e toca-la...
Mas transformou-se em outra matéria
que não se pode tocar com a minha.

Era ontem... Eu ainda a vi tão perto!
Mas houve uma tarde, noite, logo após.
E, anoiteceu... Amanheceu... Anoiteceu!

EU E O ARCO-ÍRIS

Vê o arco-íris?
Ele está feliz.
Possui muitas cores,
Por isso é feliz.
Olhe-me!
Vê...
Eu estou em preto e branco...
E feliz!
Não é uma antítese?
Eu amo a cor preta!
O branco é só para
realçar a cor noturna
da minha alma.

A SANIDADE DO AMOR
São poemas...
Nossas juras de amor,
feitas no silêncio pelo olhar...
São dilemas!
As páginas ternas e eternas,
marcados de um livro milenar.
São poemas!
A pena que desliza no papel,
tentando compreender a saudade
que paira no teu céu quando procuras
nas estrelas, o meu olhar.
São poemas...
Essa insanidade das noites de insônias
buscando a sanidade do amor.

PÉROLAS TELÚRICAS
Oh, pérolas!
Por que, e por quem me fez sangrar?
Oh, areia! Que construiu meu deserto
onde tive que passar, e as mais lindas pérolas
de ti transformar?
Com dores de parto, suportar...
Suportar o frio da alma desnuda
e o calor desértico de um sofrer
para um morrer e só então ressuscitar!?

O CALVÁRIO DE MARIA

Não quero olhar...
eu não vou olhar nos teus olhos agora.
Preciso me aquecer...
É frio o vento lá fora!
Aquecer a alma por não te esquecer.

Eram tão ternos os olhos...
Podia dizer-se olhos de Maria.
E em ti como sombra de algo
bem mais forte que luzia,
Encantavas o próprio espelho que fitavas.
Havia ternura... sonho...
Sua luz própria! Centelha!
Mas tudo na estrada se perdera,
e em busca na caminhada...
apenas e cada vez à frente,
só mesmo o tempo fremente...
a ternura, os sonhos e uma centelha
a iluminar-te para o calvário.

O RETRATO DA DOR
Um marasmo foi o que restou.
E o retrato da dor nos olhos arroxeados.
Tal qual um dia que não amanheceu
E em seu breu trouxe à tona
um corpo que tanto sonhou...
Sonhou com o milagre da vida
que nunca lhe dera tanto!
Alem de prantos e feridas.
E a cada dia que amanhecia
Via no céu a poesia.
E era tão linda de se ler!
Mas nem mesmo interpretar podia.
Sem tempo! Não podia!
Seu tempo era pouco
E a vida não esperaria,
E se esperando tudo Passar...
E passou. Até guardar seus sonhos
como presente que não pudera usar
naqueles olhos fechados, arroxeados.

Admiro pessoas que dizem o que pensam, mas que também ouvem e respeitam o que outros pensam, e que não fazem das diferenças de pensamentos uma luta armada de ignorância. Haja vista a Carta Magna que nos confere a liberdade de expressão e não diz que quem vence em seus argumentos é quem está correto. "Eu penso, Tu pensas, Ele pensa, Nós pensamos." Conjuguem o verbo pensar!

Os sonhos de uma nação não se alcançam pela Guerra

Eu vi uma nação inteira, com objetivos comuns,
lutando por paz, justiça, direitos e Democracia.
E depois vi a mesma nação disseminando o ódio
entre seus próprios irmãos por terem divergências
de pensamentos. Mas o que seria mesmo a Justiça,
os direitos, a Democracia?

A poeira do tempo vai nos moldando o rosto, dando-lhe formas diversas
ou adversas.

Mãe... O primeiro cobertor da minha alma. Minha primeira casa.
Habitat eterno do meu amor.

Vida fajuta

Todos os dias eram perfeitos com vc. De seu jeito
Havia café da manhã em todas as manhãs
e o café da tarde também, todos os dias.
O almoço sempre mesmo horário.
Os pratos e talheres guardados no armário, tudo organizado...
Forrados com toalhas de crochê ou pintado a mão com suas pequenas mãos...
E vc dizia: Eu já fiz o café, mas não sei se ficou bom. Talvez tenha ficado ou não, mas tudo era perfeito ao seu lado. E na calada da noite, ouvíamos estórias de papai, papos perfeitos, agora desfeito. Ninguém para para contar as estrelas do seu único céu, nem olhar o luar. E antes da noite, ao jantar, mãezinha, vc a última, sempre depois. E assim deveria ser à mesa da vida, vc a última...
Muito bem depois!
Vida fajuta!

Ostras e Pérolas

Eu sou a ostra,
meus filhos, as pérolas...
A areia que me feriu,
és tu vida, bendita!
Por me fazer sofrer
e as mais belas pérolas te devolver.

FRIO

Banhei a alma desnuda,
calada e muda,
no rio da solidão!

Quem sabe era um mar!
Onde me aconcheguei
nas ondas de ímpeto
do meu amar.
E me afoguei
ao acreditar nas tuas mãos!

TUDO ERA LINDO EM PARIS

Essa é a madrugada mais fria
e a ruas estão vazias...
Vazias de mim, de você...
Em nada se parece a primavera
dos nossos porquês, dos porquês
da vida embriagada.

Nem tudo é literal...
O carnaval se arrasta na estradas
vestidos de trapos humanos,
junto às sombras do que fomos
e que nos tornamos

Relâmpagos cortam os céus de Paris
Enquanto penso nas ruas de Scrambuer!
E outono chegou...
A flor -de- liz, solta no ar
o seu matiz, e seus pomos
vê-se em alguns jardins;
Tudo era tão lindo em Paris!

OH VIDA

O que és tu, vida?
Subida ou descida?
Decida, por favor!
Tenho o horror a altura, mas também
a agonia do porão.
Haja com coerência,
essa nossa vivência.
Que se planamos,
podemos ver o que plantamos,
mas se descemos, o que veremos?
Tu és uma estação ou estado permanente?
És ilusão ou uma vida incoerente?
Repentinamente fica a dúvida
que se esvai para cima ou para baixo,
de repente.

Nome de flor

Dália, é uma flor de tantas cores...
Dália tem também os seus olores.
Enfeitam infinitos jardins.
Dália é nome de flor,
Mas é também nome de amor.
Amor de criança irmã
Que comigo de mãos dadas cresceu.
Choramos juntas na madrugada
E até mesmo no romper do dia.
Na triste tarde calada nossas lágrimas
Juntas caíam parecendo que choveu.
Dália, nome de flor, de olhares de afã.
Dália, flor... Dália irmã!

JARDIM PARA MARIA

Foi p’ra ti o meu canto de rosas
Cada pétala em nota formou-se
E várias flores então eu colhi
E para fazer a canção desfolhei tantas rosas

Precisava um imenso jardim
Não apenas das rosas, mas também de jasmins
Pois a canção deveria expandir no infinito
Meu amor, meu querer, e meu grito.

Fiz-te então teu jardim...
Toma-o aqui de dentro de mim!

DEDICATÓRIA

Trago-te minhas mãos com flores.
São unguentos seus olores.
Pouso-te nas faces, seus perfumes!
As colhi de um jardim de primavera
Na casa branca das montanhas verdejantes.
Encontrei no muro coberto de heras
Lembrei-me dos teus olhos. Quanto lume!
Brilhou-me tantas vezes a estrada
Que nunca, nunca me fiz tão viajante.
Reguei com meu beijo, minha boca...
Ofereço-as em minhas mãos
De todo coração, com meu amor:
A tua louca!