Coleção pessoal de joanadeoviedo
LIBERDADE
Odeio que me julgues
por ter cabelos curtos
e vestir-me de preto.
Passou-se o tempo
do alento a quem deveria
minhas satisfações.
Esse é o meu quase dialético,
meu defeito patético!
Exclamações (!)
Posso escrever a poética
bebendo vinho em qualquer fonte
não interessa onde.
Posso ser a idosa
ou a menina poderosa
Assim... oferecer rosas
ou espinhos sangrentos
e até a água benta.
Não sou a princesa,
nem sou da nobreza.
quero minha alma livre...
Foi assim que nasci,
livre de impedimentos
no meu vir e partir.
Ninguém nunca soube
quem ela era exatamente.
Era imensa, era intensa,
por isso em nenhuma memória coube.
És meu verbo amar
Conjugando o verbo amar
para quando voltares
eu não esquecer de te ler
bem devagar.
Como as pessoas são fortes
quando deseja algo ardentemente!
Até mesmo persistir.
Até mesmo desistir.
Eu, olhando a vida!
E a vida olhando para mim
cada qual com suas indagações:
Quem é?
Para que veio?
Por que?
E nós nos entreolhando perplexas!
Para assistir a vida passar
basta olhar o vento
que a folha farfalha,
nas calçadas enfeitadas.
Basta olhar-se no espelho
o desenho a modificar
o rosto roto de tanto sonhar.
Entre Flor e abrolhos
És a rosa
Rosa dos meus sonhos
Mágica...
Floriu em minhas mãos
Em uma estação...
Era de noite
Abriu-se
Entre as hastes
Dos dedos
Que tocava.
Flor rara!
Mas carrega em si abrolhos
A ferir-me.
Não sei quantas noite
Eu chorei
Desde que te toquei.
SER...
Ser como as flores,
que buscam ser sem a ansiedade por ser,
e não se angustiam quando não são.
Ser, simplesmente...
Perfumadas ou não;
com espinhos ou livres...
Ser, somente ser.
RE-CONSTRUÇÃO
Não tenho medo que o tempo
apague minha memória, afinal,
ele constrói, reconstrói e destrói.
Talvez destruir, também,
seja um forma de reconstrução.
TAÇAS DA VIDA
Havia taças!
Taças da vida...
Não era um brinde
Não era vinho
Não era festa
Não era vício
Era cicuta!
Era tristeza...
Era revolta!
E tanto fazia
beber ou viver.