Coleção pessoal de joanadeoviedo

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Direito de expressão

É preciso dizer não a vida.
Muitas vezes!
E dizer não a vida
É atropela-la,
Antes que nos matem
E não dê tempo
De pronunciarmos
O nosso inquestionável
Direito de expressão.
Não! Eu quero dizer não!
Mesmo que em outro
Momento eu mude de opinião.

Às vezes eu só quero ser eu mesma!
Será que é difícil conquistar esse querer?
Temos que bater continência para o "poder"do outro, por causa disso ou daquilo. Isso não se chama liberdade.

⁠"Sou o que sou."
Ou então não serei nada.

⁠“Oh, coisa simples! Para onde foste?”

Sensível cérebro quando chegou a tal conclusão, haja vista que em “tempos modernos”, tudo que se mostra, em nada faz lembrar a simplicidade quase inocente de tempos “remotos”.
A felicidade deve estar estampada nas redes sociais e/ou nos relacionamentos, e, assim ilusória, sabendo-se falsa, causa sofrimento e dor ao ser humano de não poder atingir esse grau de satisfação, senão um espírito depressivo de não poder viver a plenitude de um real sentimento. Não há nada de errado mostrar as coisas boas e mesmo um momento de magnitude, pois o cérebro sabe reconhecer o belo, assim como reconhece o "feio" como algo doente (segundo as Neurociências), mas sejamos coerentes com o que é verdadeiro. Há razões para sermos felizes, sem cobranças, e sem ter um destinatário distante para onde “devamos” exibir algo que não temos ou somos na realidade ou na essência.

⁠Escrevo para não morrer...
De amor, de saudade.
Para não morrer de tédio.
Escrever é meu remédio
Para uma não-fatalidade.

⁠Ainda vivo a bailar à lembrança da canção
que só o seu amor me ensinou.

⁠A vida é só mesmo uma pausa
para alguns comerciais...
Talvez dois ou três. Não mais que isso.
no intervalo pode-se olhar as flores,
o por -do- sol,
o arco-íris, a estrela d'alva.
O espelho onde reflete a face de alguém
e somente esse alguém pode saber o porquê
passou por aqui.

Às vezes é difícil mesmo ouvir meias verdades,como: Te amo. Então que te vá uma verdade inteira:EU TE AMO!

⁠Jamais me sentirei completa,
antes da aurora, depois do outono
e enquanto durar tua ausência.


CAMINHOS NOS PERGAMINHOS

Estradas...
Caminhos...
Calçadas...

ou

Calçadas...
Estradas...
Caminhos...

Ou

Passadas
silenciadas
nos pergaminhos
da estrada,
nas calçadas,
nos caminhos.

⁠Amor em preto e branco

Nada melhor que amar
em preto e branco
e se der, colorir.
Se, se ama, antes,
já levando tintas prontas
pode ser que a mistura
se faça noite com seus acoites.
É melhor as duas taças de vinho
brindando o primeiro sorrir,
caso der, unam-se as vidas,
para assim não repetir os enganos.

⁠Saudade não mata,
é o antídoto
para o esquecimento.

⁠Pode ser que eu morra
Em um dia qualquer
Antes ou depois do café,
Mas esse dia será parecido
Com outro dia, por certo vivido
Em que acordarão vendo as notícias...
E dirão: É... hoje o dia amanheceu triste
Até o céu está de cinza nevoento.
Sem essa de dizer que ele, o céu
Ganhou mais uma estrela,
Você nunca poderá vê-la
(Todas estarão misturadas)
Luminosa ou escurecida, esquecida...
Em um desenho qualquer...
Talvez será lembrada apenas
Como uma história contada
Cheio de sua inglórias,
a vida não é mesmo glória.
Perdoem-me os mortais
Que ainda vivem de esperanças vãs
Tentando pincelar na tela um amanhã.
Pode ser que ele existirá, pode ser que não.
Vivendo ao esmo da criação.

⁠Onde está o povo? O nobre, o pobre. Trancafiados em seus palacios e nos casebres que hj se igualam. Portanto, não existem nobreza, nem pobreza. Mas ainda há algo que os diferenciam: onde se resguardam... E que no fim das contas tudo se resume em um teto. Pois de que vale o concreto, a arquitetura? Se nós não somos feitos desse material... Somos todos vulneráveis, bonecos plastificados... Alguns enfeitados, mas de que valem tais enfeites? Para quem iremos mostrar tais deleites? Enfim... Somos iguais, o que muda é a roupagem que ninguém mais para para olhar o desfile porque já ninguém pode andar na passarela e se exibir. De que valem os palacios? De que vale a prepotência des-humana ?


Eu amei tanto
que me des-amei.
E foi triste
me des-amar
mas foi menos doloroso
que perder aquele amor.
porque era o maior...
Não! Era o único!

Poucos são os semeadores,
mas muitos querem
se beneficiar dos frutos.
Sejamos, pois os semeadores,
independente de para quem ficarão os frutos da sementeira.

LEMBRA-TE DE MIM

⁠Lembrarei de ti, amor
em cada boca que me provocar
a dor da tua lembrança.
E na desesperança de não poder
mais tocá-la, há, meus lábios de assim sussurrar:

__Lembra tu ainda de mim!

⁠EU PROMETO

Prometo, amor...
Serei para sempre
sua sombra,
seu tormento."
Prometo ser eternamente
aquilo que te tira a paz
em seus momentos.
A versão de humano na janela
que te faz disparar o coração:
O canto do pássaro
que só vc ouve e o aprisiona:
__O pensamento

Eu prometo, amor...
Que você terá para sempre
essa dor! Sou seu presente!

⁠DIÁLOGO

(Pai) __O que você vai ser quando crescer?
(filha) __Eu vou ser cantora!

__Não! Vc vai ser médica.
__Não! Eu disse que vou ser cantora.
E assim saiu pela vida e cantou
as canções nas guaridas
e chorou as dores do mundo.
E de tudo foi um pouco.
Nesse mundo quase louco.
Só não esqueceu o seu velho
que quando se olha no espelho,
vê o reflexo passado
nos tempos de encantamento
de um diálogo inacabado.

⁠SEM LEGENDA

Eu sou a mulher do piano
que não toca
e a que fotografa
só em preto e branco.