Coleção pessoal de joanadeoviedo

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⁠O que tiver de ser já é,
Nós que ainda não
Sabemos.

⁠(Im) perfeição

Eu queria ser perfeita
Perfeita para você
Mas não deu
Você era tão imperfeito
Que não conhecia
Metade do caminho
Por onde eu passei
por você.

⁠Você tocou profundamente
Meu coração
Feito vulcão.
Aqueceu...
E depois?
Feriu. E depois ?
Queimou e deixou
O peito gelido
Lá atrás, na casinha pequenina
Onde só o nosso amor cabia.
Hj não há mais o batente coração
O vulcão? Dormiu suas lavras
Na nota da melodia, onde não mais
O coração batia...
A nota Dó e só.
Lá!

⁠Um dia o homem
Foi a lua
Era de noite
Levou flores,
Levou taças...
Contou para o mundo
Inteiro....
E a lua completamente
Nua estava minguante
Não cabia tanta gente
O homem era poeta!

⁠Ela tinha borboletas
na cabeça...
E as borboletas
Saíram voando infinito
a dentro Carregando
Um crânio colorido com asas.

⁠Triste anda a minha alma
por que conhece bem
o caminho do calvário.

⁠Que seja a vida uma eterna noite de bailar.

⁠ Cansei de ser triste.
Sou apenas a areia carregando
a ostra, à espera da pérola.

__⁠Um brinde à noite!
É preciso saber anoitecer também.

⁠BORBOLETA

Vá borboleta
voa à toa sobre teu
campo de jasmim.
Brancos!

Deixa-me aqui
a tecer Teu vôo
nos olhos...
Singrando... sangrando!

Traz-me o casulo de ti
para quando a saudade doer
eu possa dizer que deixastes
a essência aqui.

⁠Por que prometer voltar,
Se o tempo não
se compromete a esperar?

Se você sabe
o segredo da pérola,
sabe também das areias deixadas na concha!

⁠IMPERFEITA PERFEITA

De imperfeição e inglórias
tem morrido a minha alma,
Antes mesmo de um dia ter sido perfeita
já nasceu pronta e acabada
e nada mais a o que fazer
se não ser perfeita foi seu maior prazer!
Então vive, oh alma, a maior glória
das tuas inglórias!
Se já nasceu imperfeita, e porque assim
é essa tua essência, a imperfeição.

A ESTRELA QUE NÃO VI⁠

Entre a flor e a estrela
Mora o meu amor
Na centelha divina
Mesmo que num canto de dor.
Quisera esquecer-te
Se não posso ter-te
Entre o espaço e o firmamento
Entre a tempestade e o vento
Que passa e perpassa -me os poros.
Choro! Pela flor que não colhi
Pela estrela que não vi
Na noite melancólica e triste
E que mesmo triste, se acabou
Num raio iluminado de sol
Entre a flor que não te dei
E a estrela que não vi.

⁠Pensando no tempo

No seu castelo solitário
Ela se olha no velho espelho
Em volta para o porão
Intocado de luz e cor
Nada reflete sua face em rubor.
Bem queria ela amadurecer
E em poucos dias poder viver
A sombra da mulher
Que um dia desejou ser.
E balbucia algumas palavras
Sem sentido, com gosto de nada
E na madrugada os vendavais
Sacodem em sua alma
Os tempos que não voltam mais.
Bem queria ela amadurecer
bem queria ela parar o tempo
e de novo amanhecer.
Não há sentido ver o tempo passar
Não há sentido que esse tempo não ousa voltar.

⁠SÓ UMA PAUSA

A noite chegou...
Uma pausa
para os comerciais da vida
mas não para a vida.
Amanhã o sol vai voltar
e a vida tornará a sorrir
a moça da noite levará
o leite e o pão
após deitar-se na cama
no chão, no colchão.
O moço cansado
ao lar retornado
de angústia matar.
No leito, alguém
não verá os comerciais
da vida... da vida de ontem.
Ao amanhecer.
__Mas, o que é mesmo a vida?

⁠Relógio quebrado

O tempo
O relógio se desvaneceu.
Quebraram seus ponteiros,
e os numerais se desfizeram
sob sóis desconhecidos.
Agora quem contará o tempo?
Esse intervalo de vida, sem alento,
quem sabe não existirá mais...
Tudo tornou-se corrompido.
Quem contará o tempo
no tempo que se perdeu?

⁠Se um dia esqueceres de olhar o céu
As estrelas estarão nas poças da chuva
Desenhadas por tua imaginação.

Sinto-te aqui.
Onde? Não sei
Na onda do mar
Na ode do amar
Nas linhas
Nos trilhos
Na clave da canção
Sem estribilho.

⁠Somos todos narcisistas em busca do próprio ego.