Coleção pessoal de jeandp

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Todos dizem, comece pelo início, coisa óbvia, mas como se inicia algo que ainda estava em fase embrionária? Não há uma forma certa de colocar “as cartas na mesa”, foram cedo demais, foi saindo, despejando coisas, palavras sem sentidos, os dedos se entrelaçando em meio a uma mensagem e outra, até que acontecesse o golpe mortal e mais uma vez meu coração sucumbiu, derrotado, machucado... pagando pelos mesmos erros cometidos de outrora.

Olha, eu sei que tenho andado meio distraído, um pouco relapso, desleixado. Talvez tenha sido aquele dia, onde eu estive notando alguns pequenos detalhes. Sabe, realmente foram sempre pequenos detalhes, aqueles que passavam despercebidos, que ninguém além de mim notava. Era aquela forma que quando você ficava nervosa, você mexia o polegar em torno do dedo indicador, ou quando ainda fazia esse mesmo gesto e mordia o canto inferior direito do lábio, como disse, eram pequenos detalhes, como quando você não acreditava no que eu falava e erguia apenas uma sobrancelha, quase sempre era a direita, ou então, lembra aquele sorriso safado e sarcástico que você soltava quando eu lhe dizia algo que você teimava não ser real, ah sempre foram pequenos detalhes, que ninguém jamais vai reparar, mas eu reparei, e acredite, continuo reparando. Passaram se meses, anos, e você apesar de ter crescido, continua com as mesmas manias, os mesmos costumes, o mesmo sorriso, a mesma inocência, ahhh como eu suspiro vendo seu sorriso, ou como seu olho brilha a cada elogio recebido, a cada presente aberto como se fosse o último, a cada buque de rosas recebidas, você ainda é uma criança, seu espirito ainda é de criança, uma mulher que por dentro nunca deixou de ser aquela menina que eu me apaixonei e que no fundo eu sempre fui o mesmo idiota, inconsequente que você jamais deixará de amar, pode passar o tempo que passar, as pessoas que entrarem e possam entrar em nossas vidas, sabemos que nada vai mudar.

Ainda que morto por dentro estivesse, por fora me manteria vivo, era o que eu chamava de força sobrenatural. E assim enquanto próximo de você estivesse, eu sorriria, mesmo que por dentro em prantos me visse. Não era o mais certo, mas com toda certeza era o modo mais fácil e assim eu ainda sobreviveria enquanto pudesse.

E nem por isso, depois de passar por tudo isso, ela deixou de fazer planos, de criar novas expectativas, de viver novos romances. Passado todo o transtorno, a dor, ela novamente resolveu viver e com isso ela descobriu que ainda tinha amigos, que haviam pessoas que gostavam dela e que ela ainda podia sorrir, porque mesmo ela não sabendo, outros olhos a espreitavam, com cuidado, cautela melhor por se dizer, de longe e não eram apenas um par deles, eram vários. E ela dançava, ela gargalhava... e isso chamava pessoas para próximo dela... e mesmo ela tendo passado por um temporal, ela lembro que sempre deve haver uma tempestade para que novamente venha a nascer um arco-íris.

Ontem, uma amiga minha chegou e disse que estava cansada de várias coisas que estavam acontecendo na vida dela, mais que depressa pedi quais eram essas coisas, pasmem, que tudo o que ela me falara apenas ligava a mesma baboseira da grande maioria das garotas, onde os homens as fazem de chacota, que nenhum homem presta e por aí vai.
Eu, como homem e como não sou nenhum exemplo de sutileza, apenas citei o que todas as mulheres já cansaram de ouvir: vocês não são feitas de chacota, vocês automaticamente se fazem de chacotas, pois quando um cara realmente chega com algum interesse em vocês, que se preocupam em como você está ou como foi seu dia, lhe manda mensagens e lhe fazem todas as gentilezas de que vocês são merecedoras, simplesmente vocês somem, enjoam ou então arrumam uma desculpa qualquer para não vê-lo com uma frequência a qual seria natural, digo natural, porque simplesmente ele faz tudo por você, não era isso que você queria? Então qual seria o motivo para vocês reagirem assim? O simples fato de vocês sentirem a saudade de serem um pouco maltratadas, de ter alguém que pise e façam vocês sofrerem, até porque quando tudo é muito bom, enjoa fácil, não é mesmo?! Mulher nunca sabe realmente o que quer, reclamam... reclamam e nunca se contentam.
Calma, também se aplica a nós essa mesma tese, de que nós homens não damos o devido valor a vocês mulheres, quando vocês fazem tudo por nós, assim como vocês não gostam de tudo com o que dizem ser o que esperam, homens também gostam de sofrer um pouco, afinal, o que vem fácil vai fácil, não é mesmo? Por isso apenas salientei a essa minha amiga, que a mesma se acalme e que não saia sempre despejando as mesmas asneiras corriqueiras apontadas por todas vocês, afinal é tudo uma questão de hora e local, as coisas chegam sempre quando são pra chegar e ao generalizar você rotula o que você mesmo cria, homens não são todos iguais, assim como mulheres não são todas iguais, portanto quando você pedir algo que não tem, cuidado porque talvez a dose seja maior do que a pretendida, tudo deve ser balanceado, tudo que é demais faz mal, tudo que é em menor quantidade do que é esperado faz mal, nunca estamos contentes, nunca iremos ficar, cabe apenas lidarmos com as diferenças de cada um e tentar não mudar a pessoa e sim explicar pra ela onde ela está errando, não pra que ela mude, mas sim pra que ela entenda que fazendo isso ou deixando de fazer aquilo irá não só prejudicar ela, mas sim, ambos.

Era assim... ele não a conhecia, mas a olhava de longe. Ela já sabia quem ele era, mas desviava o olhar. Ele sabia que ela era intocável, inatingível e talvez por isso a desejava tanto. Ela sabia que ele era popular e havia tido provas suficientes para apenas um dia. Ele ansiava saber seu nome. Ela teimava em manter-se “invisível”. Ele era persistente. Ela era reticente. E por mais que ambos ao seu peculiar modo evitassem, de alguma forma qualquer tipo de contato mais pessoal, nenhum dos dois conseguia esconder o que realmente esperavam um do outro. Ela esperava que ele parasse de ser tão chamativo. Ele esperava que ela visse nele o que todos viam. Ela via nele o que todos viam, mas talvez ele não entendesse realmente o que ela via nele. Ele esperava que ela se mostrasse um pouco mais, assim ele não teria receio de lhe tocar o rosto. Ela tinha um rosto de boneca, daquelas produzida sob o mais fino trato. Ele tinha aquela barba por fazer e carregava sempre um sorriso sacana em seu rosto. Ela, mesmo contrária a suas pretensões, amava a forma como ele não se preocupava com o mundo a sua volta e isso a fazia sorrir de forma boba. Ele amava o fato de como ela se mantinha firme, sempre sendo detalhista em cada passo, cada suspiro. Ela tinha medo de tudo que poderia acontecer. Ele tinha medo do que poderia acontecer, se outro chegasse antes dele. Eles eram diferentes em tudo. Ela retraída. Ele extrovertido. Ela simpática com quem achava que devia ser. Ele simpático com todos os a sua volta. Mesmo com essas diferenças todas, os dois se tornavam cada vez mais próximos, apesar de nenhum deles ter conhecimento do sentimento do outro, era um amor quieto, calado, ingênuo e por que não avassalador de sua única e singela forma? Não tinha explicação! Ela pedia para suas amigas, o que deveria fazer. Ele evitava comentar seus sentimentos aos seus amigos. Ela sempre obtinha a mesma resposta: - Fica do jeito que tá e deixa-o vir que um dia ele virá. Ele não sentia vergonha do que sentia e sim medo de que chegassem ao ouvido dela e tudo se perdesse. Ela sabia que ele não era perfeito, mas isso não importava muito pra ela. Ele sabia que ela era perfeita demais pra ele, ao seu modo, e isso o deixava inquieto. Ela o amava. Ele a amava. Isso bastava, em silêncio começou só que agora o silêncio não mais bastava. Ele tomou coragem e se aproximou, pediu seu nome. Ela corou, com as mãos trêmulas, pronunciou. Ele então a convidou para um passeio no final da tarde, que ela de prontidão aceitou, então não se teve mais pontos, não teve mais “Ela” e não teve mais “Ele”. Havia agora duas pessoas, dois tipos de pessoas que não se completavam e sim agora se somavam, juntos até que nada mais precisasse ser explicado, nada mais precisasse ser dito e que se um dia acabasse que terminasse da mesma forma, em silêncio e de forma pura e ingênua.