Coleção pessoal de Izabelcarvalhodesa

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Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso...

As coisas assim a gente não perde nem abarca. Cabem é no brilho da noite. Aragem do sagrado. Absolutas estrelas.

Natureza da gente não cabe em nenhuma certeza.

Eu estou só. O gato está só. As árvores estão sós. Mas não o só da solidão: o só da solistência.

Olhar para trás após uma longa caminhada pode fazer perder a noção da distância que percorremos, mas se nos detivermos em nossa imagem, quando a iniciamos e ao término, certamente nos lembraremos o quanto nos custou chegar até o ponto final, e hoje temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas sabemos mais uns dos outros. E é por esse motivo que dizer adeus se torna complicado! Digamos então que nada se perderá. Pelo menos dentro da gente.

Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.

O mundo é mágico.
As pessoas não morrem, ficam encantadas.

Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

O mais importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando.

Saudade é ser, depois de ter.

O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem

Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?

Se você ama uma flor, não a colha. Por que se você colhê-la, ela morre e deixa de ser o que você ama. Então se você ama a flor, deixe-a estar. O amor não está na posse. O amor está na apreciação.

Escute os sons da natureza e da mesma forma escute as pessoas. Escute sem impor coisa alguma ao que você está escutando – não julgue, pois no momento em que você julga, a escuta cessa.

Deixe que o riso seja o seu templo, e você se sentirá em profundo contato com o divino.

No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a
criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele
delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer
nascimentos —
O verbo tem que pegar delírio.

No osso da fala dos loucos há lírios.

Escrever nem uma coisa
Nem outra -
A fim de dizer todas -
Ou, pelo menos, nenhumas.

Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.

Desfazer o normal há de ser uma norma.

Tem mais presença em mim, o que me falta.