Coleção pessoal de ITOPEDRAGRANDE

Olhar pela janela achando que é espelho. Todo mundo tem um pouco de Narciso.

Às ideias, muitas vezes é preferível o mofo e a poeira do que é intrínseco, do que o verniz e o polimento do que é superficial.

— Ei, amor, o gás acabou.
— Bem que suspeitei que a crise dos sete anos existia...
— Aff...

É preciso ter couro grosso ou corpo delgado para atravessar entre arames farpados.

Segurando na crina em silêncio é que se descobre o quanto o cavalgar cobrará os gritos.

"Maximizar-se encolhendo-se ou minimizar-se expandindo-se. Eis aí dois grandes segredos dos que deixaram seus nomes tatuados na pele da história."

O que não é bem o que amamos, não se constitui necessariamente em ódio. Pode ser que seja o ponto de um equilíbrio sóbrio, maduro e naturalmente indiferente. Uma neutralidade na forma com que lidamos com as coisas e pessoas, que se alicerça ao longo de nossas vidas como sentimentos mornos, turvos e realistas.

Os sonhos pinçados do fundo de nós não são sobras. São fragmentos que embora sejam tidos como impossíveis, na verdade são peças-chave que se desprendem com o tempo, sem as quais jamais poderíamos seguir adiante. Ou os pinçamos ou nos enterramos em nossas próprias ruínas.

O tão pouco sendo tão meu torna-se tanto, tão tudo e tão muito.

O que anda acontecendo com as massas? Nada, só mudaram de roupas. Ah, e o remédio para seus anseios passaram de "pão e circo" para "bolsa-família e carnaval".

"Sobre o que pensamos nas madrugadas? Dos ciscos às galaxias, tudo é relevante e igualmente necessário para chegarmos à conclusão nenhuma."

Quem entender de amor, não necessariamente entenderá de amar. Amor é teoria hermética, conceitual; enquanto amar é prática natural, instintiva.

Certeza do dia: deve-se lembrar agora, sempre prazerosamente, que se tem de esquecer as dores das incertezas do amanhã.

A internet vai devorar o mundo ou vice-versa. Um não suportará a outro.

"Há duas verdades a se dizer sobre a condição da existência humana: a primeira de esperança, que é saber dar seus pulos; e a outra de desespero, porque os pulos criam buracos e viram abismos."

"Há dias que parecem séculos, e outros, em sua maioria, que parecem segundos... Ele é um luxo ou um lixo, dependendo da necessidade."

Peso

Ela carrega o mundo,
Anda em círculos,
Não pára.

Carrega fogo,
Carrega água,
Carrega amor.

Ela luta ferida,
Sobe degraus,
Não sobe na vida.

Ela carrega o mundo,
Carrega-me,
Carrega-te.
Mãe...

"Quanto às "idas e vindas" dos movimentos literários e artísticos de modo geral: sim, o ser humano sempre teve a necessidade de acreditar em algo maior do que si para se agarrar, e não conseguiu nem nunca conseguirá viver sem isso."

Da escassez do que não foi, à abundância do que pode ser: tudo é um complexo de teimas e rezingas humanas, nomeado de sociedade.

"Árvore das palavras: a prosa sobe no pé para apanhá-las, enquanto a poesia atira pedras para derrubá-las".