Coleção pessoal de israelwest
Tive vários períodos: o transcendental, o urbano, verde amarelo e o período negro. Todos eles dentro de uma linha de pensamento cubista com mistura de um leve toque expressivo.
As minhas irmãs nunca estão de acordo com meu modo de vida e estão sempre me cobrando uma vida estável ou em família. Acho que, de preferência, rodeado de muitos filhos. Não conseguem entender que sou diferente e não é porque queira o deseje, mas simplesmente por não poder evitar de ser assim. Este é o meu jeito e assim foi constituída a minha personalidade.
. Há objetos que são únicos e intransferíveis, os quais jamais conseguimos nos separar deles e este é um destes objetos que sinto que fazem parte de mim.
Isso é uma verdade incontestável, pois tanto Henry Miller quanto Rimbaud foram dois seres incompreendidos no seu tempo e desprezados por a sociedade, mas acabaram por tornarem se imortais por aqueles que em vida nunca os compreenderam. A vida de artista é mesmo assim, nem as próprias mães chegam a entender seus próprios filhos, quanto mais à própria sociedade. Vivemos como na corda bamba e tudo o que dizemos parece absurdo. As nossas palavras ou jeito de vivermos nunca se encaixa com os padrões desta ou daquela sociedade.
Comecei a olhar as telas inertes à minha frente e um frenesi tomou conta de mim, pois há muito tempo que não as admirava. Observei-as demoradamente e sem pressa, pois cada uma delas retratava uma historia singular que tinha a magia de me transportar para outros tempos, vidas, sonhos, enfim, para o meu refugio sagrado: minha destemida imaginação. Pela primeira vez reparei que ao longo dos anos cada uma delas variava e muito de tonalidades, revelando o meu estado de espírito.
Do livro: Paginas que o tempo rasga
O sertão nordestino era como um colírio para os meus olhos, sempre pronto alimentar a minha alma. O povo humilde e sempre bem disposto, que a fim da tarde se sentavam nas esplanadas dos bares para beberem e rirem das suas vidas tão sofridas.
Sonho e nada mais faço do que sonhar, afinal como artista ou poeta eu creio que foi para isto que eu tenho nascido, para sonhar e dar continuidade aos sonhos.
Os meus olhos e mãos o que têm em comum, quando observo os de mais mortais? Nada, simplesmente nada de mais.
Esta é a pura e cruel realidade do nosso mundo. Ninguém quer fazer nada pelos os outros. Dormir e acordar, para ficar sempre em silênçio é tudo que fazemos atualmente.
Grito em meus sonhos, palavras incapazes de me fazer ir longe, porque a minha vida é apenas isto: Uma madrugada entre um dia inacabado, onde as minhas memórias se perdem talvez para sempre.
Es o resumo da minha vida em tão poucas palavras...
Já que ela tem apenas um só significado.
Que é o de nunca poder dizer fim.
Arquivo o dia como se ele fosse parte do passado, para depois fazer surgir outro sem que ele tenha terminado e anulado alguma vez os meus sonhos.
Van Gogh quantas telas vendeu? Picasso quantas humilhações teve que passar para que a sua arte fosse verdadeiramente reconhecida? E tu que ES artista, estas a desistir dos teus sonhos e do propósito que Deus te deu, para dar continuidade de embelezar o mundo com a tua arte.
Nós artista do século 21 temos esta obrigação independente do ramo ou do dom que nos foi dado por direito a nascença, para agir em conformidade do meio e do espaço que estamos inseridos.
A calamidade provocada pela inércia neste preciso momento leva-nos cada vez mais a nos afastar uns dos outros e deste modo a era que tem surgido aparece no vácuo. Quanto mais nos isolarmos uns dos outros, acabamos por perder uma grande oportunidade que é a de criar algo novo. Sabendo desde sempre que o que é novo só é possível através da união e quando se compartilha ideias ou ideais.
Lá fora as mesmas coisas...
O movimento constante de sempre,
Em um se estar em parte alguma e as vezes incerta.
Tento me abstrair e dizer para mim outras coisas
Que só o meu coração conhece e esconde, quando esta triste e tão só.