Coleção pessoal de isadoraagorski

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*ESCORPIÃO*
(de 23 de outubro a 21 de novembro)

Mulher de escorpião
Comigo não!
É Abelha Mestra
É a Viúva Negra
Só vai de vedete
Nunca de extra.
Cria o chamado conflito
de personalidades.
É mãe tirana
Mulher tirana
Irmã tirana
Filha tirana
Neta tirana
tirana tirana.
Agora, de cama diz
que é boa paca.

Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém.

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Nádegas é importantíssimo. Grave, porém, é o problema das saboneteiras. Uma mulher sem saboneteiras é como um rio sem pontes.

É no nosso encontro, cara a cara, olho a olho, que as coisas vão se definir.

(...) Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade. A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções.

Chegou o verão!

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura
e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.

Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água
da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca.

Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no
tênis.

Mas o principal ponto do verão é.... A praia!

Ah, como é bela a praia.

Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.

Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias.

Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a
prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.

O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do
sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão
chegando.

Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três
geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa,
toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de
férias.

Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados
e prontos pra enterrar a avó na areia.

E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação,
as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os
adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem.

As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho
afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do
chinelo.

Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra
fincar o cabo do guarda-sol.

É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar
em pé.

Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da
maravilha que é entrar no mar!

Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de
cerveja no fundo.

Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.

Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita
cheia de areia, vem àquela vontade de fritar na chapa.

A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o
chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha.

Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!!

Mas, claro, tudo tem seu lado bom.

E à noite o sol vai embora.

Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma
banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo.

O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa,
desde creme de barbear até desinfetante de privada.

As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia
oferece.

Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede
pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas.

O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família.

Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e
torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo
possa se encontrar no mesmo inferno tropical...

O que nos leva a escolher uma vida morna? A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.

Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha.

Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.

Os pensamentos das mulheres originam-se no abdómen e dirigem-se para cima, ao passo que os pensamentos dos homens originam-se na cabeça e dirigem-se para baixo.

Meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim.

Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, e falta de ar...

Que é que eu faço, é de noite e eu estou viva. Estar viva está me matando aos poucos, e eu estou toda alerta no escuro.

Sou cada pedaço infernal de mim.

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas...

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Vivo no quase, no nunca e no sempre. Quase, quase – e por um triz escapo.

Sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.

Ando de um lado para outro, dentro de mim. (...)
Estou bastante acostumada a estar só, mesmo junto dos outros.