Coleção pessoal de IsabelRibeiroFonseca

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Há vários lobos dentro de mim,
mas todos eles uivam para a mesma lua

SENHOR DOS CORVOS

Senhor dos corvos das letras de um louco
Que já não encontra a felicidade sentado à janela
Do seu quarto, as coisas parecem vazias sem cores
Uma névoa encobre tudo, são os olhos embaçados
Não pelo choro, mas por proteção de não achar
Tudo que está ao seu redor, tem todo o tempo
Que precisa, mas não tem mais, os sonhos que eram
Tão preciosos, ele gostaria de pedir à vida um tempo
De amor, de esperança sem condenação, mas apenas
Ouve os seus próprios suspiros dos seus lábios presos
Sem respirar profundamente, quer sentir a entrar no seu
Peito o amor de alguém que ao longe lhe despertou o
Seu sentir ofegante por um batimento de um amor
Ele é simplesmente o magnifico senhor dos corvos
Que sente que a vida, sem amor não é vida, nem para ele.
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ESCRAVO

Cravo os meus olhos
Nos teus olhos, no teu corpo
Desta tentação desatinada
Sangue que uiva através
Do meu corpo ao teu
Seios que são cerejas doces
Onde ficaste preso
Nos segredos meus, teus
Beijos dados dos teus lábios
Na textura doce da minha pele
Desejos nas pétalas das rosas
Entre as tuas folhas e o meu perfume
Desejo-te nas ondas do calor do teu corpo
Numa tarde de loucura em chamas vivas
Escravizando-te nas asas da minha imaginação.
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LOBO

Lobo meu
Alado amado
Uiva num grito
Nas minhas palavras
Que não se calam
Falam e falam
Lobo aflito sem lua
Feroz contido
Grunhido de amor
Calado despido
De amor acometido
Parido de dor
Nas luas cheias
Sem rumo, perdido
Espreme nos cantos
Da minha saudade
Evapora nos pingos
Da chuva, da vida
Lobo ferido, calado
De coração magoado
Nos sentimentos
Sem uivo é só lamentos.
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ANCORADA

A solidão é o meu mundo
Apenas quando não há lua no céu
Eu sou aquela que vive ancorada
A tua cintura no amor de um poema
Escrevo poesia com os meus lábios
No teu corpo, a fazer amor contigo
Amparada do teu belo sorriso
Beijo-te num suspiro a meia-noite
Molhado-te a tua pele num ato de loucura
Nostálgica memória, dos teus beijos
Pensamento pecaminoso entre as tuas folhas
Rompe as glórias do céu de em segredos
Noite de lua cheia, parada no tempo me encontro
Poesia feita do seu coração, da tua vida
Para ir a cada meia-noite amar-te loucamente
Como uma voz silenciosa na tua carne.
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NUNCA TE DIREI

As palavras que eu nunca te direi
Estão impressas no livro do esquecimento.
Deixei-as escritas em branco no papel de cores
Forradas com as lágrimas que já deitei fora
Com sentimentos tão puros e tão verdadeiros
Que transcendem a minha pobre alma
Num toque de uma pena na minha alva pele
Das palavras impressas que eu nunca te direi.
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Descansa meu amor
Neste meu verbo
Que por ti nasceu
E em ti será eterno.
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Senhor
Que eu saiba amar
No silêncio
Rezar no silêncio
Meditar no silêncio
Estender a mão no silêncio.
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NEVE DE PLUMAS

A minha cama é de plumas brancas
Na ardósia da serra branca de neve
O vento rasga-nos a alma lá em cima
Trememos de medo, de frio, só se ouve
O assobio do vento ou será o uivo do lobo
Perdidos nas fragas do nosso tormento
Apaga-nos o medo, a solidão, o cansaço
E as nossas noites tornam-se longas
Nas memórias que nos assaltam a mente
Rosas que se deixam morrer no jardim
Que se desfolham no vento caídas no chão
Das noites de tempestades já tão nossas.
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AFAGAR

Vens subitamente
Banhado de esperança
Levando todos os medos
Das minhas malditas trevas
Vens de mansinho
Sussurrando ao meu ouvido
Palavras doces envolventes
Vens como a brisa do mar
Afagar os meus finos cabelos
Presentear-me dos teus beijos
Vens aninhar-te no meu colo
Entre os meus braços
Conhecer todos os meus passos
Vens molhar os teus lábios
No sabor da minha boca
Para nunca a esqueceres.
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TECLADO SONHO

Procuro no mundo
Um sitio que só existe
Nos meus sonhos
Na ilusão que se perde
Dos labirintos esquecidos
Que rasgam o meu peito
Deixando-me a sangrar
Quero mergulhar em ti
Para fugir deste pesadelo
Sentir o aroma no ar
Do teu cheiro em mim
Como desejo ter-te aqui
Para perder-me no mar
Entre as suas enormes ondas
Desejo entre sonhos teclados
Com os dedos de sentimentos
Que deixas no meu corpo, de ti.
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BEIJO

Atrai-me o sol da manhã
Quando entra pela janela
Inundando o nosso quarto
De tantos prismas coloridos
Nos ecos de todas as cores
Pintadas a mão numa aquarela
Tela onde pinto que amo-te
Nos versos que eu já fiz
Para ti de várias cores
Por não suportar ver-te infeliz
E num beijo que arrepia
Que deixas no meu pescoço
Percorre sutilmente a espinha
Sem pressa todo o meu corpo
Arremesso em desejo no meu ser
Beijo dado tatuado no meu corpo
Do teu amor que me ofereces
Atrai-me os raios de sol que entram
Pelas frescas da janela do nosso quarto.
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EU SÓ QUERO

Eu só quero um pedaço da tua vida
Eu só quero um pedaço dos teus sonhos
Eu só quero a eternidade de teu olhar
Eu quero só abraçar-te contra o meu peito
Eu quero sentir os teus braços nos meus quadris
Eu quero o paraíso do teu belo e viril corpo
Eu só quero os teus insanos desejos por mim
Eu quero que a nossa cama transborde de carícias
Eu quero os teus beijos quentes na minha boca
Eu quero ser a tua cúmplice em tudo que fazemos
Eu quero a tua respiração na minha boca e pescoço
Eu quero as tuas mãos perdidas no meu corpo
Eu só quero a tua nudez como a chuva no inverno
Eu quero o nosso quarto com o fogo da paixão
Eu só quero ouvir dos teus lábios sussurrar-me
- Amo-te - " Tu és minha vida querida"
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ENQUANTO

Enquanto as folhas arderem
Enquanto espero o teu carinho
Enquanto espero a janela para te ver
Enquanto espero na ânsia de te ter
Enquanto sonho em estar contigo
Enquanto o pesadelo virar sonho
Enquanto me perco escrevo
Enquanto escrever seja como droga
Enquanto o vício não me detenha
Enquanto o calar seja um muda palavra
Enquanto o veneno seja necessário
Enquanto os fragmentos se juntem
Enquanto os recantos de ti sejam colhidos
Enquanto as margens do rio virem silencio
Enquanto o encantamento esteja na alma
Enquanto o meu coração jamais se cale
Enquanto sejam as tuas palavras como rio
Em nenhum momento eu me senti vazia, sozinha.

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ANOS

A minha alma é poesia
O meu corpo é prosa
As palavras são versos
As letras são poemas
As vírgulas são lamentos
Os pontos são lágrimas
São os anos que passam
Deixando marcas no tempo
São pedaços de muita emoção
Fazendo deles os meus poemas
Dos anos que passam por mim
Em prantos amores e lamentos.
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AMARGAS MENTIRAS

Ando descalça no caminho da vida
Onde nada me pertence nada é meu
No coração das emoções assumidas
E num labirinto que se perde na mente

Paro para ouvir-me, para ver-me ou
Para deixar-me ir na frustração dos erros
Dados meus talvez em aceitar a tristeza
A dor das amargas mentiras perdidas

Chafurdadas na merda como poeira seca
Envoltas numa bolha de tantos sentimentos
Confiança cuidada nos abraços por asas
Congeladas do tempo entre as cinzas

Mas ainda assim levanto-me nos poços
Onde cerca-me as trevas ignorada pela
Minha vontade do sentir sem os apelidos
Ardósia que fuma um cigarro, da fome

Saturada distante, solitária de seu interior
Sombras, sensação de frios em abandono
Abstrata transparência da aparência vivida
Como as luas cheias na certeza dos marés

Sem perturbar ou recusar os teus ombros
Que desaparecem como todas as lágrimas
Impedidas de voar numa pausa sinfónica
De um passado enraizado na dor poetiva.


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O VÉU

Trago comigo o véu negro
Do grito da águia já solitária
Ou de uma loba louca em ti
Solto escorro todas as ironias
Do meu corpo brado, selvagem
Onde quero amar-te com loucura
Fazendo-te feliz nesta lava quente
De desejo, onde deixei dormir as palavras
Eco pelo deserto de uma tal labareda
De todas as miragens, dunas da poeira
Que consome tudo ao seu redor
Na memória, cinzas das minhas mágoas
Lembranças dos meus loucos desejos
Que sinto quando te tenho perto
Trago comigo o véu negro da águia
Ou de uma loba que ama em liberdade
Queima a alma ou o corpo em ti.
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EXPLORADOR

Percorres as formas
Do meu corpo
Como um explorador
Cheio de desejo
E na minha boca
Fica o sabor dos
Teus lábios
Na ponta da língua
Numa sublime leitura
Da tua pele nos
Meus sentidos
Cegando-me pelo quente
Suspiro profundo
Na alma com o mel puro
Num abraço em silêncio
Com os olhos
Do coração
Nudez entre as raízes
Ondas quentes da paixão
Já sentida por nós.
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ALGUÉM

Sem saber que a erva crescia
Sem ver a sua vida a passar
Sem rima com a voz rouca
Senta-se alguém a quem o nome
Me foge, escultura em sentimento
De edificante olhar lá longe
Porque a mensagem não chegava
Nos ritmos cegos de fonemas
Perde o caminho nas consoantes
Novo no vendaval em silêncio
De métricas no seu caminho
Sílabas na linguagem corporal
Criando emoções sem nome
Quando descobre um curto
Regresso ao corpo desejado
Língua simples no escuro
No beijo dado com a elegância
Vê os seus olhos limpos novamente
Das lágrimas, saudades já sentidas
Fiel a si mesmo ao amor que sente
Esconde-o com a passagem de uma nuvem.
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CAMINHOS NA SERRA

Abro os caminhos por pedras,fragas
Marcadas pelos passos que dei
Para onde vou, eu já não sei
Talvez na verticalidade permaneça
Entre a perdição passo os muros
Que me cercam a alma, o corpo
As fragas choram por mim
Do que sou no amparo da punidade
Subo a serra elevo-me na vertical
Foge-me o coração para os olhos
Vejo a serenidade da serra, do monte branco
Cheio de neve de quieta existência
Deixo o meu sofrimento num sorriso
Senhorial casa esquecida de enroscados
Murmúrios de ruínas em cinzas
Voltei a pisar as fragas de volta a casa
É a serra que me possuí a alma
Onde deixei todos os perdidos caminhos.
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