Coleção pessoal de IsabelMoraisRibeiro

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Cala-te óh vento

Tira-me deste pesadelo

Que deixas-te nesta pobre alma.

Rasguei todos os pedacinhos de mim.
Escritos no tempo plantados em momentos.
Onde desejei tantas vezes o teu olhar, a tua boca!

FRAGAS NA SERRA


A ecos de frias fragas em mim em delírios
Mar martírio do que sou, serei ou talvez não
A escuridão cerca-me a alma constantemente
No caminho que traço, preciso tanto de luz

De fé, mas a minha mente nega-me tal desejo
Castiga-me, como um fantasma assombrado
Que já foi, morri num espectro sem orgulho
Cadáver frio moribundo do próprio destino

No amargo deste sabor que tenho, gosto a fel
Que flutua no meu palato, perturbando o sabor
De ti no esquecimento que me cerca a morte
Não almejo tal destino mas aceito por me ser

Imposto na lama de argila em foi feito o meu
Corpo, ergástulo sem esperança vida mortal
Delírios nos ecos das fragas na serra de neve
Tento caminhar com a fé que já tanto almejo.

Levanta a cabeça
Seca as tuas lágrimas
Sozinha ou não
Tu tens que seguir em frente.

MÁGICOS MOMENTOS


Os nossos momentos são mágicos

No meio do meu, do teu silêncio

Entre os lábios que dormem de ternura

No teu corpo punido pelo meu

Os risos da alma gostam de fluir no ar

Do nosso desejo sentido de amar

Toca o silêncio que chora de alegria

Suores quentes no coração, na alma

Para afogar os nossos desejos de felicidade

ÁGUAS TÉPIDAS

Nas tépidas águas onde nasce a canção
Vozes roucas de névoas em segredo
Terra seca que espera um só degredo
No sono, sonho ciprestes já impostos

Desperta aquilo que em si já se preste
Espanto castigado de mágoa endecha
Queixa de um silêncio em letras tardias
Dias, noites de tardes noturnas sem fim

Ilibado esquecido utopia do desesperado
Néscio sem porto no horto já esquecido
Desconforto desvão de ilusão na quimera
Sombra que espanta a dor que se embala

Noite espessa, espasmo que bate no vento
Aquilhado que passa, rompe o forte embate
No cravo de uma canção feitas pelas ondas
Do mar de vozes roucas, empatia assassina

Enquanto tu contas as minhas rugas
Eu só conto os meus sorrisos
Num simples gesto de ternura.

Senhor
Obrigado por seres quem és
Obrigado por estares quando preciso
Obrigado por tomares conta de mim.

Tu que moras no meu seio
Na carne rasgada do meu corpo
Feitiço do meus lábios à procura da tua boca (...)

Existe uma prosa lírica em cada sílaba, em cada palavra
Ligada ao coração como uma oração de esperança
De louvor ao amor (---)

Nunca permita que a sua vida
Adquira uma amarga aparência
Rude de afetos, infeliz miserável
De uma vida mal amada, ame..

Tu és o comandante deste navio, do meu corpo
Enquanto a lua se ausenta no verbo amar
Nós somos o santuário consagrado de Deus

SEDE ORVALHADA

Sede orvalhada com o sabor da tua boca
Fixa nos meus lábios, sabor perfumado
Da tua pele, onde brilha a minha pele em ti
Suspiros ao nosso encontro das nossas bocas
Como se de uma trovoada se tratasse lá fora
Onde os meus seios são uma colina de fogo
Os teus olhos são labaredas ardentes de paixão
Sussurras nos meus ouvidos doces palavras
É nos teus braços que gosto de estar, de amar
Agarraste-me nesta noite à minha cintura, a navegar
Tu és o comandante deste navio, do meu corpo
Enquanto a lua se ausenta no verbo amar
Nós somos o santuário consagrado de Deus
Onde os teus lábios, o teu carinho, o teu amor
Fizeram-me esquecer por horas o mundo lá fora
Quero derreter o gelo em fogo da nossa paixão
Em sentimentos que nos fazem ser um só corpo
Amanhecer com o teu sorriso, com as tuas dores.

É preciso ouvir o silêncio dentro
- Do nosso coração, aí sabe tão bem.

Somos fortes como uma árvore
- As folhas caem mas ela mantém-se firme.

Preciso de ti
Esta noite fica comigo
Não te vás embora
- Preciso
Do calor do teu corpo
Adormecer nos teus braços
Perder-me nos teus lábios
Acariciar o teu corpo
Com um toque suave do meu

Não desanime diante das dificuldades
Deus está presente em cada estação da sua vida

Chove na minha janela
Como chove na minha alma
De tanta alegria e felicidade

Amo tudo que é teu
Porque tudo de mim
Amara sempre tudo em ti
Nas tuas imperfeições
Já talvez tão perfeitas

Amar não é dar presentes ao seu filho
- É dizer, alguns nãos, muitas vezes.