Coleção pessoal de Sentimentos-Poeticos
Sermos pais é olhar os filhos
Vê-los crescer com a felicidade
Do dever cumprido
Obrigado, meus filhos, por nos dar
a honra de sermos vossos pais,
meus amores.
Sou uma flor nos teus olhos
Por ti o meu amor cresce
Cheio de belas flores
Os teus olhos são livros de amor
Velai-me Nossa Senhora
Nesta noite que começa
Deste meu cansaço sentido
Protetora dos meus silêncios
Embalando o meu sono
MEU DEUS
Abençoa-nos, Senhor
Neste mundo atormentado
Pela dor e pelo sofrimento
Pela falta de fé e esperança
Abençoa-nos para sermos melhores
Mais humanos, mais humildes
Abençoa o nosso lar, a nossa família
Toda a humanidade que precisa
Do teu amor e da tua misericórdia
Amém
AS OLIVEIRAS *
Velhas ou novas, troncos rijos
Raízes pregadas à terra lusa
As oliveiras cantam o ungir das dores
Terra de aromas, encantado sentir
Pedras na mão de palavras de uma vida
Verdes, pretos frutos
Verdes óleos, verdes folhas
Feridas, machucadas, esquecidas
Por séculos que tanto alimentou
Celtas, Iberos, lusitanos, Celtiberos, Helenos
Godos, Romanos, Visigodos, Alanos e Árabes
Desde o Faraó Ramsés II a Moisés
Com o seu coração torcido agarrado ao chão
Há um azeitar de olhares pelo olival
Das graciosas azeitonas de cores
Oliveiras fincadas na serenidade do silêncio
Onde a máquina e o homem as acordam
Depois é o milagre da natureza, azeite virgem
Nas vasilhas, talhas, potes outrora de barro
Ou nas talhas de azeite feitas em folha-de-flandres
Que permanecem até à nossa atualidade
Benditas sejam as oliveiras que nos dãoo azeite
Néctar dos deuses da nossa gastronomia.
A VIDA
O que a vida me deu
Uma ferida no peito
Uma cicatriz na alma
Uma liberdade na mente
Um lameiro de escuridão
Uma fraga fria de solidão
Um perdido conflito
Um diário esquecimento
Uma lareira de frias cinzas
Noites solitárias de insónias
Uma casa de barro, palha
Um coração amargurado
Apenas restaram em mim
Espaços vazios esquecidos
Sonhos soltos perdidos
A preto e branco
Que gritam em desespero
QUERO ALINHARVAR-TE
Quero rasgar os poemas
Costurar as poesias
Despir os versos
Remendar os sonetos
Unir as sílabas
Alinhavar os duetos
Descoser os pontos
Juntar os nossos olhares
Cerzir os teus desejos
Bordar as tuas carícias
Alinhar os teus beijos
Encostar a minha boca à tua
Cosendo o meu corpo ao teu.
QUANDO EU MORRER
Quando eu morrer
Não me pesará a terra
Nem as fragas
Nem o mármore
Nem as flores
Quando eu morrer
Nada mais importará
Quem sou
Quem fui
Quem terei sido
Pois eu já estarei morto.