Coleção pessoal de Irarodrigues

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⁠O RATINHO QUE MORAVA NO PINICO

Tonico era um ratinho travesso e muito do atrevido, discordava de todos e nem aos pais obedecia. E assim com as suas teimosias gostava de infernizar o pobre do gato que dormia tranquilo na sua casinha ou mesmo quando o pobre sentava na janela para olhar a rua, o rato subia puxava o rabo e saia em disparada se escondendo em seu pinico, lugar onde o gato se recusava a chegar perto pois ficava bem ao lado da toca da onça que sempre protegia aquele sem vergonha.

Os pais Dom Ratão e dona Ratinha estavam cansados de alertar o filho para não provocar o gato, uma hora ele cairia nas garras afiadas e não conseguiriam salvar. O atrevido do rato gargalhava confiando em sua esperteza e dizia mexendo seu nariz arrebitado:

- Nenhum gato vai conseguir pegar esse ratinho esperto.

A mãe não se conformava com as estripulias do filho e cansada de falar ameaçava a jogar fora o pinico onde ele dormia e se sentia seguro, o ratinho implorava que fizesse tudo menos tirar o seu cantinho seguro. A mãe se retirava deixando que ele resolvesse as suas encrencas.

Certo dia o gato dormia com o rabo pendurado na almofada e logo o rato pensou:

- Vai ser bem divertido dar uma mordida nesse rabo peludo e sair correndo. Jamais o gato vai conseguir me pegar. Tenho as canelas pequenas, mas são ligeiras. Gabou-se o rato.

Quando chegou bem pertinho quase morre de susto, sua sorte foi a chuva que caiu e como o gato não gostava de molhar seus pelos macios ele saiu em disparada com a língua de fora até se sentir seguro em sua casinha.

Antes de respirar aliviado o pai pegou pela orelha dizendo;

- Se não parar com as suas malandragens você vai morar com seus avós no reino das ratazanas e de lá só vai sair acompanhado. E sem ter o seu pinico- Ameaçou.

O rato malandro prometeu não ser mais desobediente, pois não queria se afastar da sua casa vivendo ao lado dos pais.

Depois daquele alerta o rato aprendeu que a desobediência só pode trazer problemas e que deveria ter cuidado e não ficar infernizando o pobre do gato.

E assim o ratinho se tornou o mais obediente dos ratos em toda aquela região. Mas se a coisa o complicasse corria para seu esconderijo. o amado pinico.

Autora Irá Rodrigues

[http://iraazevedo.blogspot.com/](http://iraazevedo.blogspot.com/)

ZÉ MATUTO

Atenção muié solteira
Vim aqui promode convidar
Nós dois juntinhos
Bora chamegar
E se for orgulhosa
Sozinha vai ficar.

Olha que belezura
Sou um moço caprichado
Tenho conversa doce
Rapadura e melado
Aproveita moçada
Sou rico e apaixonado.

Já falei com Santo Antônio
Prometeu me ajudar
Mulher rejeitada
É doida pra se casar
Aproveita meu pedido
Pra casa vou te levar.

Será minha rainha
Muié rica e cheirosa
Lá no meu jardim
Será a minha rosa
Minha doce namorada
Minha prenda mimosa.

Irá Rodrigues.

⁠A BELEZA DO NORDESTE

A beleza do nordeste
É saber comemorar
Na cultura do forró
Aqui vai encontrar
As festas juninas
Cada um em seu lugar.

Durante o mês de junho
Não falta atração
O nordeste é mais forte
Essa é tradição
Praças enfeitadas
Dando viva a São João.

E não pode faltar
A voz do Gonzagão
Parte da nossa cultura
Mestre do xote e baião
Que alegra os festejos
Em toda a região.

Irá Rodrigues.

⁠AMANHÃ

Vai olhar para trás
Relembrar da arrogância
Nem só de poder vive o homem,
Quando se fortalece com ignorância.

Quem muito olha do alto
Até intocável se acha
Tudo está no comando
Uma hora se esborracha.

Tenta colar os pedaços
Perdeu a dignidade
Esquece dos seus abusos
Perdeu sua humildade.

Nada é para sempre
Tudo tem seu momento
Tente plantar o bem
Não espalhe sofrimento.

Uma hora você descobre
A sua fragilidade
Enxergar o outro é fácil
Resgate sua honestidade.

Irá Rodrigues.

⁠PEDIDO DE UMA DONZELA

Santo Antônio por favor
Arranje um marido
Faça essa caridade
Ouça o meu pedido
Lhe peço de coração
Não precisa ser bonito..

Santo casamenteiro
Me dê a oportunidade
De sair do caritó
Estou falando a verdade
Sou moça formosa
Me traga a felicidade.

Tenha mais piedade
Sou uma moça donzela
Passo a minha vida
Sentada em minha janela
Esperando um moço
Que me ache tão bela.

Já cansei de lhe dizer
Pelo senhor tenho devoção
Mas se negar dessa vez
Presta bem atenção
Vou esquecer que é santo
E buscar outra solução.

Me traga qualquer um
Não precisa perfeição
Seja capenga e zarolho
O que vale é a intenção
Eu só quero dessa vez
Sair do barricão .

Autoria Irá Rodrigues.

⁠SANTO ANTÔNIO

Segundo a tradição
É o santo casamenteiro
Preferido pelas donzelas
Isso no mundo inteiro
Para arranjar um marido
Que seja rico e perfeito.

Chega mês de junho
Ele é o santo querido
Onde tem mulher sozinha
Faz logo o seu pedido
Exigem do pobre santo
Que arranje um marido.

É uma tal de adivinhação
Coloca flor na janela
Pra não ficar no caritó
Toma banho na gamela
Nem que seja um bagulho
Que seja todo dela.

Irá Rodrigues.

⁠FORRÓ DOS NAMORADOS

Zé Matuto empolgado
Foi visitar a namorada
Aquele forró bom
A noite animada
Zé só suspirava
Nos braços da amada.

Zé todo apaixonado
Ela muito faceira
Saíram escondidos
Foram pular fogueira
E no rola, rola do amor
Ficaram a noite inteira.

Esses seus olhos
Você linda donzela
Quando ela sorriu
Nossa! Você é banguela
O susto foi tão grande
Zé fugiu pela janela.

Cai numa esparrela
A mulher não tem dente
Me enganou direitinho
Eu um homem inteligente
De hoje em diante
Vou ser mais exigente.

Zé montou no cavalo
Remoia o pensamento
Fui um burro idiota
Não pensei no momento
Preciso voltar atrás
E pedir em casamento.

O amor não vê defeito
Vou roubar seu coração
Com ela né casar
Essa é minha intenção
Contarei uma mentira
Pela grande decepção.

E lá se foi Zé Matuto
Pensando pelo carinho
Levarei ao dentista
Não irei ficar sozinho
É triste a solidão
Preciso do seu carinho.

A moça estava triste
Pensando naquele homem
Por uma noite feliz
Nem sabia seu nome
Eu sou o Zé Matuto
Amor, meu sobrenome.

A donzela deu um pulo
Enfim chegou a hora
Saiu e bateu a porta
Com ele foi embora
Trancou o passado
A vida espera lá fora.

Irá Rodrigues.

⁠MÊS DAS NOVIDADES

E hoje falo dela
As gostosas pamonhas
Parecem mocinha
Dormindo em suas fronhas.

Mês de muitas alegrias
De comidas deliciosas
O licor e o quentão
Café com recheio de poesias.

No terreiro fogueira acesa
Na roça não falta animação
Tem brincadeira e quadrilha
Seguindo a tradição.

Que não nos falte saúde
Dando viva o São João
Aquele forró gostoso
Na voz do Gonzagão.

Autoria Irá Rodrigues.

⁠FORRÓ DE ZÉ MATUTO

Festa de São João
Tem mulher bonita
Enfeitando o arraiá
Com vestido de xita
Chapéu de palha
Com belo laço de fita

De longe se avista
Chegando pela estrada
Um cara metido a galã
Com a bota apertada
O pobre mancava tanto
Chegou na hora errada.

E começa a quadrilha
É uma dança ligeira
Zé Matuto se adiantou
Pegou a mais faceira
Os olhos dela brilhavam
Em volta da fogueira.

Autoria Irá Rodrigues.

⁠IMAGINE...

Quantos versos perdidos
Muitos viram problemas
Na placenta dos poemas
Outros nos cantos esquecidos.

Quantas frases rasgadas
Vista como pecado
De um amor do passado
Para serem resgatadas.

Imagine a beleza da poesia
Sufocada pelo silêncio
Infiltrada na maresia.

Acorrentada na alma
Rabiscada num papel
Desesperada sem calma.

Imagine..

Autoria Irá Rodrigues.

⁠MEUS RABISCOS

É calmo como água fresca
De mar sereno no entardecer
Tranquilo, aguardando a Lua
E o Sol se recolher
É onda que rola serena
Saudando o amanhecer.

E quando o dia desperta
É como açoite do vento
Tira minha tranquilidade
Bagunça meu pensamento
Invadindo minha calma
Me perco pou um momento.

É riacho de lágrimas saudosas
Ou rio de gargalhadas,
De correnteza sem fim
Misturas embaralhadas
É essa saudade doida
Chegando nas madrugadas.

E assim são meus rabiscos
Às vezes nada presta
Quase nada me inspira
A razão e o desejo protesta
Nesse caminho confuso
Embaralha a alma da poeta.

Autoria Irá Rodrigues.

⁠DESABAFO DE ZÉ MATUTO

Na cachaça foi se abrir
Falava com paciência
Dizia não comenta
Eu falo em confidência
Fui confiar na mardita
Hoje pago a penitência.

A ela dei meu amor
Hoje tô arrependido
Me trouxe desilusão
Meu coração tá sofrido
Sou como esse copo
De tristeza fui partido.

Agora com licença
Agradeço a educação
De saber me ouvir
Aliviou meu coração
Desse pobre coitado
E minha decepção.

Sigo minha estrada
Levando a saudade
Deixo para traz
Minha felicidade
Amanhã vou melhorar
Antes que seja tarde.

Autoria-Irá Rodrigues.

OLHANDO DA MINHA JANELA

Nesse lindo amanhecer
O que vejo da minha janela
O Sol querendo nascer
É a coisa mais bela ..

Árvores se balançando
O vento soprando fraquinho
O canto alegremente
De um lindo passarinho.

O exuberante bem-te-vi
Que pousa no fio
Abre as asas para esquentar
Parece morrer de frio.

Vejo o tempo passando
É hora de acordar
Logo as ruas despertam
Pessoas começam a se movimentar.

E nesse vai e vem
Nessa louca agitação
Leva junto o meu silêncio
Roubando a minha inspiração.

Autoria Irá Rodrigues.

⁠CORDELZINHO JUNINO

Vem com a gente
Vamos logo animar
Essa festa junina
No nordeste é popular
Então chega correndo
O forró vai começar.
x
Junho já entra festivo
Por aqui é tradição
Tem roupa colorida
Uma bela competição
As meninas arrumadas
Começa a animação.
x
Tem fogueira no terreiro
Logo solta um rojão
Amendoim e pipoca
Fogos e balão
Gritando o santo festeiro
Dando via ao São João.
x
Essa festa popular
Na cultura nordestina
Tem o santo casamenteiro
Anima rapaz e menina
Todo mundo quer casar
Ficar no caritó é sina.
x
O mês todo tem folia
Santo Antônio casamenteiro
As moças fazem pedido
São João é o festeiro
Tem quadrilha e forró
E São Pedro o chaveiro.
x
Esse mês é marcado
Com grande animação
Vem dia dos namorados
E logo é São João
Tem o xote e o xaxado
Relembrando o Gonzagão.
x
AUTORIA-Irá Rodrigues

⁠SINFONIA DA CHUVA

Ploc...Ploc...Ploc...
A chuva canta assim
Molha a borboleta
Pousada no jardim.

O gotejo da chuva
Dança na vidraça
Brincam sorrindo
Fogem para a praça.

E a chuva Ploc...Ploc...
Vira correnteza
Molha o nosso chão
Desperta a natureza.

É assim o canto da chuva
Ploc...Ploc sem parar
Voltam para o céu
É hora de descansar.

Irá Rodrigues.

⁠TRABALHANDO EM EQUIPE

Na união se faz a força
Cada um, sua importância
Ninguém trabalha sozinho
independente das circunstância
Mesmo que nessa luta
Exista discordância.

Uma equipe de sucesso
Isso é essencial
A união que faz a força
Não deve existir rival
Todos num só objetivo
A parceria é fundamental

Quando o lider veste a camisa
Ele mostra sua liderança
Com confiança e respeito
O trabalho sempre avança
Basta passar ter pé no chão
Demonstrando confiança.

Mostrar o seu talento
Ser um líder de visão
O trabalho só anda
Com apoio e dedicação
Diálogo e harmonia
Segurança e motivação.

No final o resultado
Se festeja com alegria
Se um cai é logo ajudado
Com lealdade e empatia
Pois ninguem anda sozinho
tudo se faz com harmonia.

Autoria Irá Rodrigues

⁠VERSOS do A ao Z

A- Andorinha quando chove
Quer logo se abrigar
Procura um telhado
Não gosta de se molhar.

B-Beija-flor é diferente
Adora cheiro de chuva
Entra em nossa casa
É alegria pra gente.

C- Centopéia nas folhas se esconde
Não quer molhar os pesinhos
Na casa da vovó
Esqueceu seus sapatinhos.

D-De manhã, bem de manhãzinha
Assim que nasce o Sol
A lagartixa preguiçosa
Entra embaixo do lençol.

E- Esperança é um bichinho
Com a sua cor verdinha
Se camufla na natureza
Parece uma folhinha.

F- Formiga aventureira
Foi passear na floresta
Trabalha no verão
No inverno faz festa.

G- Gavião chama o pardal
Que logo se esconde
Sem querer muita conversa
Foge e não responde.

H-Hoje vai ter folia
A chuva tá chuviscando
Urubu tá resfriado
Um chazinho tá tomando.

I- Iguana procura sombra
Nos galhos da aroeira
Com o frio pegou no sono
Dormiu a tarde inteira.

J-Joaninha foi na cidade
Esqueceu a sombrinha
A chuva caía forte
Molhou a pobrezinha.

L- Lá vem a bicharada
Brincando com alfabeto
Chamou o professor
O leãozinho Alberto.

M- Manhã de chuva é assim
Tem folia dos bichinhos
Tem canto de cigarra
Serenata de passarinhos.

N- Nenhum fica de fora
Tem nambu e sabiá
Quero- Quero e coruja
Tem coelhinho e preá.

O- O macaco aventureiro
Querendo atrapalhar
Foi cutucar a onça
Fez a pobre se molhar.

P- Papagaio gaiato
Foi na casa da foca
Pediu logo um café
Começou fazer fofoca.

Q-Quando a noite chega
Morcego fica acordado
Tem medo da claridade
E dorme dependurado.

R-Rato e ratazana
Esperando a chuva passar
Sonham com um queijo
Para a fome passar.

S- Sapo e jacaré
Foram morar na cidade
Logo se arrependeram
Lá só tinha maldade.

T-Tanajura fica feliz
Desfila no calçadão
Se exibindo depois da chuva
Exibindo o seu bundão.

U-Uma hora a chuva para
O Sol vai aparecer
Grita a araponga
Antes do amanhecer.

V- Vespa se aproveita
Corre para o pomar
Às frutas madurinhas
Logo vai devorar.

X- Xexéu é um passarinho
Escolhe a melhor hora
Avisa aos amigos
Bate asas, vai embora.

Z- Zangada a borboleta grita:
Parem de reclamar
Precisamos tanto da chuva
Para a vegetação brotar.

Irá Rodrigues.

⁠MÃE
Nos seus braços
O sonho que me faltou
No aconchego suave
Do colo que nos furtou.

O choro sem consolo
Na busca do teu abraço
Como seria sublime
Acolhida em teu regaço.

Sonho voltar a ser criança
Acabar esse todo sofrimento
Poder deitar em teu colo
A penas por um momento.

Sentir o toque das tuas mãos
Ouvir tua voz aveludada
Me acalmando dauqele choro
Na fria madrugada.

Como seria ter a tua proteção
Ser amparada dos perigos da vida
Do medo da solidão
Saudades, mãe querida.

Irá Rodrigues

⁠NO REFÚGIO DO MEU EU...

Fiz uma viagem
Encontrei a decepção
Não me desanimei
Busquei melhor solução
Fiz dos desafios
A mais bela canção.

E seguir decidida
Essa é minha intenção
Um verso fiz poesia
Contei com a inspiração
No refúgio do meu eu
Acalmei meu coração.

Na minha tentativa
De rimar fico errando
Contínuo escrevendo
Talvez , vou acertando
Entre tantas métricas
Na vida vou tentando..

Irá Rodrigues

⁠MÊS DAS MÃES

Maio está brotando flores
Deixando o ar perfumado
O mundo fica encantado
Mães e seus amores.

Ser mãe é a mais pura magia
É ter o amor fora do coração
Viaja além da imaginação
Toda mãe é uma poesia.

Mãe é canto e é melodia
É surpresa em cada amanhecer
É gratidão no entardecer
Verdade a felicidade brotar dia a dia...

Amor de mãe é inesquecível
Não deixe de dizer: Eu te amo,
Mãe, acalenta cada dor
Mas mãe, também é sensível.

Autoria Irá Rodrigues.