Coleção pessoal de inquietacoes

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Toda ruína guarda uma história.

Quando a lembrança dói, não há o que fazer, se não relembrá-la, relembrá-la, relembrá-la. Até que seu sentido mude de direção.

Não há gesto de humanidade mais elevado do que ceder escuta ao Sujeito que sofre. Amor também é abrigar palavras que não são suas.

Fale. Fale das coisas do mundo. Fale dos amigos. Fale sobre o céu, sobre os livros, sobre a Vida. Pois é falando do outro

Que eu lhe conheço.

Teu corpo é lindo. Encobre histórias, segredos. Ele se comunica também. É a extensão dos seus afetos. Por isso não deve ser padronizado.

Qual a sua ruína?
Essa ruína que lhe rói.

Ruína que lhe rumina,
Que caos você guarda?

Essa ruína que silencia,
Qual [quem] é a sua ruína?

A falta de identidade é como um continente sem ilhas onde o sujeito possa ancorar-se. Um espaço infinito sem referências para um Ego em constituição.

Somos a metade que não se conclui. A fala muda. O discurso silencioso. O dito não dito. Somos então um enredo que pensa acabar o inacabado.

Somos poesias incompletas. Feridas pela ausência de outros versos, outras rimas, outros autores. Pois não há Eu sem outros mais.