Coleção pessoal de In_finitys

61 - 80 do total de 127 pensamentos na coleção de In_finitys

⁠Andei numas estradas de estilhaços de vidro, a cada passo senti um dor forte e agonizante, que me fazia querer desistir, mas eu continuei e foi nesse momento que aceitei aquilo. Como uma labareda que se apaga aos poucos, tornando frio como o gelo.
Não devia ter que ser assim.
O que significa ser forte?
Eu sempre repito que sou, pra mim mesmo, mas ainda não consegui me convencer disso.
Deixo que me entrem e me habitem, mas sempre deixam a casa desorganizada e destruída. Até que eu deixe alguém entrar novamente e vejo toda a história se repetir.
Qual o significado?
Pra mim pode haver vários, mas pra esta multidão de pessoas que vem e vão não significa nada, porque sou forte. Eu suporto. Eu vou superar isso.
Então não tem porque se preocupar não é mesmo? Deixa que eu me viro.
Então repita pra si mesmo até que sua culpa vá embora, se assim preferir.
Mas entenda, pessoas fortes também tem sentimentos, também sofrem e choram, mesmo que façam isso somente quando estão sozinhas.
Guarde sua "pena" no seu bolso. Não é de pena que precisamos, é empatia.

⁠Então sou carregado para longe, enquanto te escrevo mais um poema. Um poema que não será lido, não será conhecido, não será entregue...
Só mais um que ficará perdido para sempre, jogado em meio ao entulho do meu coração. Esquecido ali, continuará a causar-me danos, dissolvendo vagarosamente as palavras por mim escritas.
Para nunca me esquecer da sensação que é ter meu coração partido.

⁠A vida não é e nunca foi um conto de fadas. Passamos por dificuldades o tempo inteiro, lutas infindáveis e pelo cansaço físico e psicológico.
Somos postos a prova todos os dias, decepções, partidas, mágoas, tristezas... Não podemos esperar que tudo seja fantasia ou que sempre vamos estar de pé.

⁠Eu me culpo... Pra mim é impossível não me culpar, sempre sinto que sou o responsável pelo que acontece. Poderia ter feito melhor, eu poderia ter sido melhor. Mas entro em contradição, já que naquele momento aquilo era o meu melhor.
Meio bagunçado, meio confuso, meio insuficiente, mas o melhor que eu consegui, enquanto carregava o fardo pesado de minhas lutas internas e minha incansável caminhada no abismo da minha mente.
Dei o meu melhor nos meu piores momentos e no final fui consumido por isso.

⁠Me debatendo, desesperadamente, busco chegar a superfície. Evitei mergulhar a fundo em mim mesmo por muito tempo, mas fui sugado, lentamente, até me ver completamente submerso.
Como num lago escuro e vazio, tomado por um silêncio ensurdecedor que me grita de volta de forma incansável, me puxando cada vez mais para baixo. Tirando-me a força e o vigor de tentar novamente.
Então afundo em silêncio enquanto vejo os últimos raios de luz desaparecerem na superfície. A única coisa que penso é que minha cabeça deveria estar acima de toda essa água.

⁠Quando mentiras são lançadas, a verdade se esconde.
A mentira preenche o lugar e toma de conta da circunstância, enquanto isso a verdade se recolhe, porém permanece lá.
Pois no momento oportuno a verdade vem à tona e dilacera a mentira, lançando no abismo sua infeliz existência.

⁠— Olá velha amiga. Seja bem vinda. Sente-se e fique a vontade, já que conseguiu arrombar a porta.
Digo que é um imenso desprazer sua presença, mas você já faz parte de mim. Costumo te manter afastada pra proteger meu bem estar, porém é inevitável sua volta.
Te rejeito, pois traz consigo meus medos, meus traumas, minha insegurança... Mas vamos, tome um pouco de café, enquanto me lembra de como meu mundo é pequeno e destrutivo.
Conte-me como foi ficar tanto tempo afastada e o quanto lutou pra conseguir me abalar ainda que só um pouco e hoje conseguir forças suficiente pra atropelar meu castelo de areia que construí com tanto cuidado.
Cante para mim suas canções melancólicas enquanto dilareça meu coração e embaraça meus pensamentos.
Não ligue pra minhas lágrimas, nem pras minhas mãos trêmulas e muito menos pra minhas frases incompletas, que falo enquanto sufoco com falta de ar.
Mas seja breve por favor, depois que concluir seu trabalho vá embora.
Não te demores muito. Pois estarei recolhendo meus cacos espalhados por todo o carpete, e pedaço por pedaço tentarei colocá-los de volta no lugar.
E então até eu terminar não retornes, velha amiga.
Não se preocupes, você sabe exatamente onde me encontrar, e se possível se perca pelo caminho e nunca mais volte.
E se um dia eu precisar de você, o que garanto que não vai acontecer, gritarei bem alto: —Volte amiga Ansiedade, sinto sua falta!!!

⁠Quando meu caos toma de conta, me deixando sem rumo e reprimindo minha força.
Quando destrói minha alma e me deixa perdido em meus pensamentos.
Quando desperta minha ira mais profunda e minha tristeza mais antiga.
Quando vem e fica, é só caos e mais nada.

⁠Acostumados a ouvir, não encontramos espaço, nem coragem para falar.
O mundo parece ser tão pesado para os outros que decidimos carregar o peso do nosso sozinhos.

⁠Enlouqueço quando preciso enlouquecer, me estresso quando necessário, me frusto e me canso algumas vezes, mas mantenho sempre aquela calma, afinal tudo acha o seu rumo, traça o seu destino, e cada coisa encontra seu devido lugar.
Prefiro não perder a cabeça por aquilo que não posso mudar.

⁠Tudo bem não estar bem por algumas vezes. Não temos que ser fortes o tempo inteiro.
Ninguém é feito de ferro, somos seres humanos feitos de carne, osso e sentimentos.
Então desabe quantas vezes for preciso, mas no final sacuda o pó e levante para mais um desafio.

⁠Sinto pela minha capacidade de sentir demais
Sinto por todas as vezes que perdi a paz
Sinto por correr desorientado na escuridão
Sinto quando precisei, mas soltei minha mão
Sinto pelas vezes que feri e fui ferido
Sinto quando não deixei que o amor fosse nutrido
E quando sinto dói bastante, não vou mentir
Mas a vida é sentir para viver e viver para sentir

⁠Dentro de mim, esse mundo onde habito, um mundo de harmonia e caos. Um desequilíbrio bem equilibrado, onde nem mais e nem menos... Na medida certa em que posso suportar.

⁠Pensei em dar-te a lua
Com a luz do sol toda vestida
Queria que fosse sua
Mas para muitos já foi prometida

Então te darei Saturno
Pois ele me faz sonhar
Com seu sorriso inesquecível
E o brilho de seu olhar

Sua beleza que fascina
Como um disparo no peito
Esse seu jeito, menina
O imperfeito mais perfeito

⁠Queria ter o dom para poder escrever tudo que eu penso. E ainda que conseguisse não ficaria satisfeito com o resultado.
É como se nada que eu fizesse fosse suficiente pra expressar o que tenho dentro de mim.

⁠Lembro de ter dado tudo de mim e no final não ter sido suficiente. De fazer tudo ao meu alcance, da melhor maneira possível, e no final ser esquecido. De por muitas vezes ter chegado ao limite e ainda assim continuar, mesmo parecendo que tudo era em vão.
Lembro de nadar incessantemente contra a maré dos meus pensamentos, enquanto as ondas das circunstâncias me empurravam pra baixo.
Mas não lembro, em hipótese alguma, de ter desistido.

⁠Às vezes somos dominados por aquela sensação de querer chegar logo, de que as coisas aconteçam rápido, mas sabemos que algumas delas precisam de tempo.
Um tempo que achamos não ter, um tempo que parece uma eternidade, mas é só chegar para vermos que a espera vale a pena.

⁠Aparentemente as pessoas não se importam de verdade com o que as outras sentem. Elas perguntam por educação.
E respondemos por responder.
Falamos o que não sentimos, para evitar que a conversa se aprofunde mais, já que ambos não tem interesse em prolongar muito ela.
São tempos em que as pessoas não se importam com nada além de seu próprio umbigo.
O amor está se extinguindo e sua essência está se perdendo.

⁠Ainda que fosse quebrado mil vezes em mil pedaços, não conseguiria me tornar aquele que comete o ato de quebrar.
Ainda que fosse o detentor do poder de ferir, não conseguiria fazê-lo.
Mas isso traz a vulnerabilidade até a porta, nos torna sujeitos a insensibilidade dos outros.

⁠Tenho me cansado com facilidade. As coisas tornam-se um grande fardo pesado que carrego em silêncio.
Mas tenho sido paciente com a vida, talvez ela seja paciente comigo também.