Coleção pessoal de IginaVonPolanyi
Tá tão escuro, eu não sei o que eu faço mais pra te provar que eu gosto de você. Essa escuridão me cobre sem se importar como eu vou sair. Eu não quero desistir de você, mas essas amarras estão cada vez mais apertadas. Sangue se esvai e inunda tudo. Mas ninguém falou que seria fácil, não é mesmo. Eu gosto tanto de você. Nós fazíamos planos para um futuro incerto. Nós concentramos todas nossas esperanças ali, sem ter certeza do agora. Você vai me matando pouco a pouco e ao mesmo tempo fazendo-me reviver a cada vez que eu te vejo. Mas ninguém disse que seria fácil, não é mesmo. É tão lindo o jeito que você me olhava no começo, sem incertezas. Como eu queria que você continuasse assim. Acreditando em mim. Eu não sei onde eu errei. Eu sou capaz de tanta coisa por você. Só que você não reconhece isso. Por favor, acorde. Tire essa venda dos olhos. Eu quero aquele cara que eu conheci no dia 02 de volta. Ele era tão carinhoso, me protegia de tudo, não me deixava com medo. Mas ninguém disse que seria fácil, não é mesmo. É tão difícil assim me amar? Eu tentei, eu tentei, eu juro que tentei. Mas o que fazer agora se tudo o que me acaricia são as lagrimas? Me leve de volta para aquele lugar onde eu me sentia segura, onde tudo não me dava medo. Por favor.
- Eu quero ficar sozinha, vá embora!
-Eu não posso te deixar, você pode cometer alguma loucura!
-Loucura maior do que ter ingerido doses diárias de você? Impossível!Você se tornou um remédio e ao mesmo tempo um veneno, onde qualquer um gostaria de ter uma overdose.
Tudo parece que caminha a passos lentos. Nada quer funcionar. O desanimo fixou em mim e disse: “Senti sua falta”. Ninguém pode apertar o play e continuar com as cenas? O dia foi longo e pesado. As nuvens agitadas corriam de um canto para outro disponibilizando sol e chuva para nossos corpos cansados da luta. Sinto falta de algumas coisas. Mas não me arrependo. Quer dizer… É! NÃO ME ARREPENDO.
Acho que estou doente e só ele pode me curar. Acho que estou louca, mas ele não quer ser minha sanidade.
Eu gostaria muito de deitar nas nuvens lá em cima, deixar o sol pentear meus cabelos e mais tarde as estrelas me servirem de abajur. Queria ligar fones em passarinhos e deixar a melodia transpor minha alma. Acha loucura? Então experimente ter minha cabeça.
Ultimamente tenho ganhado horas a mais em meu dia. Porém, menos coisas a se fazer. Cenas se repetem no meu dia-a-dia e vejo coisas que não queria ver. Uma hora dessa o meu café já esfriou. De tanto esperar um momento que o tempo pra si guardou. Vejo a chuva beijando a janela de vidro e penso em cada gota que cai. Será que eu vou ser como um barco quase morto sem um cais.
"Veja bem. Não tô dizendo que superei, as feridas estão comigo, servindo de baliza pra reconhecer esse lado quente e fresco das coisas. Mas eu preciso ir, não posso falar contigo agora. Tenho pressa de apertar o play. Dá licença? Então sai debaixo da minha sacada. E da próxima vez que sair na chuva, vê se antes aprende a se molhar."