Coleção pessoal de HiastLiz

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Inteiramente

Excessivamente neste corpo há ardor.
Frequentemente queima a alma de dor,
Generalizadamente desde os poros, ao amor.
Vagarosamente intrépido estou.

Silenciosamente resistindo sem cor,
Sentimentalmente a realidade do odor
Profundamente tu vida me aplicou
Consequentemente, a mente que esculpi-dor.

Afastada mente, da mesma mente que esculpiu o amor
Sequelada mente, restou o ócio que a nostalgia deixou
Serenamente a deriva tudo aqui rasgou...

Irremediavelmente estar a mente que mente
Continuamente jogando ficou, blefou acabou.
E; Visivelmente desabou.

Poesias vagas, enrugadas - I

Quando mal você entende o poeta
O poeta mal sabe como se entregar
Ele é poeta virgem e aprende a caminhar
Por entre as letras e as rimas

Não é tarefa fácil de se decifrar
Mesmo no dom não há de se revelar
Se o exercício da embriaguez nesse mundo burguês
A si, não se dá.

Disciplina não, praticidade
Com pratica e ambiguidade
Eis aqui onde se encontrar

Pois tu, poeta que não se dá
Em nada deu e, nenhum século tu ei de atravessar
Entrega a ti, letras, com café ou com chá...

Poesias vagas, enrugadas - II

Toma;

Te deleita
Te deitas
Te escrevas

Tu escravo
Tu esbarro
Tu deixas

Teu escarro
Em tu letras...

Idílio

Quando um imaginável sentimento dominou
Dentro das entranhas dum encéfalo sem pudor
Rasga e estraçalha o neuro-lírico pensador
Como se o gume passou e em pedaços a alma ficou.

Há um ponto. E uma interrogação?
Quanto mais dele expresso, paira confusão.
Essa inocência no olho envolve,
Restringe e repreende qualquer concessão.

Na vontade do novo, espalhas confiança
Por entre a fala e a expressão.
Prende-me a uma indignação que quebra e amarga...

O que me resta é abstrair a ocasião
Sendo vida e exatidão, compondo
A mesma mentira que renega a sensação.

Colibri

Como quem não sabe o que senti,
Replico em algumas palavras caladas
Aquilo que foi perdido numa estrada,
Em qualquer entrada.

Anestesiar-me talvez... seria uma boa opção,
Para que? se nada do que sinto é em vão
Nem a dor, nem o riso,
Ambos fazem parte dessa confusão.

Um desvio emocional acalentado
Nas ruínas existenciais do alado
Sou eu ser das revoadas

Num voou com asas cortadas
Em silêncio suplico saber
Por que tanta indecisão em um só ser...

Asco

Com os pés nessa realidade
Um suspiro vem avisando...
Voltei para este canto,
Sem cantos nem encantos.

Terra de gente ingrata,
Você um dia foi morada de flores.
Hoje, até os pássaros tem horrores
Em voar sobre estes ares.

Há homens que matam humanos,
Mais cabarés do que santidade.
Torpezas e avarezas os cabem...

E! Se eu for continuar com minha indignação
Não cardíaco, morrerei do coração,
Pois hoje fui revestido de sentimentalidade.

Afã

Lutar é preciso.
Perder é uma consequência.
Lutar é preciso.
Ganhar é um risco.
Lutar é preciso!

Se ganhar ou perder,
Nunca há de vencer,
Eis mais um risco na luta...
Arriscar é preciso.
Lutar é preciso.

Sorrir é preciso,
Chorar também é.
Se perder ou ganhar,
É sim preciso lutar.

Seja breve, não calado.
Seja forte, não invencível.
Seja simples, não acomodado.
Seja assim; como você quer ser.
Se ganhar ou se perder.

Dos amores proibidos;

Coração é teimoso;
E quando a boca proibida encontra,
Acelera num alvoroço!
Até parece que vai parar
De tanta carreira que dá num instante gostoso.
Olhando agora pela janela
O que vejo é instinto, é estimulo, nítido...
Vai além das preces e das duvidas,
O prazer só se aluda quando não se pode tocar.
Vez outrora a agonia é severa,
Quando tudo se acalma
A vida fica mais bela,
Desde que a gente é gente,
É assim que o corpo é quente
E a poesia veemente...
Digo isso com amor,
Com dor e com paixão,
Digo sem saber entender
Todas as razões de um só coração.

A dor que senti no futuro

Esse nó é saudade, é angustia e felicidade.
Essa saudade é vida, vida que foi vivida.
Essa vida é rápida, passa e nada quando se faz, da em nada.
Esse nada é o dia, é a hora e o momento.
Esse momento caí, escorre e chora, apela por entre imperceptíveis horas.

Por ter vida, por ser tempo, esse momento se instala em nós de saudades, angustia e felicidade.
Da vida que não suguei, da paciência que não ganhei, do tempo que não acrescentei, mas não perdi por estar triste.

Foram sobre as metas, sobre esses, foram sobre tudo aquilo que temi, num sonho que amanha vivi.
Foram sobre cortes e penetrações numa alma, foram sobre o tudo e ao mesmo tempo, o nada. Foram esses instantes que me tomaram um instante, pra escrever a dor e através de letras pedir que ela me encante.

Não sou rima, não sou verso, sou sentimento aos aversos.
Nem sou paz nem tempestade, sou humana e de verdade te digo, hoje o amanha não veio, mas do tempo que já perdi, não quero saber novamente que morri, viva respirando e em êxito.

Eudora

É a boca bonita, o olhar que corta.
Um cheiro gostoso como o sabor da aurora.
Talvez esse mistério que tu deixas no ar
Seja pilar do meu desejo.

Coisas que nos desafiam
São atraentes,
São mais quentes.
O "ter" e não "poder"
O toque sem a intimidade.
Segredos que me agitam,
desejos que em mim, gritam.

Evitar meu próprio pensar
Nunca fez parte da saúde mental que dito,
Nunca fez parte do corpo que abrigo.

Deverei então soprar pra fora
Aquilo que aguça o corpo e a mente...
Aquilo que me faz ser gente
Só porque me assola?

Você um ser

Você flor, muito do amor.
Você paz, alegria me traz.
Você céu, distante está.
Você chuva, posso tocar.
Você sim, sua alma em si, paixão me dá.

Um sopro de bondade.
Um sorriso de felicidade.
Um olhar gostoso...
Um jeito único, saboroso.
Um toque suave, na minha pele arde...

Ser distância ou presença...
Ser inspiração ou poesia.
Ser da alma ou da carne.
Ser luz em meio a claridade.
Ser tudo que me arrancou essas letras e junto uma infinidade...

Moço.

Sinto falta de te ver passar todo dia
Falta também faz esse teu cheirinho gostoso
Falta de teu riso
Do teu ''alvoroço''.

Falta da pressa que tu sempre carregava
E da paz que ao mesmo tempo passava
Falta da tua íris, sutilmente clara...
De você moço, eu sinto falta!

Essas letras não são suplentes
Essa saudade não é antevidente
E esse amor, ah! ele é infinitamente.

Espero preservar esse apego
Essa vontade do seu cheiro
Para que o sentimento me guie

Até que o vento me leve...
Onde eu, tenha sempre você.

Sobrevivência

Há tanta necessidade de compartilhar
Que esqueces de sentir.
Essa síndrome sistemática da evolução individual
Doma o lado humano de cada ser
E transgride a virtude de viver.
Como matéria são avaliados.
Como cães, adestrados!
Como escravos, nunca deixam de servir.
Não há lei, não há cultura, não há vez.
Nada que fará o ser humano
Sem vontade própria pensar.
Nas lacunas dessa estrada encontrarei razão.
Aquela que é vaga, espaçosa...
Rastejando estou por entre os segundos
Duvidas minuciosas.

Ao infinito Rosseau

Revela-me um sopro ardente
Um sopro que penetra até a unha cravada na alma.
És tu como um suspiro, um espirro.
Por entre vários, recorro a isto como vida.

Quantas destas já se foram?
Escorro por entre os dias
Rastejo dentro das horas
Tendo a alimentar micróbios

Por que tanta pressa?
Tempo! Tempo! Tempo!
Arranca-me toda a essência
Tira-me todas essas vestes
Suga-me todo o sangue

Fatia Minh’ alma.
Sem escrúpulos
Sem pudor...
E quando tu esvair-se de mim,
Não te esquece, oh tempo!

Eu sempre me enchi de você.

Atchin!

Que na imortalidade das palavras
Eu encontre um sentindo definido
Para a indefinição que respiro.
Que a imortalidade das palavras
Roube todo o pútrido do respirar,
E transgrida toda a essência da existência.
Para que eu nunca esqueça,
Por onde ei de passar,
Onde há vida, há avareza.
Onde há sonhos, há tristezas...
E que no deleito das dúvidas, floresça!
Com a missão de fazer imortal uma alma inexistente.
Indubitavelmente todo o dolente pensar
Pesar de todas as maneiras vida por vida...
E o preço que pago para inspirar.

Angel

Onde encontrar palavras que
Transmitam em silêncio a validação
Dum sentimento que vem da alma?...
Não é poesia nem verso.
Não é canção nem rima.

Seria um desabafo ou confissão
Que vem dum coração
Quebrado e triturado pela sentimentalidade...
Num momento inebriante,
Tento descrever nesse instante
O quanto do teu encanto me soa apaixonante.

O pensar cheio de brilho...
Um olhar que arranca suspiros.
Com uma mente que surpreende,
Pouco a pouco me ganhastes,
Não sei por que esse alvoroço

Nem ao certo o que me invade...
Só quero pedir licença
Para compartilhar todo esse sentimento,
Que queima e arde por dentro,
Arrancando de mim um momento
Docilmente cheio de hostilidade.

Eu não poderia nascer noutro corpo

Um bicho que vive e respira!
Um bicho.
Um bicho que pensa e reflete!
Um bicho.

Um bicho que chora e que sente!
Um bicho que finge ser gente.
Um bicho dentro dum corpo!
Um bicho que têm desgosto.

Um bicho que rir de alegre!
Um bicho filho da peste.
Um bicho que hora é homem!
Um bicho que hora é mulher.

Serei sempre outro alguém!
Irei sempre além.
Sem precisar dos 'poréns'
Sem modéstia ou simpatia...

Noutro corpo não tenho alma.
Noutra vida, nem desgraça!
Sendo sempre inconstante.
Sem razão e nesse instante...

Eu sou bicho flutuante.

Soneto meu bem maior

Me faz ser mais
Mais adulta ou mais criança
Me faz ser vida
Mais feliz e mais vivida

Me faz ser alma
Me olha, me acalma
Me faz ser carne
Me ascende, me apaga

Me faz ser gestos
Gestos bobos que de mim, muito falam
Me faz ser mais

Mais um pouco capaz
O teu amor me trás
Mais um tanto de paz...

Sarcômero

Na eutanásia da madrugada
Desencadeia nas estreitas artérias do coração, oxitocina.
Numa mórbida rotina,
Pulmões serotonina expiram...
Me inspiram.

Fecundando, vêm...
Mata-me de encanto
Sem despir-se,
Nas profundisses
Afoga a libido.

Trazendo do íntimo
Um sufoco afago,
Dopamina do alvoroço,
Sem gosto nem desgosto.

Pulsa essa veia
Sem pudor e sem escrúpulos
Serei eu, este sentimento oriundo
A prova da verdadeira ceia.

Ele que escorre
Feito, efeito norepinefrina
Tritura, árduo me sussurra
A fraqueza miosina.

30.01.2015

- Eu e meu eu.
Do lado direito ‘’eu, cheio de perguntas emocionalmente melancólicas.’’ Do lado esquerdo ‘’meu eu, com ar de razão e revestido de experiências.’’
Sento comigo mesmo para tomar aquele chá, me ponho a perguntar e a me responder sobre coisas que, sentimentalmente atingem o meu ser.

Eu_ O que devo fazer com estes sentimentos? Devo falar tudo o que sinto, ou comer cada dor e cada riso como se fossem só meus? Na verdade são só meus, porém, tudo provém dele. Mas ele não senti assim como eu sinto.

Meu eu_ Eles devem ser mastigados de uma forma ou de outra como se fossem alimentos; se tu, porventura lançar tudo o que senti contra ele, certamente iras acertar em cheio a sua alma(mas ele não senti!), então, automaticamente em forma de vômito todos os teus sentimentos serão jorrados ao chão e o final que eles terão, sem dúvidas será ser útil aos vermes. - Os teus sentimentos serão alimentos para os vermes! Mas como eles devem ser mastigados como alimentos...

Eu_ Não, eles não devem.

Meu eu_ Devem sim! São sentimentos, a alma meu querido, também precisa comer. Você deve comer tudo sozinho, calado, deve mastigar cada dor e cada riso em silêncio. Deve deixar que o seu sistema imunológico conheça este vírus, que sofra, chore, grite, gema e pense... Depois que toda essa digestão for feita acredite... Isso tudo será um grande foco de fezes; porém, manuseado de forma organicamente correta.

Eu_ Ou simplesmente... Posso jogar tudo fora! Para bem longe...

Meu eu(Toma um gole do seu chá e com ar de riso num tom irônico balança sua xícara) _ Ah Se conseguires...

Quimera

Sucção, gana.
Gosto, luxúria e ânsia.
Efêmera infinita...
Mentira! vontade mal dita.

Este sentimento ao avesso
Que corre dentro do peito,
Grita por desapego
Não! não há como tê-lo.

Debaixo dum sereno,
Chuvas de verão
Gotejam minha pele.

No vazio que restou,
Há um peito cheio de dor
E de amor, inundada minh'alma ficou.