Coleção pessoal de HiastLiz

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Quando eu te ver novamente

Quando eu te ver novamente,

posso ficar segurando sua face
e olhar nos seus olhos por alguns minutos?
posso te abraçar um abraço demorado
até os corpos ficarem suados?

quando nossos corpos se reconhecerem
posso pousar sua cabeça em meu ombro
e sentir as peculiaridades do teu cheiro?

posso fingir que o tempo nunca passou
e que a vida pousou onde tu
fizestes de mim travesseiro?…

23.02.2017

Condolência ao meu sentir

Dentre tudo o que há neste ser
estupefato de pensamentos
agoniza a inevitável ausência

Quem de mim sobreviveu
Qual do meu eu, ainda é meu
Esqueceu-me a essência, desalenta

Em vida que nem de longe se vê
Soou como eco num passado disperso
a denegrida imagem de um ''não ser''
Engajado e afogado sob um estranho rastro
que outrora fora deixado num agasalho

Onde eu dia, freneticamente passo
Onde eu hora, injustamente me acabo
Onde eu minuto, desabo.
Me desfaço em segundos
Me disfarço, onde eu dia,
obrigatoriamente renasço.

A cor do homem que;
se mistura com a cor do dia
e se mistura com a cor da noite,
que se dissolve junto da aurora
e se desmancha ao entardecer,
e se derrama com o passar das horas
e se desfaz quando o vento bater.

Me Guie

Caminhar pelo chão do prazer,
Sentir o corpo ferver à mercê de ti,
Meu respirar suga toda a essência astuta

Nos detalhes expressos e nas curvas
O desejo singelo e ousado me usa,
Tamanho querer tende a tecer astúcia.

Noite não põe trégua, noite me abusa!
Por entre as curvas; noite me lambuza.
Noite sacia este sujeito que de ti se veste
Noite, despida estão as minhas preces

Das horas que apressadas passam
Da excelentíssima, noite, sou capacho
Na ardência sublime deste teu ser
Quem dera eu em teu líquido amanhecer.


27.12.2016 ~ 23:45

Não consigo entender o silêncio
Que se faz ecoar como o vento.
Em parentesco me tocam
Sem preciso ser o saber

Desmanchando partícula a partícula
Dentro de mim, ser o não ser.
Abrangente o que se sente
Pintado em telas do passado

Eu desço do salto descalço
Toco em um chão gelado
Chocado com a realidade ausente

Parente desgraçado do vento, invisível
És também toda a necessidade.
Aos sobreviventes um brinde, pois me parto…

16.10.16
22:04

Carta ao falecido

Nesse corredor jaz uma história; sobre ela contos tristes, mais morta do que viva. Mais a dor, que a alegria, tal que foi assassinada antes mesmo de nascer, que por ti foi abortada antes mesmo de parir.
Tal que foi menosprezada em fraqueza misquinha e calculada, tal que despiu teu egoísmo, em face cuspida de avareza.
História que me fez afundar no mar enquanto eu queria nadar, história que apagou meu Sol, assassinou meu sono. História que me desconstruiu e me destruiu.
Diante dessa tempestade que invade…
Espero que o amargo acabe
Que o sono volte a ser prioridade
Espero que a escuridão cesse e que eu enxergue novamente o brilho do Sol.
Espero que as lágrimas sequem no soprar do vento e que meu baleado sentimento seja transcrito e usado da forma mais bonita.
Que os anos passem, que o amanhã seja mais meu.
Espero que essa dor que defunta fez-se eu, defunta faça tu, cemitério ambulante de vida! Espero o mar debruçar no ritmo da correnteza, espero voltar a observar o silêncio, conversar com o vento enquanto em minha pele soprar.
Espero encontrar-me novamente em corredores sinceros, espero gente que saiba do princípio ao fim regar o elo.
Espero gente de verdade, que saiba o valor da palavra e também do silêncio, quando invade.
Espero o brilho no olho e mais ainda o olhar sincero.
Espero gente que ame e se entregue sem prender sentimentos alheios, gente que segue sendo sincero.
Espero corredores verdadeiros, não mais os disfarçados.
Espero reciprocidade e gente que não faça como o Ainda é cedo do Renato.
Espero vida que valha a existência, vida que vive sem o medo de se entregar, vida que respira vida, não apenas este ar.

Alma desnuda,

o Sol se faz cinza
a luz encharca a pineal
serenou, engulo o gelo
derretido sou, nesse amargo tênue.

fizera-se na minha hipófise
armazenando o gasoso.
calcificada, falecida alma.
me injeta adrenalina

mais oxitocina
sugiro não ter metástase
nem vermes, nem males

nem derivados amargos
estando livre o espaço
límpido e purificado

em todo meu hipotálamo.

Sangrando segrego o elo nos versos

há em cada ‘a’ uma busca infinita.
em cada finda, uma ferida.
honram-se os bêbados, palhaços e trapezistas
mas não honra-me a solidão tal qual que sempre
foi minha companheira e grita:
este amor além de bêbado é palhaço equilibrista.

nem ouse compara-lo ao valor do agasalho,
num inverno petrificado eu corpo congelaria.
nem se satisfaça como em aguas,
nos verões amargurados eu corpo derreteria.
e somente quando em eclipse eu corpo existiria.
ao amanhecer do dia eu corpo morreria.

e a este excretado
findado foi; vinte e três e vinte e três da noite.

Pode não parecer mas fico feliz em ser capaz de respeitar seu espaço. Não existiu uma só noite da qual dormimos juntas que não desejei-te por inteiro... Me limitei e pus a pensar que seria naquele instante pensamento passageiro. Mas não houve um só dia que pude te ver ou te abraçar que não senti falta de me despojar nas suas costeletas; eu me limitei e me contentei com todas as despedidas não feitas. Mas novamente me pego pensando porque te escrevo ainda... Tenho uma pausa, respiro e consigo entender o porque. Parei pra reler e rever postagens antigas, escritas, tento até hoje, seriamente entender o contexto dessa história. Mas não vou falar pelo ontem(que já passou), nem pelo amanhã(ele virá de qualquer modo), posso apenas te confessar sobre hoje? Eu morro de saudade de ti. Eu sei que isso não é novidade, continuarei enquanto necessário respeitando seu espaço. Mas hoje? eu precisaria dormir sentindo o cheiro do seu cabelo, precisaria me encaixar nas tuas pernas enquanto organizo seus fios para te fazer cafuné, eu precisaria do seu ouvido enquanto deslizo com a boca vindo das costeletas, de seu corpo para passear com as mãos livremente, precisaria de sua respiração correspondente... Hoje, precisaria me afogar em sua respiração, tragar-te em meus pulmões, afobar meu corpo em teus lábios e te beijar profundamente e novamente os nossos beijos pausados. Mas hoje, eu sou somente o hoje... E eu não precisaria, porque hoje, eu te preciso.

Devo me livrar de você.
Definitivamente, porque você não está aqui? A esperança alimentada é somente tortura prolongada ao coração. Estou desatando esse nó, procuro meu eu apenas; não em bares, bebidas e cigarros, mas dentro de todas as cadeias de não possibilidades que me levem a ti. Custear o sentimento com a vida, foi disso que me fiz até agora e quando não existe mais forças em um homem carregado de amarguras, ele parte. Nessa história, triste fim. Não houve realmente história aqui. Utopias não alimentam nem saciam nada! Devora-me vida, a dentro o vazio, a fora... restou-me somente o blues.

19.11.16
1h59

Caminhar em ruas vazias
Por trechos que soam como utopias;
Por passos que não mais são dados
Nos desfragmentos fragmentados(...)

Vários ângulos II

Vontade do teu toque...
Do teu corpo dividindo o mesmo calor que o meu.
De te beijar como quem não quer parar...
De tuas pernas, nas minhas entrelaçar.

Vontade de te respirar, e me derramar
De te deslizar com a boca até onde ela guiar
Te arrancar suor, a ti me entregar
Vontade de te marcar, e marcar...

Ofegante ficar, ouvir baixinho
Meu nome tua boca falar.
Meus movimentos tua respiração acompanhar.

Vontade de te estraçalhar e te derramar
Me estraçalhar e me derramar para que eu
Pudesse matar toda essa vontade que há.

Agora tudo o que me resta é a seriedade na face, a angústia na fala e o lacrimejar sem cessar dos olhos. Até parece que estou correndo de tudo, fugindo das situações sem resistência alguma.
Então que seja... Não seria humano sentir tanto tudo e viver tudo o quanto se sente de dor, essa é minha melhor escolha, ir... Mas ir apenas comigo, refletir e induzir minha mente a aceitar que tudo o que de dor se sente, é preciso.

Sabe quando a alma grita?
Então, a minha está a gritar.
É um sopro de emoção que me invade
Em cada um desses seus detalhes.
Seus gestos, feitos e afetos.
Seu jeito, nosso elo...
Algo maior que mim, algo que não cabe
Só aqui, algo que vai ficar até depois de qualquer fim.

Cada vez que você parte eu não sinto os pés no chão
Acima do solo estou flutuando mesmo em terra firme
Mas minhas pegadas, quase apagadas
Não negam o quanto eu a amo
A cada despedida, não sou mais o mesmo
Certo que a cada vez que te vejo me inundo
Entro novamente em nosso mundo…

De todas as definições, você é linda mais que demais…
E sobre o que eu sinto, oito dias da semana eu amo você.
Se for pra saber o quanto isso vai durar… Só enquanto eu respirar.
E que o seu azul ilumine a cada dia mais.
Que o meu respirar te respire por vastas horas.
E que eu não saia de ti assim…
Porque você não vai sair de mim.

Somos tudo o que não há.
Somos moléculas que se desfazem
Ao som das músicas que tocam a alma.
Somos todos sentimentos porque a razão...Só constrói prédios.

18.07.2016

Rasgar-me ao meio
Talvez como em mais das tantas páginas dessa mesma história.
Sim, isso é desleal. Mas nessa sinto que há mais profundidade, como quando o gume a alma invade. Em duas partes minha razão se parte, em dois sentidos seguem meus sentimentos. É difícil dizer, é difícil até mesmo sentir.
Por hora o que há de mais racional e confortante é o isolo.
17.07.2016

Suas peculiaridades, seus detalhes, sua pose, todas essas facas. Os punhais e amores.
Tudo seu tão seu tão só, pintado de cores, várias! Seu mundo, seu riso e sua veste.
Seu semblante e o corpo que te veste, sois tu todo tal sentimento, sendo esse ser
que se aquece em lamentos, me alimento do seu fôlego, abraço a causa e contigo torço, meu inteiro te 'intera', teu inteiro me tem e visse versa a esse vago e além...

“Seria tu todo o encontro e desencontro da poesia vivida ao longa da estrada, hoje reunida em um só olhar?”