Coleção pessoal de henrique_santos_15

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⁠Casaco azul.


Ainda sem palavras ,

E que meus pés toquem os teus,

Não vejo ainda suas pegadas,

Vem de longe o teu sabor,

O teu olhar está no meu... ao céu,

Fico aqui a me olhar o tempo todo,

E me vendo sem ti, o nada é muito,

É tão pesado que ao deitar não durmo,

Pensar que o amor é um prazer,

E que o prazer é te amar,

Se faz em dor por tua ausência,

Um leva e traz de sentimentos.

Vou vestir-me da ilusão de sair por ai,

Descer as escadas com um casaco azul,

Um tênis qualquer ou o de sempre,

Sentar de frente ao mar,

Soletrar teu nome na areia,

Caminhar um pouco,

De maos dadas com o tempo,

Beijar o vento que por ti passou,

Olhar o sol que teve teu olhar primeiro,

Assim te sinto, assim te vivo,

Passar por rostos que me dizem olá,

Ficar assim por todo dia, junto a todos,

E com todos pensando em ti, amando a ti,

Ir a todo lugar e em todo lugar te levar,

Estar em tudo e em tudo você está,

Olhar as horas e já é noite,

Olhar a lua que você olhou,

Te levar por toda noite, tentar você,

Soltar-me de tuas mãos, se estivesse nelas,

Desligar a dor que me liga a você,

Caminhar sozinho, sem um coração marcado,

Não há lembranças, apenas sonhos,

Não tenho nada, é o desejo a me iludir,

É a paixão que me abraça dia e noite,

O amor sem um corpo a me adotar,

Com os açoites de tua voz,

Entregou-me a ti sem sentido,

E deixou-me no sentido de te amar,

Nem uma rosa posso eu te dar,

Que meus pés toquem os teus,

Mas ainda não vejo suas pegadas,

E me vendo sem ti, ainda é nada,

O amor que dói,

Dentro de um casaco azul...


José Henrique

⁠Azaléia⚘**

Gosto desta azaléia, minha mãe me deu a nove anos, mais ou menos, ela se foi em outubro do ano passado e ficou a azaléia e a cada nova flor um sorriso sentido...ficamos em alguma coisa...na memória, lembranças e nos corações de quem sempre nos amou...desta forma...somos eternos...

Sou o Zé ⚘ Simples Assim ⚘


José Henrique

⁠Onde quero...


Ainda aqui, ai ou por ai,

Sabe-se lá meu momento,onde está,

Ainda passeando sobre a terra que piso,

Arrastando desejos e sonhos em um vazio ditador,

Vago e ilusório é o chão que piso,

De promessas e conteúdo sem assinaturas,

A procura já me desistiu, desatamos de nós,

Deixou-me assim sem uma única nota musical,

Entre as canções não há mais nenhuma dança,

Um enorme não sei de tudo ou de nada,

Criando universos de opções, numerando estrelas,

Procurando sábios em loucos,

Plageando meu sorriso para os espelhos que me cercam,

Meus olhos estão distantes do qe vejo,

E não vejo o que quero ver,

Meus lábios não sabem o que dizem de mim,

Discordo de minhas palavras quando as ouço,

Silêncio eu entendo bem, é um diálogo mais sincero,

Apaixonado e verdadeiro é o sentimento,

Minto a mim mesmo e na verdade me calo,

Ouça-me por dentro, leia-me em seu coração,

O que amo está em mim, no eu guardado em ti,

Em um enorme não sei de tudo que sem ti é nada,

Não vejo o que quero ver,

Mas posso tocar no que sinto,

Quando caem minhas lágrimas,

Ainda que por aqui ou por ai ao sabe-se lá onde,

Estou sempre contigo,

Onde quero...



José Henrique

⁠Rebeldia.


Tenho seguido meu destino,

Porquê...tem de ter linhas tão tortas,

Mal consigo me equilibrar nelas,

Sempre caminhando com minhas humildes sandálias,

Um caminho de poças que a lama chega a meu rosto,

E quando há rosas não sinto o perfume,

E do amor, só desejo, saudade e esperança,

Criado de muitos corpos sedentos de prazer,

Onde a dor é apenas o que me pagas ,

Vivo sepultando as dores que a mim trazem,

Seguindo ilusões das ilusões que os sonhos trazem,

Então...Seja breve ao magoar,

Do contrário abra as cortinas,

Deixe-me dantes ver onde vou pisar,

cair é constante,

Tenho visto um mundo onde há verdade no amor,

E quando me abres os olhos, são pedaços que não se pertencem,

Cinzas de cinzas já vividas, não há alma e coração,

Partes perdidas no tempo, que a mim não dizem nada,

Embassadas com o amor que somente em mim plantas-tes

Traga-me o amor... o verdadeiro, não me sacio com sonhos,

Tenho de eternamente amar e amar...a que amor?

Sou um mortal que por mim o tempo deixa marcas,

Isenta-me das rosas sem perfume,

Entrega-me aos espinhos daquela com perfume,

Posta-me diante dos olhos e que a mim façam chorar,

Acorda-me deste sonho de ver um sol, que só me trás uma única sombra,

E na intolerância de minhas palavras aceite a minha dor,

Não quero caminhar por linhas tortas,

Eu não as escrevo assim, eu não as sinto assim,

Se não assim, embriaga-me do não sentir,

Afasta-me da poesia de meus desejos,

Liberte-me dos desejos de falar de ti,

Usarei de rebeldia em minhas palavras,

Quero a rosa com perfume,

Quero a alma de min'alma,

A vida de minha vida,

A minha carne podes tu ferir,

Mas poupe o meu coração,

Perdoe-me por amar sem amor,

Perdido a revelia...



José Henrique

⁠Quis evitar!

O bom dia,
O boa tarde,
O boa noite,
Por dias e noites evitei,
Eu sabia, eu sentia,
E por mais que te olhava eu evitava,
Tinha muito em te dizer,
Abriria portas de sentimentos,
Sentimentos intensos e incontroláveis,
Eu evitei a saudade que sentiria,
Eu evitei a sua dor,
Eu evitei o desejo de um beijo,
Evitei muito te querer,
Mas nunca evitei te ver,
Mas os dias, as tardes e as noites me chamavam,
Me queriam durante todo dia,
Eu sentia você sem bom dia,boa tarde e boa noite,
As noites já eram suas e contigo sonhava,
Quanto as tardes...já sentia teu imaginável perfume,
Eu te dei bom dia,
Eu evitei tudo,
Mas eu não evitei o amor,
Não evitei te amar,
Tua voz , teu sorriso, tua vida,
Não deixei o amor entrar, ele entrou,
Me deu de presente a saudade de você,
Saudade do seu beijo, do teu perfume e do teu abraço,
Saudade do teu olhar, teu sorriso, das tuas mãos,
Sentimentos por uma rosa que nunca toquei,
Me deu as lágrimas que agora escrevo,
Me deu você na distância do bem longe,
Te sentir no olhar para lua,
Na verdade do meu amor,
O eu te amo, sem pele, sem calor, sem tocar,
Que me faz sentir e desejar,
Sempre e para sempre, te dar bom dia,
Boa tarde,
Boa noite meu amor.


José Henrique

⁠Aos Pronomes...

Não sei...estou aqui, um eu,

Mas lido com amor,

Não conheço ou sei da minha alma,

Sinto dor de uma saudade que nunca senti,

Desejo um calor que nunca tive,

Talvez na vida, ilusão,do segredo,do não saber,

Na dor que a mim fere, na leitura um prazer,

No lindo de meu sofrer, nas lágrimas eu descanso,

Escondem um sorriso triste, encantador,

Sempre em fulga de si mesmo,

Conto as horas de um relógio sem ponteiros,

Sempre volto para mim, não vou eu ferir,

Respiro saudade da espera,

Para o amor sou um desejo,

Amo o simples que dificil tanto é,

Amando sempre na atenção do coração,

Razão de um viver é o simples querer ter,

Está nas rosas que ao dia admiro,

No perfume de diversos e eloquentes aromas,

Na sedução e ardor de seus espinhos,

Não sou eu sincero quando falo,

Nem sei falar com sinceridade,

Mas o olhar é verdadeiro e meu calar me leva longe,

Escrevo assim sem ter porque, ou todos.

Quanto a mim o tempo sabe,

Que tenho o tempo de meu tempo,

Escrevo sempre com amor,

Sem saber onde se lê,

Não sei o seu valor, mas sinto é com amor,

Que fala do sentimento, para todos os pronomes,

Sendo eu sincero, silencio a minha dor,

Mas jamais o meu amor.


José Henrique

⁠Sentindo frio.


Tenho o frio de meu inverno a suportar,

Quando em teu abraço, nega-me a vida estar,

Quando em teu viver quero habitar,

Ventos sopram dentro de mim,

Onde no imenso vazio não vejo fim,

É da falta de ti, de onde ainda não parti,

Deixei-me aos pés do sabor de teus beijos,

E quanto mais livre para amar-te,

Mais me prendo aos anseios de min'alma,

A esperança cai como folhas de outono,

E o amor guardado é em meu peito abandono,

Estou no tempo, nas rosas, nas palavras,

No perfume e na dor de quem me quer,

E na solidão de não estar,

Em beijos em jardins a procurar-te,

Recebendo rosas sem nenhuma poder plantar,

É no verão de teu calor e no olhar de teu sol,

Onde haverá vida para viver,

Haverá teu abraço a me aquecer,

Salientando a provocar o teu querer,

Precisando do abraço, não de um, mas o teu,

O teu que tem as quatro estações,

O teu que me faz sorrir e a felicidade derramar,

E neste desejo que não conhece o fim,

A esperança flerta com a saudade,

Tendo o frio do meu inverno,

Amor, sem o verão do teu calor,

No desejado abraço,

Onde tudo em ti está.



José Henrique

⁠Pedaços.


Tenho pedaços em mim

Que não se conformam em juntar-se

Sigo em pedaços sem mim

Quanto aos que deixo perdidos

O velho e incansável tempo

Cuida de reciclar

.

Sinto-me levado pelos amanheceres desta vida

Onde o anoitecer não me traz o confortável sono

Minhas pálpebras se recusam a abrir as janelas de min'alma

Um náufrago de meu atlântico leito,

Sem a certeza de que haverá um chão para pisar

Pedaços de mim vão ficando pelos caminhos

Ainda falsamente consigo sorrir

Meu caminhar é leve

Árduo de um completo vazio

De um coração amante.

Mas ainda lembro, lembro sim

Do sorriso que á muito perdi

Está na distância de meu olhar

No impossível de minhas mãos

Nas águas de meus olhos

No silêncio de minha dor.

Não serei pedra sem mover,

Água de um lago

Mas um rio de fortes águas

Renovando meus dias

E de novo encontrar

Pedaços...

Que faltam em mim.



José Henrique

⁠Longe...


Pensando... tanto estar longe

Muito distante de onde estou,

Mais perto de onde desejo estar,

A cada pensar mais longe de mim estou,

Fosse eu um desses que voam,

Os que sabem voar, os que não pensam,

Não carregam sonhos como pesos,

Sem desejos acorrentados aos pés,

Tendo dito e pelo não dito ou qualquer paradigma,

No eu, leve peso, como pedra sobre a relva livre,

A cada acordar o mesmo pedido,

A cada adormecer o mesmo fechar de olhos,

A mesma visão de um quadrado vazio de cores pálidas,

Domindo a domingo é só um dia após outro,

Dias que se perdem no tempo dessa eloqüente inèrcia,

Que seja um dia o dia do dia de se encontar,

Este barco, sem vela e motor, sem o vento ou a maré,

Entregue ao belo sol e a formosa lua,

Areia de um deserto que se move em si mesmo,

Um oasis sem visitas, na miragem do esquecido,

Rosa jogada ao chão, esquecida a cada chuva, mais um córrego,

Este que é o tempo, marca com suas garras intolerantes,

Então seguir adiante, no escuro incerto de ações sem sentido,

Sendo assim, estando sempre em mim e para mim,

Tocando sentimentos com as luvas da paixão,

De um coração impenetrável, Envolvido no vinho do amor,

Amor que não se move, amor que não se tem,

Deita e dorme com a saudade,

Abraçado a esperança, aquecido no desejo,

Muito distante de onde estou

Longe...sem onde.



José Henrique

⁠Você é saudade...

Penso em você que o tempo não me trás,

É com dor que o amor me consome,

E ainda assim o amor não é capaz,

Meu pensar e meu silêncio apenas dizem a mim, somente a mim.

Gosto de estar comigo quando estou contigo,

Pois é esta a única forma de me encontrar em mim mesmo,

Onde longe de ti sou apenas uma rosa que se perde sem admiração,

Que seja o tempo responsável de toda minha solidão,

Seja o amor o culpado deste aperto em meu coração,

Mas não seja você a causa de minhas lágrimas,

Pois quando estou contigo não sei chorar,

E se caem lágrimas quando a teu lado estou é porque te amo,

Hoje desejo negociar com meu sono solitário,

Trocarei todos os meus sonhos pela realidade de a teu lado estar, Apenas pelo tempo de um longo e doce beijo.

Não quero mais sonhar ou desejar, não quero mais querer sem ter,

Minha vida me cobra ao tempo e ele não quer parar e me ouvir,

Ele apenas passa velozmente e só a tenho na distância deste amor,

É como água em minhas mãos.

O que desejo ainda está em meus desejos,

O que mais sonho ainda continua em meus sonhos,

Desata-me da poesia de minhas palavras,

Destinando-me a ser um aventureiro da razão,

Que a emoção e meu coração sejam imunes a esta dor,

Que a dor o tempo leve, que a brisa de um vento livre venha me bastar,

Que me deixem os sonhos e desejos, onde a dor é recompensa,

Que a saudade seja presença,

Que seja aqui e agora, neste exato momento,

Que eu não acorde pensando no amanhã e sua possibilidade,

Mas acorde no hoje,

Que eu abra meus olhos e não esteja sonhando,

Que eu abraçe o meu lado esquerdo e encontre o que desejo,

Que você! Meu sonho ,meu desejo, minha sede,

Não sendo mais a saudade!

Mas o amor de verdade.


José Henrique

⁠Sem razão...

Vivendo numa ártica solidão,

Gélidos pensamentos,

Que a lugar algum direcionam,

Lugar algum que não esteja você,

Traçando atalhos, cada um tem seu nome,

Cada passo, tua direção, a razão á muito me deixou,

O coração grita mais alto que sábios e teorias,

Dita todas as regras e passou a acreditar no sentido seguir,

Não faz, sabe ou quer definir o certo do errado,

Quer somente seguir um sentimento, o de min'alma,

O que lhe dá prazer, esperança e vontade de viver,

E para isso, contar as horas de aflição,

Esperar no tempo como um iceberg no frio da solidão,

Sonhar no passar das horas, que seja o amor maior que o tempo,

Suportando presença constante da distância que os separa,

Iludindo a saudade com as imagens que não pode tocar,

Monólogo coração, sempre um só pedido...você,

Portas fechadas ao mundo,

Bastou para dar sentido a vida,

Sentir que verdadeiramente que não quer a razão das coisas,

Quer o sentimento delas, o sabor de vivê-las,

Coração assim, sentido sem razão,

Pulsa na saudade, nas lágrimas da solidão,

Sangra o amor mais puro e verdadeiro que possa sentir,

Vive na liberdade de escolher amar,

ainda que na dor,

Neste coração que habita um corpo,

Onde min'alma reconhece a tua.

E quando meu beijo beijar o teu,

Meu abraço molhar seus ombros,

Que meu olhar seja sem palavras, Quando lágrimas molharem meu rosto,

Será dentro deste teimoso e sábio coração,

Que direi,

Te amo sem razão.


José Henrique

⁠Legado Poeta.


Na poesia, sentimentos.
Esconder a dor em um sorriso.
Descansar no amor o seu desejo.
Do amor silencioso e secreto,
Publicado ao mundo sem temor.
Trás no peito o coração de um carinho,
Que toca distante seu amor.
Tem na alma o perfume de uma rosa, sem vida pela dor.
A solidão traz as palavras e a saudade a inspiração,
Que deseja o amor no qual escreve.
Tem nos olhos o mundo de mãos dadas.
Que ontem chorou, hoje sorri.
Amanhã é ainda um sonho e um desejo incolor.
Em linhas sem vida, de páginas pálidas,
Deita palavras que levam os sentimentos,
Mais puros e verdadeiros, para muitos e não importa.
Os desejos mais simples,
Que em olhares e sorrisos se escondem,
Que se desmancham em lágrimas da saudade,
No abraço do encantado e encantador.
Tocar sem sentir na leitura do leitor.
Legado nascimento.
Escolhido pelo amor.
Amado pelo sentimento.
Desejado no desejo.
Adorado pela flor.
Vive a vida o Poeta.
Toda sua intensidade,
Na alegria ou na tristeza,
De sentimento e muito amor.


José Henrique

⁠Fuga.


Quando fugi de mim
E cada vez mais longe
E mais longe eu fui de mim
Mais perto era o aqui
Quando já muito distante
Percebi que o mais longe de mim
Era sempre o mais perto, daqui
O mais junto, daqui
Era sempre dentro de mim.
Eu nunca sai de mim
Não vou sair ou me retirar
Não daqui
Sempre que de mim fugi
Eu daqui nunca sai
Sempre dentro de mim
Cada vez mais aqui
Posso sair daqui
Mais nunca fugir
A porta que se abre aqui
É sempre uma fuga
Muito mais de mim
Para dentro de mim.



José Henrique

⁠Anjo meu.

Ainda que digam que anjos não existem

O que seria de mim sem a tua existência

Sinto-me bem

Sinto-me leve

E quando preciso voar,

Tuas asas me levam

Devo admitir sim meu anjo

E por mais que não vejam tuas asas

Eu sinto o teu amor

E por tudo que é bom em você

É que consigo ver o sol

Já me basta te sentir

E sorrir no teu sorriso

Nem viver sem tua vida

Só apenas peço a lua que olhamos juntos

A mesma lua que distante nos cobre

Que de anjos não entendo

Mas de amor vivo aprendendo

Se um dia no amor me perder

De amor não padecer

De amor sempre viver

No silêncio do escrever

O sentimento de um ser

Que assim deseja ser

Mesmo sem o prazer de um prazer

A um anjo sempre pertencer

E que seja sempre você.



José Henrique

⁠Ambulante...

Ainda me banho nas águas da loucura de acreditar

Que é possível viver sem quebrar pratos

Sentar e saciar fome e sede

Como um cansado ambulante da vida

Das sobras de amor ou de enlatados carinhos com prazo de validade vencidos

Plantando roseiras a espera da rosa perfeita

É razoável esperar nas frases e irrisório permanecer sonhando

O real se confunde na insistência do que não existe

Apesar da clareza com que a vida mostra

E esse combustível chamado esperança

É apenas adrenalina dos sonhos

E os sonhos sempre terminam ao se abrir os olhos

Sonhar acordado é puxar carroças pesadas numa estrada de pedras

Mas são apenas frases de palavras fúteis

Que serão lidas em forma de poesia ou pensamentos de um pouco sonhador

Para muitos a vida é uma escola onde se aprende errando

Para outros uma cama onde é possível sonhar

Seja ela o que for, um dia termina

E continua no dia seguinte

Abastecida da esperança

O combustível que nos faz seguir sonhando

Plantando roseiras esperando a rosa perfeita

Na escola ou na cama

Acordado ou não

A vida é um sonho.

E é possível sonhar.



José Henrique

⁠Desvendar-me.


Abrir janelas e portas do meu ser
Ver a luz que se esconde dentre as frestas de min'alma.
Abordar-me em uma das esquinas que a cada dia evito.
Renovar o ar que me segue sem respirar.

Rosas devem ser levadas e entregues.

Um novo e entusiasmante perfume ao corpo.

Deixar fluir a vida trancada em pensamentos fúteis.

Embebecido aos goles de uma sobriedade maldita.

Ser meu jardim feliz e cultivar as rosas que devo eu entregar.

Alimentar meu viver das piadas de botequim.

Deixar que o bom vinho sente-se a minha mesa novamente.

Que sente-se quem quiser, sempre .

E sente-se sempre.

Sendo o novo, sorriso alarmante e espalhado a uma platéia qualquer.

Mudanças da falta de hábitos e hábitat.

O que é deixará de ser para sempre.

Desvendando-me para eternidade do amor ,

Buscando não a felicidade eterna, mas a do abrir dos olhos de cada dia a se viver.

Que seja vivido de portas e janelas abertas ou sem elas.
Na coragem do coração que retorna
Que seja,
Que seja desvendado,
Que seja !



José Henrique

⁠Meu hoje...


Estive tão contigo hoje

Que nem pensei no amanhã

Até esqueci o que fiz ontem

Que o amanhã seja o nosso hoje

Que o ontem se guarde por si só

O que dentro do meu coração cabe

É nada além do presente

Que é o hoje de ter você

Querendo todos esses hojes

Transformando todos os amanhãs e ontens

No melhor tempo de nós dois

No que estamos juntos

No que estamos realmente nele

Desde do amanhecer

Quando abro os olhos

Me vendo nos teus

Até o anoitecer

Quando minha última visão

...É você!



José Henrique

⁠No silêncio de suas cores .

E quando a noite enfim pousou

Não envaideceu, assim percebeu

E era o mesmo assim anoitecido

Não esmoreceu com a escuridão

A vontade de viver não empobreceu

E mediante o olhar da noite

Viu que não nem sempre era a luz do dia que a trazia com a mais bela visão.

Era a escuridão de seus olhos fechados e silenciosos que a trazia com perfeição.

Tinha de ser de forma pura e distante,

Apenas a lembrança de que ainda e sempre existirá.

Doce você, doce e silencioso amor que resiste ao tempo e a feriados sem destino.

Se ao olhar os quadros em um stand não vejo cores é porque não há cores ali para mim.

Olhar para todos e não ver ninguém, é que não há ninguém para mim.

Ver a mim assim no sempre eu comigo mesmo.

Não esmoreceu, não envaideceu e não empobreceu o que aconteceu.

Não me recordo o dia que parti, pois sinto que nunca o fiz.

O rosto da chegada é bem mais claro na minha lembrança e assim fica.

E apesar da solidão, é o silêncio mais prazeroso de alguém.

É nele que pinto os diversos quadros de sua lembrança.

Todos em todas as formas e cores, sentimentos e dores.

Com tons suaves e fortes misturados as cores de um amor que só a vida pode colorir.

E por mais distante, noite ou dia,

Escuro ou claro, continuo a pintar quadros de muitos sonhos .

Do amor que calado apenas sente,

O silêncio de suas cores.




José Henrique

⁠Sobrenome.

E quando o tempo parou para mim.

Foi quando tive medo.

Meus olhos descoloriram o mundo a meu redor.

Não vi mais nenhum arco íris,

As flores perderam o perfume da vida.

Trancado em mim sem cores.

E assim não gostei mais do espelho.

Perdi os vestígios de minha vida.

O ar era apenas um caminho de passos não mais ouvidos.

Tive de nadar em águas profundas.

Em um mar desconhecido a deriva de mim mesmo.

Assim por muitas noites , dias tardios.

O sol nada significava e a noite era sempre perfeitamente silenciosa e solitária.

Fez-se um ártico da minha alma gélida.

E assim sigo sem sentir, sentindo muito.

Sem o que chamava de eu,

Como a ver anúncios de procura-se.

Traçando rumos sem sentido ou direção.

Sou eu a agulha no palheiro.

O palhaço na corda da bamba.

O trem descarrilhado.

Um botão que não abre.

Emperrado sem tranca, preso na liberdade.

Poder ir e nunca saber onde.

E onde quer que vá, não me ver onde estou.

Alguém que olha o espelho refletindo um rosto que a vida decidiu demolir.

O soldado da batalha perdida ainda com munição para lutar.

Ainda vale a pena lutar pois ainda sou eu

Mesmo estando em um copo d'água

Eu sou a tempestade.

Mesmo tendo tudo e nada

Ainda tenho nome, ainda me chamo, ainda grito por mim.

Meus dedos cabem alianças,

Meu coração ainda vive em mim,

O amor é minha fé,

Minha vida tem meu nome,

Mesmo que ainda,

De sobrenome ninguém.




José Henrique

⁠LEIA-ME...

MUDEI MUITO DESDE A ULTIMA VEZ,

DÊ UMA OLHADA PARA MIM

ME PERDI NOS LIVROS QUE LI

NOS CAMINHOS ESCREVI O QUE VI

DE UMA OLHADA PRA MIM

NÃO VERÁS MAIS DE ONDE VIM

APENAS UMA ENVELHECIDA ESSÊNCIA

EM UMA JUVENTUDE AMADURECIDA

MUDEI MUITO NA CAPA E NAS FOLHAS ESCRITAS

NADA APAGUEI NADA PERDI

NÃO TENHO ILUSTRAÇÕES,MAIS LENDO ME VERÁS,

ENTENDERÁS QUE MINHA VIDA TEM HISTÓRIA

DE UMA OLHADA EM MIM

LEIA-ME E ENCONTRARÁS O SEU MELHOR CAMINHO,

ENTENDA-ME E APRENDERÁS UM POUCO MAIS DE SI,

DEIXE-ME SEMPRE A MÃO,

BEM PRÓXIMO DE SEUS OLHOS,

NUNCA DEIXE-ME FECHAR,

NUNCA ME INTERPRETE OU FAÇA ARTE DE MIM.

SEM JULGAMENTOS,

APENAS LEIA-ME.



José Henrique