Coleção pessoal de hbimorethi
Criado no paraíso,
Assistindo maravilhas,
pôr do sol tom laranja,
contrastando na mata,
refletindo no rio,
Desenhando traços
da ilha, na praia.
Quando menino,
tardes a fio...
saltando e virando salto,
no flutuante à beira do rio..
O Açaí da terra,
cor maravilhosa,
sempre doce, muito açúcar.
colher molhada,
farinha de tapioca mergulhada.
O tucumã sempre fresquinho,
farinha amarelinha,
e a preguiça de descascar...
A igreja matriz,
Aquele escuro cantinho,
onde pela primeira vez,
provei o sabor de uma boca..
A Praça e seus bancos,
o suco fresquinho de cupuaçu...
Os ensaios das lendas,
som que ecoava final da tarde,
as meninas dançando,
e meu olhar acompanhando atento,
o bailar dos corpos...
O som do Flamengo,
que invadia a casa de madrugada,
atrapalhava o sono,
agitava a cidade.
Era assim Novo Aripuanã,
nos meus melhores tempos.
Criado no paraíso,
Assistindo maravilhas,
pôr do sol tom laranja,
contrastando na mata,
refletindo no rio,
Desenhando traços
da ilha, na praia.
Venho pensando tanto,
tentando tanto,
curtindo tanto,
escolhendo tanto.
E ainda assim vazio,
Sou baú sem chave,
Aprisionando tesouros.
Onde estaria a chave?
Quero alguém...
..Que ocupe o espaço,
que a solidão toma conta,
que dê cores fortes ao meu cinza.
...Pra proteger do frio,
nas noites chuvosas,
acolher em meu peito,
envolver em abraço,
ouvir meu suspiro,
misturado ao bater do meu coração.
..Que esteja presente
em meus mais belos sonhos,
que em meus piores pesadelos,
seja herói..
..Que me apresente um futuro,
construido a dois,
onde livres apenas nossos pensamentos
as mãos sempre coladas,
as minhas nas tuas.
..Que seja a perfeita companhia,
me faça esquecer
que um dia estive só,
transforme nossos minutos
em horas de satisfação.
...Que me faça ser grude,
e goste de estar grudado em mim,
e quando não em meu corpo
em meus pensamentos.
...Que a todo dia
acorde feliz,
com seu bom dia,
ou faça ficar aflito
esperando a próxima mensagem tua
Quero um amor assim...
Deus, envie pra mim...
Venho pensando tanto,
tentando tanto,
curtindo tanto,
escolhendo tanto.
E ainda assim vazio,
Sou baú sem chave,
Aprisionando tesouros.
Brisa que arrebata as janelas de meu quarto..
Seria teu nome a uivar no vento?
Sem hora nem convite,
adentra enxerido,
invadindo, tomando posse.
Brisa que arrebata as janelas de meu quarto..
Seria teu nome a uivar no vento?
Sem hora nem convite,
adentra enxerido,
invadindo, tomando posse.
Me acompanha à loucura,
somente o pensar da tua presença,
Não cessa…
Não emudece…
Só cresce...
Pensar em ti,
me abala o emocional,
palpita o peito,
falta o ar,
e escorrem lágrimas.
Saudade pertinaz,
que criou raízes…
Trancou sentimentos,
amor e desejo,
que nenhum outro beijo despertará..
Onde estarás,
será que me ouve?
Resta-me a demência,
amnésia…
Afugentando de minha consciência
que o talvez não existe..
além do além.
Foi mais que volúpia,
além de corpos conexos,
além da junção dos sexos,
Beijei a alma,
Senti-me intenso,
como se a eternidade,
fosse um mar imenso
de felicidade...
Raro Momento.
Raros momentos,
transbordam pensamentos..
evocam sentimentos,
Relentando minh’alma
caem desatentas,
gotas de tormento,
nada acalma.
Amar nunca foi perda,
nunca foi dívida,
foi dádiva…
presente…
Amar em tudo…
Em sonhar,
… deitar,
… compartilhar,
... viver,
… morrer,
… deixar partir.
Queimou meu coração,
pulsou minha alma,
Nunca esfriou em meu peito
Amar, amor perfeito..
Foi mais que volúpia,
além de corpos conexos,
além da junção dos sexos,
Beijei a alma,
Senti-me intenso,
como se a eternidade,
fosse um mar imenso
de felicidade...
Na casa de meus avós...
Copos de metal.
Décadas adentro, firmes e brilhantes.
Úteis...
Na de meus pais?
copos de vidro,
anos adentro, trincados e sem brilho,
Ainda úteis..
Na minha?
Copos de plástico..
sempre trocados quando não me servem mais,
mais belos os substituem,
Cada vez duram menos....
O que houve comigo?
Grudou feito cola em meus pensamentos,
como aquela música que infinitamente toca.
Inexplicável! Não é desejo!
É forma pura de pensar em alguém
É um cuidar, um querer bem
É vontade de fazer carinho
De ser só dela o tempo que passa devagarinho..
Não ter olhos pra nada e ninguém,
O rosto e os olhos dela já me convém,
Dela preciso a vida inteira.
Sei que não há perfeição, mas de toda maneira...
Nossos defeitos?
Uma questão passageira...
Descobrirá os meus e eu os dela,
que possamos nos abraçar na janela,
e observar os pássaros,
o horizonte entre o verde e o azul.
O cheiro dos seus cabelos ao vento,
assim é que voa meu pensamento,
Eu e ela em uma varanda de mãos dadas,
Sentados em uma cadeira confortável,
o rosto e o corpo cansados pela idade,
assim que se planeja a felicidade.
Entre a alegria e a tristeza,
andando entre migalhas...
Algo incerto, mas esperançoso...
Entre a inspiração e o descontentamento.
Descarrego no tempo a ânsia da resposta,
Entrego ouro de minh'alma
e trata como pirita..
E quando finjo desistir duas palavras são lançadas,
Amarra-me como tolo e reinicio a jornada.
Eu e ela em uma varanda de mãos dadas,
Sentados em uma cadeira confortável,
o rosto e o corpo cansados pela idade,
assim que se planeja a felicidade.
Transpira e se retorce,
Murmura o inaudível,
Enquanto caminho pela pele sedosa,
Sabor loção corporal.
Minha língua te bebe,
Meus instintos te acendem.
E o amor se prepara.
Leia meus olhos em menos de um minuto,
Leia minha pele parda,
Leia minha face estranha e assimétrica,
Leia meu corte de cabelo, minha tatuagem, minha estatura... Leia minha frase toda e me retorne um resumo estereotipado. Um pouco de mim que todo mundo vê. Sou aquela caixa feia com bombom de chocolate com recheio de cupuaçu. A caixa sem estilo velha e mal desenhada, cheia de cores que não combinam em nada.
O que me faz crer que haverá algo depois que minhas carnes estiverem sendo devoradas por vermes imundos?
A fé é uma forma de não morrermos cedo por desespero. Talvez as religiões existam para que tenhamos o que temer, pela recompensa de uma esperançosa vida infinita. Tolos de nós....
Queria eu crer na fé.
A fé que faz cegos.
Assim também teria esperança...
Sempre insensatos,
Escravos de não sei o quê...
Orgulho... Demência? Ou Doença?
Essa última talvez a psicanálise explique.
Sabemos que estamos em erro,
Nesse erro mergulhamos fundo.
Já sabendo o desfecho.
Não nos entregamos tão fácil...
A derrota é admitir o erro,
Que foi tolo...
Mesmo assim protegendo essa pseudo-honra.
Até o último propagar sonoro de voz.
Besta Bêbada
Tristemente demonstra o passado,
O fui e o fiz, trespassado de arrogância
Da mais fútil e vil ignorância
De meus próprios atos devassos.
Fugi aos princípios ideais.
Atos inúteis e amorais.
Destruí meu palácio.
Paisagem que ali Deus havia inventado.
Como a besta evocada, tudo destrocei.
Nada sobrou de beleza,
O que era riqueza tornou-se ruína.
nada então é fascínio, aos olhos que observam.
Como uma fera saciada de sangue, repousei...
Acordei em meio ao nada...
Nada sobrou..
Tudo pus ao chão.
Sentei-me e repousei as mãos na cabeça.
Sinal de arrependimento e ressaca!
Minha virtude?
Minha sabedoria?
Minha honra?
Nem isso me resta..
Que penúria! Da minha alma, do meu ser.
Tudo era momentâneo! Que horror!
O momento de explosão!
Achar que era mesmo necessário?!
Que estupidez a minha!
Aceito minhas falhas!
Tudo foi minha culpa!
Rastejo sobre os joelhos e peço!
Que minha paisagem eu consiga REERGUER.
Ergo-me com a missão: RECONSTRUIR!
A original forma jamais terá!
Pouco a pouco, pedaço por pedaço.
Reconstruirei meu castelo.
E enfeitarei com pétalas e flores, o meu jardim interior.