Coleção pessoal de hardric
Acredito que em cada dia das nossas vidas, há um momento mágico. Único!
Alguns, levam-nos a pensar, que se repetem. Jamais. São sempre diferentes, há sempre algo que os diferencia do outro que já vivemos. Um gesto. Uma palavra. Um toque de duas mãos. Um sorriso. Um olhar apenas. Algo acontece - ou não - que o torna diferente, mais completo, mais intenso... ou mais frio e distante. Por vezes a diferença é também marcada pela falta, do que já vivemos um dia.
Há alturas em que andamos distraídos e não damos conta do que temos de bom, a cada momento único, que nos deixa extasiados.
Outras vezes andamos tão atentos, que percebemos as diferenças, do que temos agora e do que já tivemos um dia e de como uma falta, por pequenina que seja, pode cobrir de sombra o que já foi maravilhoso.
Porque quem ama, sente profundamente essas diferenças, por muito pequenas que sejam, por muito que a outra pessoa tente ser igual.
No amor só há duas cores. Não há meias cores. Podem ser as que quisermos. Mas só há duas. Para mim será branco e vermelho! Uma delas representa o dar, oferecer tudo sem limites, como se dessemos todas as cores numa mistura, que pode representar esse amor, a quem entende o significado do dar, a subtileza do sentimento, a sinceridade de um olhar, de cada toque, a ternura de um sorriso, o som de uma voz que nos percorre a alma e o corpo, o momento sem pressa, sem tempo, sem direcção.
O vermelho é a paixão, sempre ouvi dizer que era a cor da paixão. E representa a forma carnal do amor. O amor e a linguagem do corpo. A forma como ele demonstra ao outro tudo o que há para dar. É o amor mais rápido, que dura menos tempo, mas que se renova a cada encontro, a cada contacto com aquele corpo que amamos, a quem queremos dar e de quem queremos receber todo o prazer.
Não pode haver no amor, só a cor "vermelho", o amor que vive só dessa cor não dura. Tem que haver o recato, a simplicidade, a sinceridade e a pureza do branco.
Só esse dura e perdura. E resiste ao vermelho, sem se deixar tingir pela força dessa cor.
Tudo isto para dizer que ontem, vivi de uma forma intensa o meu momento mágico do dia.
E nesses momentos, eu senti a diferença de outros que já tive.
Senti a diferença no beijo, no toque das mãos no meu corpo, nas palavras, e principalmente no que já não sou capaz de te fazer sentir.
Nos teus sentimentos por mim, nunca existiu o branco ou o vermelho...
Será que o «transparente» também pode ser uma cor?
Para mim, essa é a «cor» do que eu represento para ti.
Perdoa-me! Foi apenas isso que senti ontem, numa tarde cheia de cores... que só eu vi!
Definitivo
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
O Medo do Amor
Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
Nunca diga te amo se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.
A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.
Vida
Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.
Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!
Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.
Aprendi..
Que amores eternos podem acabar em uma noite;
Que grandes amigos podem se tornar ferrenhos inimigos;
Que o amor, sozinho, não tem a força que imaginei;
Que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno; Que nunca conhecemos uma pessoa de verdade,
afinal gastamos a vida inteira para conhecermos a nós mesmos;
Que confiança não é artigo de luxo, e sim de sobrevivência;
Que os poucos amigos que te apoiam na queda são muito mais fortes do que os muitos que te empurram;
Que o " nunca mais" nunca se cumpre;
Que o "para sempre" sempre acaba;
Que minha família, com suas 1000 diferenças, está sempre aqui quando preciso;
Que ainda não inventaram nada melhor que colo de mãe desde que o mundo é mundo;
Que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo;
Que vou cair e levantar milhões de vezes...
E ainda não vou ter aprendido tudo!
No amor, fiquem juntos, mas não tão juntos, pois os pilares do templo ficam bastantes afastados e o carvalho e o cipreste não crescem um na sombra do outro.
Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe.
Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.
Hoje em dia todo mundo está se especializando. É um erro. Várias espécies biológicas se extinguiram porque se superespecializaram.
O amar:
é a cada dia doar,
entregar sem pedir,
sonhar sem fingir
é gostar sem parar.
parar não é amar,
pois amar é continuar,
continuar sonhando,
é sonhar sem parar.
Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona. Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação.