Coleção pessoal de GuriaPoesia
A QUEM INTERESSAR POSSA!
Quero te esclarecer que se deleto ou
Se eu bloqueio amigos ou parentes de
Aplicativos, se ganho inimigos, é porque
Preciso urgente, me reconciliar comigo
Antes que fique doente, afinal há muito
Ando de saco cheio de me permitir partir,
Para que os outros continuem inteiros!
Guria da Gaúcha Poesia
Daqui pra frente, vai ser bem diferente,
Pois só vou deixar andar ao meu lado
Quem ao invés de tentar deixar o meu
Dia escuro, o faz ainda mais iluminado!
Guria da Gaúcha Poesia
QUANTAS VEZES...
Tive um problema,
Dei um telefonema
E um não recebi,
Esperei a mão dum amigo
E estendida eu não vi,
Eu precisei falar e
Ninguém quis escutar,
Doei meu coração e
Conheci, mais que a
Solidão, a ingratidão,
Eu fui toda amor e
Convivi com o desamor,
Estive presente na hora ruim e vi
Ausentes nas que vieram pra mim
E ao invés de me revoltar pelo revés,
De taxar de inimigo o pseudo-amigo,
Fiquei triste, por ver que o amor existe
E tanta gente não sente, pois no outro
Jamais pensa, não tem consciência e
Segue egoísta, bem materialista, sem
Sequer sonhar com a palavra altruísta,
Sem poder dar valor ao amor, afinal o
Amor só acontece para quem enxerga
E conhece o que a sua volta acontece,
Para quem reconhece, cuida e merece!
Guria da Gaúcha Poesia
CONSTÂNCIA?
Só de inteireza da dúvida,
De andança da mudança,
De certeza da incerteza!
Guria da Gaúcha Poesia
Se queres viver bem, esquece a esperança
De manter constância e aceita a inconstância
Que involuntária aparece, permanece e não
Desaparece mesmo que não queiras mudança!
Guria da Gaúcha Poesia
Só hoje eu percebi que a escuridão que aos
Poucos tomou conta do meu coração, que a
Sofreguidão da louca solidão que vivi, que a
Minha sofrência na essência, veio de ti, guri,
Da tua ingratidão, do teu egoísmo, do centro
Do teu umbigo, à margem dos meus motivos
Tão sem sentido ao pé do teu ouvido, que me
Fez adoecer e desta depressão quase morrer!
Guria da Gaúcha Poesia
QUEM FOI
Quem foi que ousou furtar
O teu sorriso, te fez perder
Abrigo, roubou amigos e te
Colocou em tamanho perigo?
Quem foi que te iniciou nesta
Festa tão funesta, sumiu e não
Assumiu que não saiu desta?
Quem ofuscou o teu olhar que
Era tão genuíno com falso brilho?
Quem foi que atormentou com tão
Errôneo açoite tuas noites, quem
Envenenou de vez os teus dias e
Rasgou tuas saudáveis fantasias?
Quem foi que te fez negar a tua
Realidade, mascarou a verdade
E te fez viver com tanta falsidade?
Quem foi que acordou tua insônia
E te receitou calmantes de forma
Tão perversa quanto perseverante?
Quem foi, anda, me diz quem foi,
Que criou este mundo de lágrimas,
Que arrasou tua alma com mágoas,
Afogou teu corpo quase morto e te
Prendeu com a liberta dependência
Desta tua tão crescente decadência?
Quem foi que estragou a tua cabeça
E te exigiu terapia, incessantemente,
Todos os dias até o fim dos teus dias?
Quem foi esta majestade vil, decadente,
Que de insubstituível é totalmente inútil,
Que de fundamental não serve pra nada
E que de prioritária é a última das coisas?
Tu sabes bem quem foi e como foi porque
Existe apenas uma coisa que é a coisa, só
Uma droga que até no nome é uma droga,
Que há tanto te droga, troca, aporta, torta
Suporta e não vê a hora de te ver morta!
Guria da Gaúcha Poesia
MEDÍOCRE
Que vil verdade é esta
Que tua vaidade criou
E que poder de errado
Valor ora te comprou e
Tomou conta de ti, guri
E por que preferes, queres,
Feres, diferes e somente
Digeres o que gera a fama
E ostenta uma boa grana?
Achas mesmo isto bacana?
E por que te alimentas com
O materialismo e te sustentas
Com este doente consumismo?
Enfim, por que tu te concentras
E centras em tantas idiotices e
Nos convites destes teus parcos
Limites e ainda, por que o centro
Do teu umbigo é teu melhor amigo?
Olha, pensa, pega agora tua carteira
De identidade para tentar reconhecer
E ver de perto, autenticada a cara da
Covarde futilidade que se apossou do
Teu nome por pura ganância, arrogância
Da tua genuína ignorância, por louca valia
E pouca serventia, por ridícula, medíocre,
Rasa, temporal, pseudo e irreal soberania!
Guria da Gaúcha Poesia
Pedaços de Mim,
Página 55
1999
Se tu queres mesmo saber o que penso a
Respeito do sujeito que não sabe escrever,
Se penso que ele deveria ser suspenso ou
Ir direto para o xadrez por ter assassinado o
Português, te digo que nem penso, dispenso!
Guria da Gaúcha Poesia
Aquela borboleta voando parecia que florescia,
Que estava dançando uma melodia na poesia!
Guria da Gaúcha Poesia
SÓ ELE...
Só ele me dá paz, porque traz aconchego,
Só ele eu percebo bem amigo na hora do
Perigo, só com ele me sinto protegido do
Inimigo pelo seu jeito aguerrido, só ele me
Enche de beijo e me deixa com desejo pelo
Seu cheiro, boca louca, voz rouca, roupa pouca,
Chamego, molejo, traquejo e nada oculto desejo!
Guria da Gaúcha Poesia
Só quem conviveu com teu desamor
Conheceu bem o significado do que
É indevido, do definido indefinido, do
Definitivo indeferido, do avassalador,
Do único, do intrigante, do torturante,
Do predador, do radical, do dominador,
Do conservador e do destruidor do amor!
Guria da Gaúcha Poesia
Só quem conheceu o teu desamor
Conviveu com o significado definitivo
De indefinido, indeferido, avassalador,
Intrigante, torturante, predador, único,
Último, dominador e destruidor de amor!
Guria da Gaúcha Poesia
ALMA INDIGENTE
Carente, doente e decadente pela alma a cada
Dia mais indigente, foi como me senti quando
Andei bem abaixo da linha da pobreza afetiva
E eu não te percebi alinhavar um só ponto pra
Tentar amenizar, minimizar, aliviar, remendar,
Remediar a minha dor, ao contrário alfinetaste
Mil intrigas, criaste briga, costuraste armações,
Manipulaste milhões de emoções e corações,
Enfim, participaste sim pro meu fim, pois efetiva
Querias acabar com a minha vida afetiva, afinal
Impertinente na vida que não te pertence, bem
Intransigente te metias noite-dia, já que querias
Ver-me morrer temente e doente como indigente,
Independente de contingente e continente, talvez
Somente pelo desamor desta gente meio demente,
Mas inteira tão indiferente à sina desta minha vívida
Fadiga pela desesperança assassina que não cansa
E alcança minha vida a cada dia menos bem-vinda e
Bem mais falida, maltrapilha, maldita, mendiga e suicida!
Guria da Gaúcha Poesia
Um Natal legal, especial , sereno e pleno
É cheinho de amor, amor que vai te fazer
Merecer conhecer a paz essencial que tu
Precisas ter e manter pro renascimento dos
Teus melhores pensamentos e sentimentos!
Guria da Gaúcha Poesia
IMPOTENTE
Hoje se apossou na minha entranha uma estranha
Sensação de marasmo, de marasmo sem limite,
De prostração infinita, de verdadeira apatia.
De parada geral mesmo, de aguda paralisia.
Sinto-me tonta. Tento abrir os olhos.
Mal consigo ver pequenos pontos cintilantes
Que faíscam ao redor da minha cabeça.
Que horas são? Onde estou? Quem sou?
Tento inutilmente pensar.
Minha mente flutua, meu pensamento mergulha.
Falta-me a razão, a lógica, a coerência.
O que será isto?
Será depressão, acaso doença?
Será a loucura, a famosa demência?
Que confusão é esta que me meti até então?
Estou enlouquecendo, só pode ser.
Como explicar as divagações, contradições
E utopias que ora habitam o meu ser?
Por que me sinto assim, parada, completamente
Catatônica, estagnada, se de dúvidas estou
Enraizada e de inquietude totalmente tomada?
Estou tonta. Sinto-me frágil, insegura.
Devagar, até andando, mas quase parando.
Impotente, cambaleante, quase caindo.
Sonolenta, amortecida. Quero gritar, não consigo.
Sequer faíscas enxergo. Sequer as perguntas me indagam.
Sequer as respostas respondem. Suspiro. Um único!
Seria á o último? Será que a vida ainda me resiste?
Sei lá, mas que é louco, é louco, pois não estou triste
Nem um pouco e até sinto-me melhor, meio contente,
Vejo poucas coisas na minha frente e uma luz diferente.
Há pessoas falando, chorando, um padre já confortando,
Flores e luzes velando! Velando, eu disse isto?
Meu Deus, será que velam eu? Sei lá, só sei que daqui
Eu já posso ver! E até mesmo começo a entender!
Tudo o que me afligia, o marasmo que sentia,
Era eu mesma acabando, era a morte do meu
Ser humano neste plano chegando, era a vida
Em um outro plano começando e me preparando!
Guria da Poesia Gaúcha
Lavando a Alma,
Página 43
1989