Coleção pessoal de guibsonmedeiros21

⁠Marcas!

Não desisto, não entrego
nem me furto do destino
nas arengas não errego
onde aponto me defino
as raízes que não nego
são as marcas que carrego
que me faz ser nordestino.

⁠O Nordeste é pra amar
nunca vi terra tão linda
é banhado pelo mar
onde a natureza brinda
perfeito pra visitar
e pra morar, melhor ainda.

⁠Nordestino sim senhor
do arreio e do gibão
do vaqueiro aboiador
do roceiro e do peão
sou mais um agricultor
sou da paz do interior
que só existe no sertão.

⁠Nordestino quando some
foge da seca medonha
na distância nada come
muito faz e pouco sonha
mas honrado seja o nome
passa frio e passa fome
só não vai passar vergonha

⁠Meu nordeste brasileiro
das praias e da cultura
da barra de rapadura
da sanfona e do pandeiro
do pescador e do vaqueiro
das quadrilhas de são joão
do sol quente de verão
do cuscuz amanteigado
desse povo abençoado
e de Luiz rei do baião.

⁠Vaqueirama.

Toda vaqueira é fiel
e respeita o vaqueiro amado
aboiador que tira o chapéu
o coração vai ser laçado
mas se quiser ser coronel
ela vai da terra ao céu
mas não galopa do seu lado.

⁠Bahia!

Meu sotaque vem do Gueto
meu canto vem da massa
do Olodum, do Araketo
Aratu, bairro da Graça
sou de Brotas... Salvador
e a minha negra cor
simboliza a minha raça.

⁠A seca tira da mesa
o que o chão tem pra ofertar
quem parte leva a tristeza
e a saudade desse lugar
mesmo que faça riqueza
no peito crava a certeza
que um dia tem que voltar.

⁠Não é fácil pra ninguém
isso é por todo Brasil
as dificuldades tem
seja pra qualquer perfil
mas nas provas do Enem
o nordestino se dá bem
e todo ano é nota mil.

⁠Eita que lugar bonito
terra de fertilidade
sem zoada nem atrito
só beleza e qualidade
por aqui fico restrito
pois não gosto do agito
corriqueiro da cidade.

⁠O Oxe vem do Oxente
e o nordestino fala bem
abestalhado é demente
e o cabra lezo também
se chamar de pé rapado
é um sujeito arrumado
que no bolso nada tem.

⁠Por aqui o clima esquenta
e maltrata o nosso chão
a chuva é quem alimenta
as coisas do meu sertão
mesmo se a seca atormenta
o nordeste ainda sustenta
a metade dessa nação.

⁠Cedo começa a jornada
no raiar da natureza
da semente bem plantada
brota o sabor da riqueza
mas é o cabo da enxada
que não deixa faltar nada
de alimento em sua mesa.

⁠Do mosquetão à carabina
da puritana e a cafona
do gibão e a lamparina
do pífano e da sanfona
de Salvador a Teresina
a cultura nordestina
quem conhece se apaixona.