Coleção pessoal de grasypiton
Companheiro,
Ao te ver
me vejo
Pois meus sonhos
correm nas suas veias,
seu grito de indignação
vibra na minha garganta
e sai tão alto quanto o teu.
Seu inimigo é meu inimigo
seus outros companheiros
também são meus companheiros
Os teus passos rumo a utopia real
da libertação do nosso POVO
não serão dados solitários e doloridos
Pois estarei do teu lado
caminharei ao teu lado.
A caminhada será coletiva,
as dores serão divididas
e as alegrias multiplicadas.
Por fim
Companheiro,
Confesso!
Olho no teu olho
e sinto a confiança
de que nunca estaremos sós
enquanto estivermos em movimento.
Olhares
Me recuso a ver o mundo pela maldade dos homens
Prefiro enxergar a beleza das almas
o colorido das flores
as ondas verdejantes do mar
Me recuso a perceber o nó apertado dos corações
mas os laços de amor que enfeitam vidas
que se fazem presentes.
Não quero saber da miséria do mundo
prefiro matar a sede dos que passam
e saber da força dos que perseveram.
Não necessito ver o sangue que corre no asfalto
pois tenho o rubro a me sangrar o útero!
Não quero saber da arma apontada
mas da flor desabrochada.
Meu olhar quer o belo
que sacia a fome do ser
sem querer ser
o que vendem na tela quadrada.
Quero ver o olhar do irmão
brilhando em luz
não na escuridão!
Cabe em mim, toda natureza
todos os ciclos
todos elementos!
Cabe em mim
a vida que flui
o sol e a lua
a noite e o dia!
Cabe em mim
a beleza
a sutileza
a força
e a firmeza
Cabe em mim
todas as mulheres do mundo!
A natureza dá a cada época e estação algumas belezas peculiares; e da manhã até a noite, como do berço ao túmulo, nada mais é que um sucessão de mudanças tão gentis e suaves que quase não conseguimos perceber os seus progressos.
[...] idealizar a vida com apenas a cabeça fora d'água, poucas polegadas acima dos limites de tolerância da corrupção de seu próprio meio ambiente(...) Por que deveríamos tolerar um regime de venenos fracos, um lar em um ambiente insípido, um circulo de relações composto por aqueles que meramente não são nossos inimigos, o barulho de motores com poucas apenas suficientes para evitar a insanidade? Quem iria querer viver em um mundo que está apenas no limite de ser fatal ?
Disse o velho índio à tribo, mantendo no olhar o brilho: “O que acontecer a terra, acontecerá a seus filhos”. É a sentença dada pela própria natureza, que mostra aos homens tão “fortes” a sua grande fraqueza; por não saber conviver, destroem só para fazer, da morte surgir riqueza.E assim despem a terra, de toda sua cobertura, deixando à mostra as feridas em sua carne batida, veias secas, sem poder levar a vida.Parece uma chapa quente expulsando os animais, os pássaros e os insetos; povos perdem os direitos, deixando de ser sujeitos, e vão se amontoando em alguns poucos locais.Em seu ventre machucado jogam os fortes venenos, como se fosse remédio. Os filhos que nela vivem misturando a dor e o tédio. Procuram sem resultado, o ar puro, que vinha de trás da encosta. Hoje a chuva cai e lava deixando os ossos à mostra.
Primeiro, disseram que não haveria mais guerrilhas.
Acreditei e, com as botas, abandonei sonhos revolucionários.
Em seguida, disseram que terminara a luta armada.Tornei-me, pois, violento pacifista.
Depois, disseram que a esquerda falira,
E fechei os olhos ao olhar dos pobres.
Enfim, disseram que o socialismo morrera,
E que uma palavra basta: democracia.
Então, nasceu em mim,
A liberdade de ser burguês.
Sem culpa.
Escolhi a sombra desta árvore para
repousar do muito que farei,
enquanto esperarei por ti.
Quem espera na pura espera
vive um tempo de espera vã.
Por isto, enquanto te espero
trabalharei os campos e
conversarei com os homens
Suarei meu corpo, que o sol queimará;
minhas mãos ficarão calejadas;
meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;
meus ouvidos ouvirão mais,
meus olhos verão o que antes não viam,
enquanto esperarei por ti.
Não te esperarei na pura espera
porque o meu tempo de espera é um
tempo de quefazer.
Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,:
em voz baixa e precavidos:
É perigoso agir
É perigoso falar
É perigoso andar
É perigoso, esperar, na forma em que esperas,
porquê êsses recusam a alegria de tua chegada.
Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,
com palavras fáceis, que já chegaste,
porque êsses, ao anunciar-te ingênuamente ,
antes te denunciam.
Estarei preparando a tua chegada
como o jardineiro prepara o jardim
para a rosa que se abrirá na primavera.
LUA MEU LUAR
Lua, meu luar, fico te olhando e pensando...
Até onde vai este teu brilho
Quantos são os que te veem?
Quisera todos te vissem, te venerassem
Mas poucos são os que tem olhos para ti
E quando te veem não conseguem dimensionar tua beleza
És linda, majestosa, encantadora
Inspiras os poetas,
Alegras as noites dos velejantes,,
O aconchego dos namorados,
Presencias as intrigas de amor,
Os encontros clandestinos.
És cúmplice, és presente, silenciosa,
Lua do passatempo e do acaso
Lua de chuva.
Lua de sol.
Lua do triste
Lua das estações
Lua das alegrias sem fim
Lua do vovô e da vovó
Lua do fazendeiro
Do viajante nas madrugadas,
Lua do jardim
Lua das gestações do amor
Irresistível, incomparável, celebrativa
Me perco nesta tua beleza
Me faltam palavras pra te descrever
Me rendo totalmente ao teu fascínio
Fico cada vez mais encantado,
Com tua beleza, com teu legado
Os anos passam, envelheço
Tu és a mesma, imutável, a mim fascinas
E sempre me deixas por ti mais apaixonado
Lua meu Luar!
LUA COR DE PRATA
Autora: Profª Lourdes Duarte
Lua! Ó! Lua cor de prata
Cintilando entre as estrelas
Testemunha dos enamorados
Trocando afagos ao te contemplar
Olhares vagueiam na imensidão da noite
Sobre a luz do luar
Que inebria corações apaixonados
Em momentos únicos e singulares.
Lua cor de prata com raios a cintilar
Dourando os cabelos de jovens apaixonadas
Misturando-se com seu doce olhar.
Ó! Lua, se eu pudesse ter asas e me transportar
Deitar no teu leito de prata
De perto te contemplar
Junto com meu amor, Ó! lua singular.
A LUA FOI AO CINEMA
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!
Só
Eu tenho pena da Lua!
Tanta pena, coitadinha,
Quando tão branca, na rua
A vejo chorar sozinha!...
As rosas nas alamedas,
E os lilases cor da neve
Confidenciam de leve
E lembram arfar de sedas
Só a triste, coitadinha...
Tão triste na minha rua
Lá anda a chorar sozinha ...
Eu chego então à janela:
E fico a olhar para a lua...
E fico a chorar com ela! ...
Canção de ninar meu bem
Hoje a lua despiu seu véu
E flutua a dormir no céu
Na canção que de mim nasceu
Meu amado adormeceu
Meu amado adormeceu
Dorme, meu amor
Como no céu a lua
Tu serás sempre meu
E eu só tua
Dorme, amigo, que a poesia
É um mistério que não tem fim
Dorme em calma
Que assim, um dia
Dormirás para sempre em mim
Dormirás para sempre em mim
Lua Adversa
Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Parece razoável acreditar, que quanto mais claramente possamos concentrar nossa atenção nas maravilhas e realidades do universo que nos cerca, menos gosto teremos pela destruição de nossa raça. Admiração e humildade são emoções saudáveis, e não existem lado a lado com o desejo de destruição.
A humanidade parece estar se envolvendo cada vez mais em experiências de destruição de si própria e do mundo.