Coleção pessoal de Gracaleal
Um dia, lá no futuro distante, tendo como referência o presente vivido a cada instante, a gente descobre que, no transitar pelo tempo, fizemos além da conta, ou nada fizemos. Calamos em excesso e falamos menos do que deveríamos. Amamos mais do que o coração seria capaz de suportar diante do desprezo e/ou da conveniência dos amados, frente ao rompimento e, igualmente à acomodação natural, na relação, promovida pelo tempo. Doamos a nossa presença mais do que os outros seriam capazes de valorizar e nos esforçamos em demasia para fazer com que àqueles que amamos pudessem entender que os nossos sentimentos também são dotados de defeitos.
Sabotamos os nossos mais íntimos desejos em favor de terceiros, especialmente sanguíneos. Investimos nos sonhos de alguns que, no fundo, nem tinham a certeza que realizá-los seria, de fato, um prazer, uma felicidade sustentável enquanto muitos dos nossos sonhos foram engavetados.
Um dia, quando o futuro distante torna-se presente, perceberemos o quão poderíamos ter feito muita coisa diferente. Que poderíamos ter tido um olhar mais cuidadoso para dentro de nós e isto não se reverteria em danos que pudessem comprometer a construção dos nossos dependentes, das nossas bases, pois, naquele pregresso tempo, ainda nos restava tempo e saúde para mudar e nos preservarmos emocionalmente. Então, a gente se dá conta que, em grande parte do tempo, fomos mais dedicados aos acontecimentos do presente, estimulados por culpas, inseguranças, inexperiências, responsabilidades, bem como carências do passado, sem observarmos que os mais velhos, que agiraram da mesma forma, e que poderiam nos servir de exemplo, não tiveram o aval do futuro, tendo esta mesma atitude, quando chegaram a fase madura. O resultado, na grande maioria das vezes, não é compatível com a intensidade da entrega de nenhum de nós quando, no foco, não nos incluímos.
É quando a gente percebe que o Tempo passou. Que é hora de encontra tempo para refletir, mas não se culpar, muito menos de se acomodar. Afinal, ainda há tempo. É hora de tentar fazer com que o presente possa promover um futuro mais feliz e mais justo para o nosso interior.
Estando nós em paz com a qualidade do que doamos de nós, mesmo ainda tendo muitos compromissos materiais, é hora de deixarmos a vida acontecer dentro da gente, do nosso jeito, com mais leveza, menos preocupação com o pensamento dos outros, com o ambiente externo que vive nos assediando para nos tornarmos máquinas que possam atender as suas demandas pessoais e corporativas. Já não precisamos de muito. A qualidade do pouco é valiosa demais.
É hora de ouvir o tempo dizendo que a nossa vida, neste atual presente, tem menos tempo disponível para o futuro. E que o passado foi uma escola para o espírito que, no universo, é transeunte. Porém, ainda há tempo de fazer o corpo feliz. De dar paz para a mente. De sorrir, apesar das rugas - das marcas do Tempo.
De, enfim, reconhecer que fizemos o que podíamos, dentro da sabedoria acumulada naqueles momentos de decisões e ações que envolviam outros corações.
Agora é hora de descansar nossa estrutura humana, sem parar de se movimentar, mas dando uma conotação de repouso, porque este é o ciclo de todos nós. Em algum momento do Tempo, todos nós seremos convocados, pela consciência, a um novo tempo de ações. Até o apagar da íris, um segundo, uma hora, um mês, uma década ou um século todas essas partículas cronologicas do infinito possuem o mesmo tempo de valor, quando se busca mais felicidade para o nosso interior. E com a dispensa de plateia, registros ou companhia apenas felizes na paz pelo tudo que fomos sem maldade no peito.
Saudade de quem por "perto" está
Saudade de quem pra longe se foi
Saudade de quem, de partida, ainda vai
Saudade - dor que do coração não sai
Saudades. Muitas saudades
Cada uma com as suas peculiaridades
Porém, não menos, entre si, dotadas das minhas infinitas saudades
Quando, diariamente, há, no ser humano, a consciência que o topo pode não ser definitivo a decadência é menos provável
Nos Detalhes
Nos detalhes, o amor acontece
Nos detalhes, o amor se estabelece
Nos detalhes, o amor permanece
Nos detalhes, o amor enfraquece
Nos detalhes, o amor está escrito
Nos detalhes, o amor é infinito
Nos detalhes, o amor comete um delito
Nos detalhes, o amor vive aflito
Nos detalhes, o amor fica triste
Nos detalhes, o amor resiste
Nos detalhes, o amor persiste
Nos detalhes, o amor desiste
Nos detalhes, o amor lamenta
Nos detalhes, o amor novamente tenta
Nos detalhes, o amor se assenta
Nos detalhes, o amor se reinventa
Nos detalhes, o amor grita
Nos detalhes, o amor se reedita
Nos detalhes, o amor faz visita
Nos detalhes, o amor é um laço de fita
Primitivos se comunicavam através de sinais. Fossem terráqueos primitivos ou primitivos extraterrestres.
Só os primitivos?
Estamos retrocedendo, modernamente, através dos emojis? A quem interessa o nosso retrocesso, bem como a nossa alienação na comunicação como fonte do extermínio da lingua humana? A quem interessa a nossa disposição para avançarmos na tecnologia e, incoerentemente, retrocedermos no processo do progresso da inteligência real?
Quem ama não vê e não se importa com nenhuma diferença entre as partes.
E, mesmo diante de alguma diferença efetiva, nada faz diferença.
A única diferença que pode comprometer a relação é a indiferença
Sobre um amor que não será vivido
Um dia eu vou te amar com um percentual divino, no jeito de eu sentir esse amor, tão imenso, tão grandioso, tão inexplicável, tão desprendido das demandas mundanas que nada mais vai encontrar espaço no tempo que eu tiver para dedicar-te o meu pensamento que não seja apenas o prazer de lembrar que estou amando novamente alguém que verdadeiramente faz um bem enorme à minha alma - você
Injetar dinheiro no bolso do pobre, através do assistencialismo covarde e não por humanidade, sempre foi uma excelente estratégia dos presidentes da República para garantir votos nas urnas e ter, com a reeleição, mais tempo no poder para terminar de arruinar o país já que eles não conseguem arruinar definitivamente em quatro anos, bem como para saquear mais um pouquinho os cofres públicos. Mas há aqueles que, além dos objetivos acima citados, têm como interesse maior preservar o foro privilegiado para adiar a sua temporada residencial, e da sua família, no xilindró.
A minha ousadia literária me impede de me preocupar com o que os outros irão pensar sobre os meus pensamentos
A relação a dois, dentro do casamento, é a melhor opção de vida para um indivíduo. Ela só perde para a solidão opcional e bem resolvida
o amor que sentimos, é nosso. Ele está sob a nossa tutela. Não exija que o amado o assuma e se responsabilize por ele
Eleições 2022
Em ano de eleição tem sempre um circo novo armado na cidade (no país) para atrair o "Respeitável Público". O "palhaçonaro" já está no picadeiro faz tempo, com o seu nariz de "pinóquio". A Petrobrás, de novo, está na roda. Desta vez, sendo alvo do atirador de facas. A estatal virou uma espécie de Globo da Morte, nas campanhas eleitorais. O eleitor pobre está engolindo fogo, porque não tem condições de comprar comida e o eleitor da classe média está fazendo malabarismo pra não virar pobre. O centrão tirando dinheiro da cartola, sem mágica (e haja coelhos pra alimentar). E o Brasil indo pra lona.
Isso porque não é mais permitido os domadores de animais nos espetáculos circenses. Porém, não por opção dos animais racionais.
Sobre o assassinato covarde do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips em 05/06/22.
Dom Phillips - um britânico que fazia mais do que muitos brasileiros fazem pelo Brasil, pelo povo tupiniquim, pelo próximo, pela natureza, pela continuidade da vida nesta esfera azul e pela Amazônia.
Bruno Pereira - fazia a sua parte e aparte de muitos brasileiros. Carregava, sozinho, nas costas a responsabilidade sobre o nosso patrimônio natural - a floresta Amazônica e os seus nativos naturais que, por direito, deveriam ser respeitados e viverem na paz e na prática da sua cultura.
Mais duas vidas extirpadas, porque praticavam o verdadeiro amor pelo próximo e pela maior fonte de sustentação de vida neste planeta.
E há quem defenda àqueles que destroem, que tiram o oxigênio das narinas de um mundo enfermo para que todas as espécies de vida possam caminhar em direção à extinção, à morte em nome de Jesus e dos cifrãos nas suas contas bancárias.
Tenho nojo dessa gente hipócrita, que sob o escudo da religião, comete as mais cruéis atrocidades mascaradas de bem. Um bem que só existe na ótica dos idiotas, dos inocentes e dos ignorantes.
Em geral
Em geral, as pessoas não gostam de talentos, de artistas. Elas gostam de famosos.
Em geral, as pessoas não gostam de gestores públicos competentes. Gostam, e se identificam com políticos oportunistas e populistas.
Em geral, as pessoas não gostam de quem a elas se dedicam com afeto e transparência. Gostam dos que por elas se sacrificam, se expõem e publicam.
Em geral, as pessoas não gostam do que é certo e do que é justo, mas, sim, de tudo que as mantém confortáveis na condição de hipócritas arbitrárias, conforme as suas conveniências, benefícios e lucros.
Em geral, as pessoas preferem ser enganadas, porque vivem enganando também.
Em geral, as pessoas são assim. Exatamente como não são, mas,em geral, são exitosas nos seus propósitos, sendo como jamais serão.
17 de maio - dia internacional contra a homofobia
Se a natureza é uma obra de Deus e é ampla na sua diversidade, não entendo porquê o ser humano, sendo, igualmente, uma obra de Deus, precisa ser tudo igual só para atender a demanda de pensamento de quem já começa sendo DIFERENTE achando que é o detentor do conhecimento da verdade e do certo, para o mundo. Mundo este que também é dotado de vasta diversidade, tais como: continentes, povo, idioma, cultura, cor da pele, valores, religião, costumes, política, culinária etc.
É difícil pra mim entender que o amor precisa ser padronizado para ser aceito na sociedade.
Tenho orgulho, sendo hetero, de ter sido a pioneira, no Brasil, na publicação de um livro infantil que aborda a adoção homoafetiva.
Sem o apoio das editoras brasileiras, a obra foi publicada em Portugal e distribuída nos países de língua portuguesa. Essa é a minha contribuição para ajudar a banir a homofobia na sociedade, tendo as próximas gerações mais sensíveis ao ser humano do que mais incomodada com o que ele é, por natureza, no contexto do seu gênero.
Jardim de Famílias - Graça Leal - Editora Chiado
Preciso
Preciso do barulho da minha mente
Da paz do ambiente
Da bagunça do meu pensamento
Dos meus pés em movimento
Preciso distanciar-me do mundo
De certezas que durem mais que um segundo
Da existência acontecendo sem a referência da semana
Eventualmente, respirar o ar puro de uma cidade serrana
De uma assídua solidão companheira
E de uma companhia que aqueça como lareira
Da noite estrelada e de um bom vinho tinto
De momentos que não exijam além do meu instinto
Preciso da calma que acalma o meu coração
Mas que não me paralise e não comprometa a minha inspiração
Enfim, preciso de tudo que é passível de vida
Só não queria precisar da parte que já vem com a despedida.
Lua
Grades, redes ou telas
Abertas encontram-se as janelas
Do lado de dentro
Solidão ou movimento
Enquanto a sua silhueta entorpece
A sua magia é uma linda prece
Nova ou Minguante
Cheia ou Crescente
Suas fases penetram as emoções
Tocam a alma e os corações
Podem trazer vazio e saudade
Mas também despertam o sonho da felicidade
Moon, Lua ou Luna
Contemplá-la é multiplicar fortuna
Seu brilho estonteante em prata
Traduz a sua imponência magnata
Através do olhar, tudo nela é muito belo
Daqui sinto-me a rainha deste feiticeiro Castelo
Tenho as Estrelas como elo.
Quisera o girassol fosse uma flor capaz de cantar.
E todas as demais flores capazes de um instrumento tocar. Enquanto borboletas, nunca mais lagartas nos seus casulos, livres, se dispusessem a bailar.
A vida sabe o que faz
O coração nem sempre
Ainda assim, a vida sabe o que faz
O coração que aguente.