Coleção pessoal de GiusepeBertoli
Não preciso me indagar e nem relembrar o passado. Já carrego suas cicatrizes na minha pele, na minha mente, e principalmente, na minha alma.
Você já se apoderou da minha mente, mas lembre-se, apossou- se também de todos os pecados que nela habita.
Se apaixonar por você foi fácil, seus olhos tinham toda a tristeza de uma vida mal vivida, a sua pele pálida no contraste da boca vermelha; mas, sem vida, e as mãos tremulas da abstinência de cigarro e de bebida, eram o convite perfeito para o meu eu sem perspectiva, perder-me em completo torpor e desejar juntar nossas desgraças até o fim de nossas sórdidas vidas, e é esse amor, caótico, errático e neurótico que eu sempre quis ter.
Todas às vezes que me apaixono, me perco por realidades alternativas criadas na minha mente, deslumbrando-me com cada uma delas e se deliciando com cada fragmento de detalhe que boto nesses amores imaginários.
Eu acho que não estou pronto para mais decepção amorosa, ainda quero curtir um pouco mais a sensação desse novo amor platônico.
Beber é algo emocional. Faz com que você saia da rotina do dia-a-dia, impede que tudo seja igual. Arranca você pra fora do seu corpo e de sua mente e joga contra a parede. Eu tenho a impressão de que beber é uma forma de suicídio onde você é permitido voltar à vida e começar tudo de novo no dia seguinte. É como se matar e renascer. Acho que eu já vivi cerca de dez ou quinze mil vidas.
(...) sabia que tinha alguma coisa fora do lugar em mim. Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, idéias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não-ser. E aceitava isso.
Eu amo-te como um homem ama uma mulher que ele nunca toca, só escreve, e guarda dela poucas fotografias.
Bem, sou um homem com muitos problemas e suponho que em sua maioria sejam criados por mim mesmo. Estou falando de problemas com mulheres, jogo, hostilidade contra grupos de pessoas, e, quanto maior o grupo, maior a hostilidade. Dizem que sou sempre negativo, sombrio e taciturno.
Meu quarto. A melhor coisa que havia ali era a cama. Gostava de ficar ali deitado por horas, mesmo durante o dia, com as cobertas puxadas até o queixo. Era bom ficar ali, nada acontecia por ali, nenhuma pessoa, nada.
Me sinto bem em não participar de nada. Me alegra não estar apaixonado e não estar de bem com o mundo. Gosto de me sentir estranho a tudo...
A pior traição é aquela que cometemos com nós mesmos , deixando nossos princípios e valores a troca de ser quem não somos.