Coleção pessoal de gilfleming
Que todas as máscaras sejam usadas sempre, e apenas, para combater o mal, em qualquer de suas manifestações, e jamais como meio e instrumento de sua realização.
O grande problema do mentiroso é não reconhecer que a causa de suas dores e sofrimentos não está na verdade descoberta, e sim nas mentiras contadas.
Existem as coisas que queremos. E existem as coisas que precisamos. É justamente no meio dessa dicotomia que se desenrola nosso pequeno drama humano a cada nova linha existencial.
Se você faz o mínimo, o mínimo você terá;
Se você faz o médio, o médio lhe caberá;
Se você faz o máximo, o máximo alcançará.
Onde se escondem os outros sentimentos?
Recolhidos e subjugados
Guardados e protegidos
Ungidos de desespero e tristeza
Lacerados pela dor da impotência
Humilhados por sua própria fraqueza
Orfãos do amor que os criou
Onde se escondem os outros sentimentos, VOCÊ poderia me dizer?
Sentado observando o vai e vem das ondas na praia
Sentindo a brisa salgada que varre todo o litoral
Percebo o quanto nossa vida se assemelha ao mar
Uma pequena porção sólida inundada pela imensa massa líquida
Sua inconstância natural, dominado que é pela força das marés
Às vezes se faz forte, cheio de violência e agressividade
Por outras vezes escorre manso pelas areias brancas em uma carícia infinita
Mas sempre segue adiante, dia após dia
Rotineiro, porém de natureza imprevisível
Tal como nós – simples seres humanos.
Muitos são os sentimentos destruidores.
Porém, um há que sobrepuja a todos – A INVEJA
Forte, dissimulada, vampira
A inveja consegue se expandir sempre
Independe do lugar, da classe social, cor, raça, credo
Ela é senhora e líder do que há de mais defeituoso na natureza humana
Predadora nata, não tem rivais
E segue se alimentando das fraquezas e frustrações de nossa raça medíocre
Impassível e insaciável.
Porque me perguntas se amo?
Porque me torturas com seu olhar malicioso e dissimulado?
Não sabes tu que meu coração possui uma dona?
Não sabes tu que minha vida é viver por ela?
Quanto ao nome desta rainha sem coroa, pouco posso adiantar a ti.
Digo somente que é por ela que abro meus olhos todos os dias.
Por ela que faço o sol nascer e a lua se pôr.
Digo somente que é para ela que criei todas as coisas belas do mundo.
Para ela que vai desde o primeiro até o meu último pensamento.
E tu, alguma vez já amaste?
Sabes, ao menos, o que é morrer por alguém?
Acaso já sentiu um rio de fogo ardendo e correndo através de suas veias.
Implorou pelo fim de sua própria existência no desejo de vencer a dor.
Uma dor que não tem nome, nem cor ou medida.
Uma dor que suga e destrói tudo que nos pertence.
No entanto, uma dor que não admitimos perder.
Uma dor que nos envolve e alimenta.
Preenche nossa vida.
Podes, então, dizer se já amou?
Procure sempre diversificar seus suportes e objetivos. Nunca deposite todo seu anseio em uma única pessoa ou em um único grupo, pois por mais que nos dediquemos a vida está cheia de variantes que escapam ao nosso domínio e as coisas podem não sair como esperávamos ou de acordo com nossos projetos.
Que sentimento estranho é este? Sem nome e sem corpo
Por um lado limitado por sua própria condição irreal
Contudo, poderoso a ponto de submeter a realidade aos seus caprichos
Já não sou capaz de dizer o que é mais doloroso
Estar longe de você, separados pelo espaço físico
Ou estar perto de você, porém, afastados os corações
Palavras já me cansam e não são capazes de dissolver a força dessa condição
Só restam dois caminhos:
Submeter-nos aos desejos cruéis e ocultos deste estranho sentimento
Ou insurgir contra sua tirania e ditar nosso próprio destino
A submissão traria consigo o amargo gosto da covardia e da triste lembrança do que poderia ter sido
A insurreição poderia deixar terríveis marcas, as quais não podemos sequer vislumbrar
Quanto a mim, sempre preferi a luta
Antes enfrentar o que nos aflige e assumir as cicatrizes da batalha, do que deixar que nosso caminho seja traçado por outros
Meu coração, no entanto, continua sangrando, porque não sei de você.
Palavras vêm e vão ao sabor das situações e sob o domínio de ocasiões. Um homem solidifica e consolida sua história através de ações. São nossos atos que registram de forma indelével a trajetória que seguimos nessa vida.
Ainda ontem lembrei do último beijo que te dei
Lembrei dos teus olhos brilhando, refletindo a luz dos meus
Lembrei do quanto eu te amei e das palavras de amor ditas no ato de amar
Ainda ontem senti o teu cheiro e ouvi o teu sorriso
Como se você estivesse inteira dentro de mim
Como se meu corpo existisse simplesmente para te abrigar
Mas, hoje acordei sem você em mim
Gritei teu nome e te procurei por todo meu corpo, porém não te encontrei
Vazio, caminhei sob o sol e quando veio a noite fui dormir na esperança de te rever
Ontem chorava pelo sofrimento de te amar e não poder tê-la
Hoje choro por não ter ninguém por quem sofrer
Nunca use toda a sua sabedoria, seus atributos ou seus talentos, guarde sempre um pouco para uma eventualidade. Lembre-se – nunca sabemos quando será necessário impressionar.
Dias há em que somos capazes de enfrentar o mundo. Nada pode nos ferir ou cortar nosso caminho.
Nos sentimos grandes. Uma grandeza que irradia através do corpo como um todo, como se nosso querer fosse o único requisito necessário para o existir. Uma grandeza plena, física e espiritualmente.
Nestes dias os problemas deste mundo são desmascarados, revelando sua verdadeira face – a transitoriedade e irrelevância.
Nestes dias nossa natureza retoma seu lugar na ordem natural e divina das coisas.
Dias há em que nos afundamos em um mar de desespero e desilusão. Tudo é capaz de nos atingir e forçar um retrocesso.
Nos sentimos pequenos. Uma pequenez que escorre pelos nossos poros, reduzindo toda nossa vontade ao simples exercício de seguir respirando. Uma pequenez tirana que alcança a vida e a morte.
Nestes dias os problemas deste mundo ganham força e espaço, dominando todo o nosso querer, iludindo nossa mente.
Nestes dias nossa natureza é fraudada e impelida a se rebaixar para as coisas menores.
Nossa vida é marcada por extremos – força e fraqueza; alegria e tristeza; poder e subserviência; vontade e dominação.
Devemos aprender a sobreviver, cientes da atração que tais extremos exercem sobre nossa existência, mas buscando corajosamente e incansavelmente resgatar nossa natureza pura. É a nossa missão, nosso destino.