Coleção pessoal de gibaldi
Percorrendo as estradas cansadas da consciência, embriagando-me e saciando minha curiosidade em cada oferenda ao desconhecido me rendo ao cálice sagrado da dose diária de morte. Ouvindo e observando e cantando a vida, um sinal sem senha, uma luz sem interruptor...
anseio por motivos novos e cada dia mais adormecer sobre camadas e camadas de melancolia planejada, arquitetada...
Duvido ser interessante sorrindo, duvido que me interesse por alguem chorando, paradoxo social de nunca estar feliz o suficiente, mas nunca querer tristeza em doses cavalares
O blues toca e rendo-me a necessidade de um trago daquele encorpado cigarro, o blues toca e caio a vontade de tudo um pouco mais de tudo um pouco menos
Escrevo não como um poeta, porque me falta habilidade para tamanha ousadia, escrevo como um louco solitário, com um ventilador barulhento, e pessoas que nunca vi, talvez não torne vê amanhã, ou nunca dirija a palavra, o mundo tão cheio de pessoas que nunca vou ver, que até bate uma sensação de fraqueza.
Sonny Boy willianson esta convocando todos os anjos e demonios ao seu funeral, sonny boy, esta profetizando o meu funeral.
Rendo-me a morte como jesus fez, lhe espero de braços bem abertos...Não clamo o pai nem espero a mãe chorando aos meus pés, a morte de um homem se da num campo de batalha, seja ele mental ou físico.
esse vazio que nunca é preenchido, esse vazio é destruidor
arcádia é a morada perfeita até você chegar nela
de encontro ao céu azul, o sol cega seus olhos
então hélio que tudo vê e que tudo ilumina, não turve minha visão enquanto eu tento ofender os deuses.
aprecio a noite, como o fogo está para o inferno
vivendo numa cidade aonde a poesia é cantada nas esquinas
morrendo na bolha de consciência, sobrevivendo a infinidade de tormentos
a musica se faz em cada guimba jogada ao relento
palácios e casebres dividindo o mesmo espaço físico, dividindo a mesma calçada
navegantes de mares calmos, navegantes de aqueronte
iluminados pelo laranja, vivem perante ao vermelho de seus olhos, de seu corpo
soterrados e escavando, na desesperada procura por um céu estrelado, contemplam o frio do chão.
a metamorfose soterrante, rasteja sobre o corpo sem dor
na sensação de permanecer, apenas permanecer
sentado afogado com a prata de uma velha senhora
cuspindo sobre livros e inconscientemente improprio
Na calçada o sol penador apedrejava a cabeça do novo sonhador
Nas esquinadas tão novas e esperançosas, ali sempre ali
Com a garrafa de revolucionar as idéias, gritava a canção dos anjos
Berrando e nunca devoto , berrando uma metamorfose de aberrações
Bem próximo ao bueiro, lendo e revendo o ontem nos jornais velhos
Surpreso por si mesmo abandonado, no ventre tão amado
Na imensidão de profundas experiências o pouco nunca é muito
vagar nas horas e saciar os desejos
embebedar-se e com nada mais expressar preocupações
roubar o tempo de vida contemplando o vazio de porções
abandonar e na edificação do momento acompanhar as variações..
A morte caminha ao seu lado, desde do primeiro suspiro de vida
Inevitável uma existência confusa, quando se tem tanto a aprender e pouco a oferecer
Além dos colossos de pedra, além das chamas da amargura....
O sino dourado misericordioso, abre o festival com seu badalar...
Onde os anjos não dormem, e os demônios são torturados
Esse é o paraíso caótico, essa é a grande invenção, nada além... nada muito perto.