Coleção pessoal de Gazineu

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"Oi?"
"Certo. Vamos supor que uma pessoa estivesse alterada, nervosa, histérica. Você não a daria um bom tapa na cara?"
"Sim"
"Pois bem, quando tomo chá de gengibre com williamsii, é como se eu ouvisse essa impaciência irritada. Sei que há insensatez emocional em seu estado de consciência mais puro, mas a insensibilidade a arrasta para fora."
"Isso soa insólito. Arrasa princípios elementares da autoconsciência."
"Ninguém pediu para tirar os espinhos do cactos, pediu?"
"Francamente? O mundo que há nunca será colônia do próprio eu. Invejo pessoas que conseguem colocar a culpa de tudo em todos."
"DEIXE EM PAZ OS MALDITOS ESPINHOS!"

Improbabilidades são incrivelmente improváveis, porém, acontecem o tempo todo.

A lua refulge por toda superfície do meu corpo, no entanto, meus olhos cegos não podem vê-la
A lua grita em mim
O sol queima frontes
A eternidade oscila adentro de mim
e não sou capaz de sentir

A discussão precedente sobre a melodia e o tema é mais estética do que técnica. É mais fácil dar conselhos sobre o que não fazer do que dar o rumo do que deve ser feito. Todo compositor têm um senso melódico da que é a coisa certa ou qual caminho trilhar. As deficiências de sua melodia podem ser escondidas com um excelente senso harmônico, mas um bom ouvido sempre sabe. Sempre saberá.

Aquilo que é usado para interpretar algo como a distinção do mundo fundamenta-se na diferença entre representar e apresentar ações em desacordos lógicos (com interpretações do mapa das interpretação realista). A seiva da linguagem é análoga ao sangue dos animais: circula por vegetações e alimenta raízes, por absorção da solução existente no solo que é levada ao verdes por meio das células do xilema. São substâncias orgânicas. Tudo o que é verde é xilema. Todo o dilema surge sobre a questão do que é que habita esse reino do indecifrável absurdo, uma vez que não há algo a ser mostrado (em vez de dizer) e, de fato, caracterizá-lo como o oculto e desinteressante. O realismo como objetos que formam a substância do mundo manifesta bipolaridade essencial das proposições lógicas. Como representar sem linguagem?

O mundo é tudo que acontece.
O que é fato, é a existência de fatos atômicos.
Um quadro lógico de fatos é um pensamento.
Todos os dias belos e extraordinários que tivemos possuíram raios de sol dourados e pálidos levemente amanteigados.
O pensamento é a proposição significativa. Um pensamento lógico é uma proposição com sentido.
As proposições são funções de verdade de proposições elementares.
Uma proposição elementar é uma função de verdade de si mesma.
As propriedades internas de um objeto determinam as possibilidades de sua combinação com outros objetos e outros fatos. O estado das coisas é afetado pela sua forma intrínseca e lógica, não necessariamente (e realmente não necessariamente) complexa. O estado de sobreposição de uma coisa que é poderia perfeitamente existir de outra maneira ao assumir outra forma.
A totalidade de todas as coisas que não são fervilham em uma condição de probabilidade infinita. Não ser é poder ser tudo.

Simplesmente qualificar seu pensamento baseado em uma "mitologia poderosa" no sentido de que seria a invenção fantástica de um grande intelectual não cola. Não serve como a verdadeira sabedoria. Como Ran costuma afogar marinheiros em honras a Aegir impressionando suas nove filhas. Ou puramente porque gostava de afogar pessoas. Onde está toda aquela sagacidade? Para onde foi toda a imaginação, criatividade, talento para explorar as analogias, inteligência e astúcia? Presa nos mitos e ritos, mas não há sabedoria. Não há erva de Jurema. Não há paz espiritual. Não há manifestação sensorial. Não há mistério em que se dissolver. Não há coerência ou veracidade secular. Não há lontras para alimentar com ouro.

Irmão, onde me buscarás? Não estou em mitos, tempos, seitas ou na Casa do Senhor. Irmão, a renúncia, a negação sopra por todos os sopros. Livra-te de superstições normais , neuroses e ansiedade patológica, psicossociais.

Temos um dever moral contra a natureza adquirida, ou a acordada da condição de normalidade de Gauss em si, onde reside a verdadeira patologia.

Só queria ensinar alguém a pensar, livrá-lo de preconceitos, para fornecê-lo com esta clareza mental e paz espiritual, e assim, alterar automaticamente a sua vida a si mesmo, sempre no sentido de uma maior consciência.

Irmão, esperais pelos ventos por que no vento há vida. Enquanto estiveres só, nos ventos reside a libertação.

Um bom acompanhamento não deve somar, unicamente, à melodia. Seu caráter é empregar funcionalidade e completude às essências do tema como função tonal, rítmica, fraseado e melodia. Como beber orvalho em lua cheia, necessita revelar a harmonia fundamental que dá o clima do tema musical e unificar com a exploração dos instrumentos envolvidos na obra. Em segmentos harmonicamente autossuficiente, a melodia invade campos folclóricos e sincopados. Aqui, o acompanhamento é realizado com o silêncio.

Anasabis enxerga possibilidades de luz no caos;
Em zazakazi, se blasfema o corpo da verdade santificado na cruz.
Por desedificar a história da Crucificação, houve um mero parágrafo de alguma coluna rural;
os poetas o leem e o amam.
Pentandria transformada em um segredo sibilado,
louvores em cavernas e formações florestais com muitos arbustos
em uma meia-noite em campos abertos com estames de cinco pontas
Não digas ao menos uma sílaba do que falamos para nenhum mortal e não importa quem.
A lótus diz que não há a necessidade,
não há lugar para o desejo .
Martin Schongauer cercado pelos demônios dos homens na espera de serem satisfeitos
em uma mente pura e pacífica.

O homem desaparece quando perde a animalidade. O macaco lótus de mil pétalas removeu a ganância e a potência de agir. As feminazis castraram o mundo e não estamos falando de opressão patriarcal. Um verdadeiro homem de compreensão não tem nenhuma ideologia comprada na sessão de autoajuda ou na Eurobike. D. H. Lawrence sendo mal educado com crianças, mas apenas queria explicar o motivo de uma árvore ser verde: porque ela é. No entanto, D. H. Lawrence não mapeou a nova espécie de feminazis. Darwin não teve tempo. Alguém precisa catalogar até que o acúmulo de mera existência fique inchado de horror. O ser humano deve entender que alguns cultivares de morning glory são semeados por seu valor ornamental, ao invés de sua sugestão comestível ou propriedades alucinógenas.

O ser que há abaixo do tecido cutâneo se revela em uma série de colisões com o futuro não composto pelo somatório de tudo o que fomos e sim pelo vislumbre; por uma sensação profunda e de cunho espiritual. Vislumbrar o futuro não se converte em uma compreensão de um todo. Uma vez que se conecta a singularidade do passado com as sobreposições do futuro, sentirás que não é algo que você pode dominar. A vida é sólida e espontânea, não é algo que você está dominando. Viver é relembrar a esfera. Permanentemente redescobrir. Louisa Johnson podia dominar. E todo aquele poder a consumiu. As dificuldades que ela encontrou com a finalidade de realizar sua existência são precisamente o que desperta e mobiliza as suas ações. Ou foi o Medivh? Eu, acidentalmente, matei um gato: atropelando-o. Fiquei muito triste e chorei como quando o Mufasa morreu. O corpo só bebe a quantidade de almas que é imprescindível, nunca menos, nunca mais.

A vida se move como ondas. O oceano é o acúmulo de vidas. Beber o oceano não é alcançar a vida imortal; é morrer totalmente. Brahma é vida infinita de Jesus. Nirvana é cessar ciclos. Ninguém entendeu que você voltará com sua respiração pós beber o oceano.

Felicidade é consolação; é livrar-se de toda opressão do interior.

O estrangeiro pensou em seu idioma estrangeiro, “o que até então me havia escapado fora a minha possibilidade de escapar?”.
O torturador era um cara velho, parecia ter um pouquinho mais de cem anos, aspecto nômade, cabelo desgrenhado, pele suja e olhos mortos. O resto da tribo estava de boa. Todos estáticos. Alvo silêncio. O torturador sendo o torturador. O torturador sacou sua faca suíça de cabo preto e firme em mãos; 40cm e bem afiada. O estrangeiro diz, “aaaaaaaaaaaai Jesus me salve! Aiiiiiiiii Senhor!”. Um homem baixo e com a cabeça em formato de martelo saca uma faca levemente mais cara e rara, diferenciada por se manter afiada por séculos. O cabo, de osso, um pouco mais pesada. E começou a falar sobre a vida, mesmo sem entender nada sobre.

A energia da linguagem não se constrói na comunicação e sim na figura do incomunicável.

Para uma história realmente chamar a atenção do leitor, é necessário entreter e desperta sua curiosidade. O enredo deve possuir uma estrutura muito linear e cativante: exposição da situação inicial, apresentação do protagonista, construção da tensão, mais apelo na construção da tensão, um personagem contrapondo uma tensão absurdamente crescente, um antagonista que não seja uma alternativa barata à resolução da trama e o arremate.
Os personagens de contos de fadas não são ambivalentes; eles são ambos bons ou maus, como todos nós não somos na realidade. Cada personagem é completamente bom ou ruim. O homem quer um mundo onde o bem e o mal está claramente discernível como é seu desejo, inato e indomável.
Escolher animais como protagonistas atende uma gama de aspectos e invalida outros. Julgamentos antes da compreensão podem ser obtido com a utilização de animais. Lobos são maus, ovelhas obedecem, formigas são trabalhadoras e burros são petistas. Humanos são mais animais; o que força algo que chamamos – e quando digo, “chamamos”, acabo de chamar – de paradoxo-da-decisão-do-que-fazer.

Em dois mil anos, a humanidade nos entenderá. Não por reconhecimento, mas por ternura. Como filhotes afagados em um carinho distraído de nossa profunda fobia irracional.

E então ele gritou como o maior vulcão em escudo da terra. E rabiscava. E internalizava. Não no sentido lógico. Ele não dormia em ânsia. Situações, percebeu, não são solúveis em álcool. A fraqueza de seu coração em sua disposição prévia em passear em jardins de inverno e contemplar cada manhã em Cristo, acender velas e de joelhos ardê-las em Leonard Cohen com suas mãos humanas. Reclamava que Deus é lento na velocidade da evolução. Seu sorriso como um cão por um osso, dias em dias. Movendo-se da dor aos cloretos ao invés da pura água doce, e ele riu. Sobre influência de marés, pele em pele. Ombro com ombro. O coração pensava. A mente pensava. A erupção muda o curso dos rios. Foi assim em 79. Foi assim no escuro que ninguém viu. Vê o silêncio de que algo acontecerá? Vê placas ameaçando dez mil habitantes? A idade de bronze desconversada em um dar de ombros. "No momento em que se queima o mal, não é o bem que sobra”, disse em voz de festa.

Vi um cavalo muito triste. Olhando em tristeza o horizonte, toda a verdadeira linguagem de cavalo é incompreensível. Pensamentos de cavalo reivindicando uma ordem puramente baseada em força bruta e puxar carroças cumprindo sua injustiça animal de ser. O olhar do cavalo refletia o fundo do mar Adriático mergulhado em loucura crônica e coragem despudorada. O problema é maior. É de saúde coletiva. O cavalo não caiu em um estado ilegível no escuro. Acabou por tomar as carroças da humanidade. De um problema já antigo e sem nome. O cavalo buscou por toda sua vida de cavalo arrastar com determinação o peso de uma absoluta hipocrisia, um delírio sem começo. E esse crime organizado não para por aí: Cazaquistão, Mongólia, China, Bélgica, Espanha e, principalmente, Itália. Não basta extinguir o peso de um corpo que não se permite tomar as rédeas de sua vida, há países comercializando carne de cavalo como se fosse carne bovina. A tragédia continua mesmo fora de manchetes que tomaram o mundo em 2013. Cavalos longe dos pratos do Humane Society International.

A pluralidade melódica não necessita ser justificada porque se justifica em si; em seu grande valor. A melodia é consequência de uma bela construção harmônica e involuntária. Na cadência, algumas melodias necessitam de resolução, outras não. Essas variações advém do motivo. Brahms sabia disto. Brahms sabia encher a cabeça do Schumann de galhos. Brahms explorava continuamente suas harmonizações e o significado de cada acorde no âmbito melódico e harmônico. Mesmo com sua mente avançada e barba de bode, Brahms sentia o medo de ser incoerente.