Coleção pessoal de Garfield789

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QUANDO ACABAR O TEMPO

No jogo da vida contra a morte não há vencedor,
é uma batalha grandiosa no tempo da existência;
nem sempre vencem aqueles que por excelência
jogam muito bem e nem sempre há um perdedor.

Mas no jogo da grandeza e decadência há o azar,
mesmo que alguém possua uma favorável sorte,
no tempo poderá perder a vida ou achar a morte,
e alguém à beira da morte, a vida poderá ganhar.

Se o jogador num lance de sorte abdicar da festa,
porá o tempo a ganhar, mas se insistir na partida,
num lance de azar, colocará seu tempo a perder.

Contudo, quando acabar o tempo nada mais resta
na existência para se jogar, e isso ocorre na vida:
o jogador não precisará mais apostar e nem viver.

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

QUEM ACREDITA CRESCE

Quem acredita cresce à nova jornada de conquista,
com amor remove a pedra infame que embaraça
os passos, não para em atalhos, mas rechaça
as provas e as visões que ofuscam a vista.

Quem acredita avança e não esmorece na dura luta,
toda refrega que se trava com a força e coragem
é digna de ser vencida com honra na bagagem
e a vitória é aclamada no auge da disputa.

Quem acredita alcança milagres, anda e não vacila
na marcha, não claudica nas pedras do caminho,
prossegue sem olhar para trás, e, no torvelinho
da vida resiste aos ventos e jamais oscila.

Quem acredita remove montanhas sem dificuldade,
não retrocede na jornada e jamais deserta infame,
e por todo mal que lhe suceda não dá vexame,
refaz a escalada e encara a dura realidade.

Quem acredita supera todo o obstáculo que encerra;
as maiores conquistas não precedem as batalhas,
mesmo que se perca um duelo sem medalhas,
a pugna só termina quando findar a guerra.

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

SALVE QUERIDA MAMÃE!

S em ti, óh querida mamãe, eu não existiria!
A gradeço-a por tua doce dedicação e valor,
L he dedico toda minha afeição pela ternura
V eraz que me deste! Eu jamais lhe pagaria
E ssa suntuosa dívida por teu sublime amor!

Q uero lhe agradecer, óh mãe, todos os dias;
U nica razão de minha vida é você, querida!
E ternamente tua face me será enternecida;
R etrato jovial do teu vulto é que me irradia
I mensa luz na vereda de minha escuridão;
D entro de ti jorra uma doce fonte que sacia
A sede de amor que sinto por ti no coração!


M ãe! Minha joia, meu tesouro mui sagrado!
A ceite com o singelo afeto e terna devoção
M inhas simples palavras, que a ti consagro;
A lcancem elas, teu sorriso, amor e bênção.
E s para mim o anjo a quem elevo gratidão!

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

SANGUE BRASINO

O negro macanudo e de brilho
aportou na querência colorada,
com um lombilho na invernada
mesclou-se no grado estribilho,
samba e fandango o seu fraco.
Na campanha de Farroupilhas,
cavalgou e lutou muitas trilhas
com a bravura do sangue afro.

Não tremulou dentro da cancha
para demonstrar a sua sagácia
de vaqueano, peão de audácia
na lidas que o pampa arrancha.
Impôs o respeito e já amparado
agauchou-se aos pagos o taura
campeador, fiel pajador e quera
de valor às tradições do Estado.

O negro campeou forte, valente,
verteu suores, risos e lágrimas
para nos legar favores, estimas,
miscigenou na terra sua gente,
teceu a língua do povo berbere,
cultura e ritual de um continente,
deixou-nos o ritmo mais quente,
carnavalesco e de alegria títere.

Seu elemento étnico não oscila
a força que ostenta nosso povo,
imbatível em piques de corcovo,
é guapo na febra e nunca vacila
nos pealos, cizânias de maulas.
O negro, antes de tudo é o forte,
raízes da África, na vida e morte
seus méritos nos doaram aulas.

O pampa sem negro e sem facho
não seria hoje o orgulho do país,
e dos seus pagos brota uma raiz
de sangue brasino: taco gaúcho.
São queras e jibarras de intento,
à bombacha, cavalo e garnacho,
e lá vai ele, é negro, é muchacho,
o irmão de cor, de valor e talento!

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

SELVAS DE LATAS

Um manto de concreto avança mata adentro,
devastando rios, lagos e cachoeiras nativas;
animais, pássaros, bosques e florestas vivas
já não existem mais; raras plantas no centro
das praças lembram o extermínio das matas,
ora convertidas em cidades – selvas de latas!

Ao visualizar tais cenas tristes e deprimentes,
um dilúvio de revolta me traspassa o coração,
só vejo frotas de veículos e cimento pelo chão,
canteiros de obras com guindastes insolentes,
máquinas e betoneiras, edifícios e habitações.
Deus! Cadê as selvas, os bosques e ribeirões?

Ouvindo-me indagar da sua majestosa criação,
o Senhor replicou-me com a magna sabedoria:
Das selvas o homem tira a relva e faz moradia;
dos bosques abate as árvores para construção;
dos ribeirões, expele os peixes, polui as águas
e de si próprio, extirpa a natureza sem tréguas;...

As selvas são hoje pilhas de latas barulhentas;
indústrias, carros e caminhões, fluem fumaças
ao ambiente; nas matas não existe mais caças;
com tanto dióxido no ar, já não chove ou venta
mais o zéfiro na planície; esvai-se toda beleza
do planeta azul no irracional açoite à natureza!...

Mas ai dos filhos de agora e gerações futuras!
O que semearem não ceifarão em abundância;
no desmatamento, obterão frutos da ganância;
e na maléfica poluição sucumbirão as criaturas
inocentes; a fauna e flora, outrora exuberantes,
serão miragens pela selva de latas sufocantes!

Indignado com tanta devastação, a Deus roguei:
divino Rei da Glória: – Que faremos à salvação
do habitat azul e toda sua encantadora criação?
A voz Onipotente num lépido favônio eu escutei:
com boa consciência a Terra não ficará perdida;
no reino dos mares e oceanos ainda existe vida;...

Será preciso considerar, preservar os recursos
ainda disponíveis no planeta; dispor sacrifícios
ao consumo sem dissipar água e desperdícios
de alimentos; recuperar todo bioma nos cursos
dos rios e mares; refrear a emissão dos gases;
e reflorestar a gentil floresta através das bases;...

Porém, acorde o ser humano do entorpecimento
fatalista; saiba que a Terra é o seu único destino;
mire os agravos contra ela, o seu berço genuíno;
seja realista e ajude toda a natureza com talento;
haja estima ao ecossistema e o torne condizente,
pois faz parte dele sendo seu térreo dependente!...

Se o homem exterminar toda sua natural riqueza,
eis que pouco restará à sua pobre sobrevivência;
os desertos predominarão e não haverá a ciência
que possa reaver às matas a sua original beleza!
Prevaricando a humanidade, todo o pavor advirá
ao planeta, assim a fúria da biosfera extravasará!...

Rastejará o homo sapiens, igual réptil pela Terra?
Sorverá o ar imundo pelas cidades, eternamente?
Dizimará todos os espécimens vivos, consciente?
Se assim insistir eis que lhe rondará a besta fera
do genocídio para tragá-lo à infernal aniquilação;
pois a terra dos viventes é única e sem exceção!

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

SERIA BEM DIFERENTE...

Seria bem diferente
se o mundo tivesse seres
fantásticos, belos e sorridentes,
que nos influíssem a excelente paz,
e nas adversidades da vida, os títeres
do riso nos irradiassem a felicidade veraz.

Seria bem diferente
se os sonhos dos homens
fossem reais e mui excelentes,
que nos traduzissem luz e amores;
os seres brutais se tornassem jovens
afáveis e só brandissem armas de flores.

Seria bem diferente
se os povos estreitassem
os laços de união eternamente,
os humanos se sentissem seguros
na vida, sem rixas e iras que ferissem
o próximo e lançassem almas em apuros.

Porém, é tão diferente
a orbe e milhões de seres
hostis, alienados e divergentes,
a perpetrar espetáculos de guerras,
chacinas de povos, ambição e poderes,
vis opressões, tráfico e invasões de terras.

Porém, é tão aberrante
a terra de entes horrendos,
letíferos, de atos repugnantes,
cheios de maldade, armas em riste,
a tramar corrupção, crimes tremendos,
matando vidas em delitos de cenário triste.

Porém, é tão exorbitante
olhar as criaturas perecendo
de fome e na miséria infamante;
tais cenas nos remetem realmente
na arena de feras com seus ais vertendo
lágrimas na terra de visões tão decadentes.

Seria bem diferente, oh que azar!
Nesta terra tão sutil e extravagante,
uns nascem para rir, outros para chorar,
tal é o fadário que os tangem e maltratam,
e mesmo com a imane luz divina e cintilante,
flui na terra o avejão que os ferem e os matam.

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

SINGRANDO ESTRELAS

No cimo do Everest imponente,
quedei afoito por mirar estrelas,
majestosas, refulgentes, belas,
quando ali engendrei insolente:

“Ah se eu fosse a nau brilhante
a singrar iguais aos venturosos
cometas no céu, mui luminosos,
através do universo alucinante?”

Nisso, uma nevasca do Oriente
veio açoitar a minha presunção,
quando escutei a voz do vento:

“Saibas que até o mais fulgente
astro dos céus na sua irradiação,
jamais singrou todo firmamento!”.

Do seu Livro "Cascata de Versos - 2019

VAMOS VIVER PACÍFICOS NO LAR E NA TERRA

VAMOS
desmascarar a pérfida máscara,
espúria, incongruente e profana,
vedando nossa imagem diáfana
aos atributos da vaidade pícara,
para seguir em frente, na diretriz
do bem e sem medo de ser feliz;

VIVER
alegremente como personagens
puros e nobres, à nata essência
do fiel escultor; usando a ciência
da humildade sem camuflagens,
convictos da preciosa dimensão
do amor a irradiar luz ao coração.

PACÍFICOS
sejamos então, cidadãos felizes,
livres de crueldade e ostentação
de ódio, imunes a toda agressão
ao próximo, sem assentar raízes
e ciúmes contra os semelhantes,
não sendo tiranos ou arrogantes.

NO LAR
edifiquemos nossa eleita família
com a paciência e compreensão;
iluminemos a alma na escuridão
dos dias, sem briga e selvageria;
assim seremos como esculturas
preciosas no acervo das alturas.

E NA TERRA
vivamos em moldes de matrizes
originais, sem borrões de horror,
mas figuras de encanto e louvor,
fartas de luz e brilho nos matizes,
expostas aos anjos e bem vistas
na obra-prima do celestial artista.

Do seu Livro "Cascata de Versos" = 2019

A audácia e a perseverança são as armas dos que esperam triunfar.

Quando um verdadeiro amigo morre, arranca um pedacinho do coração da gente.

Os homens imaginam e criam deuses à sua própria ignorância.

Só recorrem aos gritos os que não conseguem convencer com a razão.

As estrelas brilham constantemente, mesmo que o céu esteja nublado.

A inveja é peçonhenta e arrasta-se no chão como uma serpente traiçoeira.

As lágrimas que correm pela face não doem, mas as que rolam pelo coração sangram iguais a ferimentos profundos.

Certos pastores sem as ofertas dos seus fieis, são como os lobos sem suas ovelhas.

Velhos não são os que têm rugas na face, mas os que carregam maldades no coração.

Há punhais no sorriso dos homens, como também navalhas no pranto das mulheres.

Há na Terra pessoas que insistem colocar um asno numa gaiola para vê-lo cantar como um pássaro.

Desde a fundação do mundo, a vida já é uma sentença de morte.