Coleção pessoal de Gabrielstive
O Evangelicalismo, derivado do Protestantismo, apresenta uma grande crise de identidade em sua não aceitação como seita católica.
A religião cristã nunca deixará de existir (teologias são adaptáveis), mas as igrejas torna-se-ão obsoletas, como já ocorre em muitos países aqui da Europa. E isso não significará o definhamento do cristianismo, mas uma adaptação, uma nova visão teológica, vigente à nova realidade social. A vida religiosa não se limita e não se limitará a espaços físicos, mas se encaminhará para uma prática filosófica, de caráter estritamente pessoal.
A Teologia Cristã resume-se no pecado, sem o pecado (e consequentemente a concepção de inferno) a igreja não é nada. O Cristianismo se alimenta da culpa atribuída às consciências.
O grande estigma religioso encontra-se quando a religião deixa de possuir um papel de amparo social e adentra nos domínios políticos de controle social. A Laicidade e a separação efetiva entre Estado e Religião tornam-se necessidade, demandas pertinentes à segurança pública e direitos humanos universais.
O básico para a tolerância é entendermos que todas as manifestações religiosas possuem a mesma origem: A insaciável inquietude humana (busca por respostas).
O biólogo precisa ter muita cautela nas explicações com abordagens evolutivas. A romantização da complexidade da vida abre brechas para a Teoria do Design Inteligente. É necessário entendermos que as mutações nem sempre são "inteligentes" e que as mesmas podem ter alternativas mais eficazes.
A Romantização da vida não é mais cabível para mim. Somos produtos de uma natureza cruel e aleatória. Onde o sofrimento, a dor e o desespero são aleatoriamente distribuídos, sem critérios, sem karmas e sem "aqui se faz, aqui se paga".
"Deus sabe de todas as coisas" é a resposta típica dos cristãos para evitar lidar com frustrações da vida real.
Os conceitos que levam à evolução linear e a romantização da complexidade criam brechas para o capcioso Criacionismo.
A natureza de deus é fruto da natureza humana; mas ainda não sei dizer se a natureza humana é fruto do inconsciente divino.
A religião pode tanto ser a cura, o placebo, como também um vetor para uma doença progressiva, degenerativa, social, psicossomática.
Quando vejo/ouço alguém dizendo que deus "criou" a família, só consigo lembrar que foram as "famílias" que criaram deus.
Nós, Teólogos, somos meros especuladores sobre a questionável (ou a inquestionável) natureza, origem, história de deus (ou deuses). Curiosos que se debruçam sobre um grande fenômeno social e evolutivo (sim, evolutivo), denominado: Religião.
Comparo cristãos à advogados que buscam brechas jurídicas, mas que no caso a busca se retém aos trechos bíblicos que possam justificar suas "verdades".
Não temos a opção de optar o que não queremos. Somos vítima da nossa existência, e padecemos por um pecado que para nós é involuntário, não adquirido, mas parte da natureza ao qual não queríamos ter.
Somos vítimas do passado e do medo, tentando, com dores, mudar o presente na pretensão de adquirirmos a liberdade da existência, ao qual, novamente afirmo, não nos foi optada. Nossas lágrimas escreveram nossas histórias.