Coleção pessoal de GabrieldeArruda

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⁠Epiderme

Dentro de mim habita o verdadeiro terror,
Onde os monstros se escondem sob a pele,
Revelando a verdade que nos abate,
Não se iludam, aqueles que confiam em nós!
Não há cama que os oculte, pois não se escondem debaixo dela,
Mas por baixo dos lençóis e os seres, onde não há certezas,
Não creio em mim, com certeza, sou um monstro, não mártir, nem herói.
Mediocramente humano, foi minha vida, escravo do que nunca serei
A capacidade humana, essa sempre me aterrorizou mais que fantasmas.
Consagro a nós o desprezo, tudo isso seja o que for que sejas
Aqueles que confiam, não se enganem.

⁠⁠Impermanência

Quão alegres são as chegadas, loquazes,
E os prazeres que consigo trazem,
O espírito se incendeia, dança,
Quão tristes são as partidas, silentes,
E os prazeres que consigo levam,
O espírito se dilacera, despedaça.
Ah, estou farto, meu tolo coração, tantas vezes ridículo, deseja pelo dia
Em que os encontros superarão as despedidas. Como uma pessoa a quem lhe impõe a ter a sua desgraça.

Marginal

Às margens profundas do meu ser, vagueio como um rio agitado sem leito. As palavras, como pesadas pedras, afundam no abissal silêncio impenetrável.

As pobres almas que toquei, como folhas secas outonais, desprendem-se e voam para longe. Desaparecem na bruma do cruel tempo.

Ó rio, sem rumo, sem destino, és espelho da minha própria existência.

Rio sou. E fluí.

Leva-me para além.

Que eu seja a folha seca que flutua em tuas correntezas, que se despede, e que o tempo, implacável, me leve para a outra margem.⁠

O verdadeiro horror mora no fato de que os monstros reais se escondem debaixo da nossa pele.

⁠O Eremita

Com lentes tingidas de um brilho sombrio,
Meus olhos, embotados de dor e lágrimas,
Veem o que outros não percebem, no silêncio confinado.
Com olhos que ultrapassam o véu da realidade,
Sou um estranho em minha terra, sem lugar para pertencer,
Amei com a quietude de estrelas esquecidas,
Sonhei com a vastidão de galáxias perdidas,
Mas meu coração é um relicário de esperanças defuntas,
Um navio sem ancoradouro, perdido em um oceano de solitária penúria.
Sou um homem que, em suas próprias marés, se consome e se afoga
E, nas profundezas da mente, se perdeu.

⁠A chegada de certas pessoas nos causa uma felicidade tão profunda que, quando chega o momento de suas partidas, desperta uma tristeza proporcional.

⁠Odeio demasiadamente amar-te intensamente.

⁠Persisto remando contra a correnteza, na contramão, meu ombro esbarra nos demais, colhendo olhares austeros de reprovação. Sigo por essa trilha solitária, tropeçando em passos incertos.

⁠Serei feliz enquanto tiver um lápis ou pincel em mãos.

⁠Há dois caminhos: o da sabedoria e o da felicidade. Qual escolhes? A dor do conhecimento ou o prazer da ignorância?

⁠⁠Na excitação do Carnaval, em meio à folia,
Me pergunto o propósito das máscaras, com ironia,
Todos se fantasiam com máscaras de alegria,
Mas pode um copo cheio afogar uma alma vazia?

⁠⁠Não enterre os sentimentos, pois essas sementes de nossa existência brotarão em árvores, cujos frutos, fantasmas de um passado distante, irão permeando o presente com seu sabor amargo.

⁠Em certas ocasiões, um abraço pode significar prisão, enquanto um adeus pode representar liberdade.

⁠A resposta para o sentido da vida reside no porquê da morte.

⁠⁠Deixo em verso e prosa tudo aquilo que assombra minha alma.

⁠Anseio conhecer-te, desvendar teus mistérios e desejos, explorar as zonas mais profundas, mergulhar em teu oceano, envolver-me em teus abraços e deixar-me levar pela correnteza, atracar em tua vida!

⁠Desejaria poder habitar no instante em que te conheci; teu sorriso evoca um passado em que minha felicidade consistia em sonhar com o nosso futuro.

⁠É impossível que tudo se reduza ao nada. É por este motivo que demos o nome de Deus ao Todo e ao nada, Morte.

⁠Sou suficientemente são para ter a consciência de minha própria loucura.

⁠Viver é uma tortura,
Sem ti, só me resta a saudade. Saudade de ti ao meu lado,
Estou só, acompanhado apenas de minhas loucuras,
Meu coração já não suporta essa dor guardada em silêncio,
As lembranças póstumas do teu amor me deixam às escuras.