Coleção pessoal de gabrielascheid
Adoro cactus
É a única planta que sobrevive na minha residência, talvez por ser xerófita.
As vezes passa meses, tudo passa
E ela continua dando o ar da graça
Perto da janela.
Quando lembro, corro dar um oi
Fazer um agrado, mas na volta sempre me arrependo.
Malditos espinhos. Malditos cactus
Os dedos ardem, prometo não regá-la outra vez
Consigo ouvir os sussurros:
Era tudo que eu queria, obrigado
Maldito cactus
Não se trata de isolar a solidão,
O bom é saber como e em qual momento morar nela.
Não tenha pena dos que estão sozinhos
Reze por aqueles que temem e jamais conseguirão desfrutá-la
Pois chegará uma hora
Em que não haverá ninguém,
Apenas você, a escuridão e o silêncio
Não, não é ruim
Ah meu bem,
lhe compreendo mais que ninguém
Passo minhas asas sobre tua cabeça
e sugo toda dor que já sentiu.
Vago sobre o bosque das almas
pra achar a luz e te ofertar...
pelo teu bem, pela tua paz.
Você merece o universo em um vaso
repleto de flores coloridas.
Você merece se banhar
em um lago de estrelas infinito,
tão vasto quanto teu sorriso
Ser fisgada por um estrela cadente
e flutuar pro céu,
onde pertence.
Lá não tem maldade nem julgamentos
é tão perfeito
que não existe.
Mas é sua cara.
O sono é aquele amigo preguiçoso
sempre o último a chegar
Esquento o café e sento na varanda
o que será que eles fazem a esta hora
lá fora neste frio?
- me pergunto
não interessa - o vento corta
Aquele amigo preguiçoso
que quando senta no sofá não quer mais ir embora
invejo o gato que dorme desde cedo
Planejo o próximo dia,
as coisas que precisam ser feitas,
aquelas coisas de adulto sabe
Mas deixo o silêncio prevalecer
não sou submissa à ele,
apenas uma antiga admiradora
Aquele que sempre te deixa na mão
quando você mais precisa