Coleção pessoal de Fuzi
O silêncio constante de uma sábia boca é como venda nos olhos de um malabarista num trapézio, o calar da voz de um sábio nos ouvidos de um homem reto é como um cantil de água vazio nas mãos de um homem perdido no deserto.
O homem vazio de si chegará ao seu Deus, pois onde se tornou oco no homem lá plenamente seu Deus falará.
A seca em si é apropriada para o homem que tende a ser cantil, a fé dele esta nas coisas que praticamente pra muitos não são reais, mas mesmo ele tendo a fé que lhe sustenta, suas habilidades são inteiramente reais diante dos outros, nisso sua fé é contigo e suas obras tornam-se gloriosas, sendo ele luz cabe a ele produzir iluminados, sendo ele cantil cabe a ele conter água para os necessitados.
Pois aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos pelos olhos e bocas daqueles que não ouviam a musica, pois seus ouvidos foram tampados pela imagem que seus olhos viram e pela mente cega vendada ao conhecimento, trancafiada nas grades da ilusão, um calabouço de muros baixos e portas frágeis que prendem todo seu intelecto, tornando-o mórbido e paralisado, achando que é o que lhe restava ser, são efeitos psicológicos causados pelo fato de avaliar-se antes mesmo de se desprender ou se superar.
Nunca devemos achar que perdemos algo na nossa vida, algo que nos faz lembrar e pensar o quanto não queríamos perder, como amores e paixões, tornando-o em o bem e o mal do século XXI, devíamos sempre pensar que nós só não fazemos mais parte desses planos a qual nos sujeitaríamos a vivermos escorando neles.
O homem hipócrita é com uma ovelha que se farta em um banquete deixado pelos lobos ao relento, no infinito verde dos campos ao redor, por vez que a fresta da cerca esteja seu olho e até mesmo que seja seu olho, jamais contemplará a real liberdade dos lobos, mas mantendo os olhos perdidos ao horizonte deles, tenderá a ser pastorada como um.
Há quem são lobos aos olhos daqueles que os odeiam mesmo estando ao lado deles na matilha e na fome, seus olhos veem sua ferocidade aparente, seus corações palpitam ao julgá-los na condição de serem selvagens, mas na fome amiga são como eles, quando sentam em meio aos despojos deixados por eles.
Uma visão pode ser tudo que se possa ver, mas depende de como se encontra no momento, olhando como estou agora, poderia até mesmo ver um caos frustrante das abelhas em um lindo e florido jardim ou vise e versa.
Uma observação fria pode te livrar de uma armadilha deixada pela a vida, te livrar que cair no abismo a frente, te livrar de sentir um amor doente, te livrar até de uma imagem mal vista e te poupar de um amargo gosto ao aprender a sustentar-se dolorosamente com a situação a qual foi vítima e carrasco de si, te poupar também na ocasião desastrosa de se jogar de cabeça na cama confortável da tristeza por uma mera emoção, enquanto seus atos forem induzidos pela pilha da emoção, terás decepção e tudo será pura ilusão.
Observando alguns comportamentos e traçando alguns perfis, tenho visto homens de muitas carências em seus corpos, como feridas nos soldados em guerra, seus orgulhos são como morfinas adormecedoras para a dor de suas feridas, fraquezas e fragilidades em seus olhos como os reflexos de suas angústias, tendo memórias de um passado doloroso, recentemente tão convencidos de si, que lhes fazem endurecerem os corações e acharem que suas fardas rasgadas em combate os darão o alívio silencioso da amargura, serão como armaduras e os trarão o conforto diante da dor, pura ilusão.
A tristeza é como um canário que há anos tem vivido no cativeiro de uma cela, seus olhos contempla o mundo e as aves de outrora, livres da prisão, seus cantos são ouvidos poderosamente pelo pássaro canário que ali há tempos mora, transpassando as grades da gaiola, sua tristeza torna-se evidente quando ele se dá conta de que seu canto foi embora.
Há muitos homens tristes atrás das grades da angústia, são como canários a cantar presos em gaiolas, nós só conseguiremos ouvir as tristezas de suas cantorias, se formos livres em outrora, perceberão então o poder das nossas vozes sem grades de confinamentos e quão livres somos a cantar em bando e harmonia.
Na vida inteira temos que olhar o que falamos, pesar o que fazemos e sentir o que pensamos, a vida é como as fases da lua, momentos claros e momentos escuros, tropeçar palavras em claro o escuro as ouvirá, tomar decisões no escuro a claridade lhe mostrará, o sentido da vida agora depende de como pensar.
Não importando a beleza que é o horizonte ou quão longe ou perto esta, o que realmente deve lhe importar é o próximo passo a dar, pensando assim verá e lhe cairá à nobreza de estar a mais um passo a dar do horizonte em que se tem de alcançar.
Muitos questionam o caminho que percorremos e a direção que andamos como se importasse o rumo que tomamos. A gloria esta no movimentar do corpo, no silêncio dos passos, na dor relevante dos membros, no alcance de um topo, nos tornozelos inchados pelo esforço e na cabeça constantes pensamentos.
A estrada termina onde os trilhos começam, o chão termina onde a escada começa, sua caminhada começa quando você si anima, sua jornada termina quando você si entrega.
Ouvi dizer que caminhos tortos não levam a nada, daí pensei que esses caminhos não os levaram a dizerem isso e por si só não serem nada.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios e chuvosos em casa esconder-me ao cobertor quente no conforto de um teto, Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade me aquecer no calor da normalidade e viver na angustia sã.
Sensatez essa que lhe corrói docemente como um adulto com um pirulito, sabendo ele que torna mortífero a seus dentes, sua imagem será o que sua sensatez lhe fará, se queres sorrir terás de jogar a sensatez doce e prazerosa de lado ou nunca desembrulhar sua sanidade, para que possa ser livre e ser também aos olhos dos sensatos a crueldade de ser chamado de louco.
Se olhar do alto de uma colina ou de um farol apenas olhando até ali poderás ver o mundo, aos olhos de quem sonha o horizonte é o limite, vista de uma janela uma vida que transpassa a imaginação e quando chegar ao além, lá estará seu mundo, um mundo seu.