Coleção pessoal de fredvilar
Situações de ordem ou de estabilidade são sucedidas por situações de desordem ou de instabilidade. As variações estão inteiramente contidas nas possibilidades de acerto decorrentes da atividade política. Em outras palavras, um tempo mais longo de estabilidade depende de escolhas políticas adequadas; escolhas erradas geram instabilidade
"Mas muito mais frequente é os homens serem distraídos de seus principais interesses, mais importantes mas mais longínquos, pela sedução de tentações presentes, embora muitas vezes totalmente insignificantes. Esta fraqueza é incurável na natureza humana"
Em períodos de regressão de valores democráticos, ascensão do populismo e exacerbação de discursos intransigentes, há uma preocupação crescente
com a capacidade da constituição de realizar a sua função de coordenação do jogo político, assim como de assegurar que direitos, separação de poderes e a
própria democracia não sofram um forte processo de erosão, que leve a uma subversão da ordem constitucional.
"os princípios não são apenas valores cuja realização fica na dependência de meras preferências pessoais. Eles são, ao mesmo tempo, mais do que isso e algo diferente disso. Os princípios constituem o dever de adotar comportamentos necessários à realização de um estado de coisas ou, inversamente, instituem o dever de efetivação de um estado de coisas pela adoção de comportamentos a ele necessários." (ÁVILA, H. Teoria dos Princípios. 4.ed. rev. - São Paulo : Malheiros, 2005, p. 71,72)
"o principio da moralidade exige a realização ou preservação de um estado de coisas exteriorizado pela lealdade, seriedade, zelo, postura exemplar, boa-fé, sinceridade e motivação" (Paulo Modesto, "Controle jurídico do comportamento ético da Administração Pública", RDA 209/77, apud ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios - da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 4.ed. rev. - São Paulo : Malheiros, 2005, p. 71)
“Se o poder limitado nunca produzisse mais poder, as constituições nunca teriam desempenhado o importante papel que tão obviamente desempenharam e continuam a desempenhar na vida política”
Se fôssemos governados por anjos, desnecessários [seriam] os controles externos e internos sobre o governo. Ao construir um governo em que a administração será feita por homens sobre outros homens, a maior necessidade reside nisto: primeiro é necessário habilitar o governo a controlar os governados; e, em seguida, obrigar o governo a controlar-se a si próprio.
Deve fazer-se com que a ambição se contraponha à ambição. O interesse do homem deve estar ligado aos direitos constitucionais do cargo. Pode resultar de uma reflexão sobre a natureza humana que tais dispositivos sejam necessários para controlar os abusos do governo.
“O sermão há de ser duma só cor, há de ter um só objeto, um só assunto, uma só matéria. Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá la com o exemplo, há de ampliá la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar, há de responder às dúvidas, há de satisfazer as dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disso há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é pregar, e o que não é isto, é falar de mais alto. Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses devem nascer todos da mesma matéria, e continuar e acabar nela.”
(VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da Sexagésima. In: Os sermões. São Paulo: Difel, 1968, v.VI)
O homem é uma doença da Natureza – e a pior de todas porque é uma doença inteligente. Teima em superpor à natureza a sua vontade e é, cada vez mais, um conflito lamentável de duas evoluções contrárias, a natural e a humana.
Entender e compreender um texto é um modo de contribuir até mesmo à autocompreensão do próprio indivíduo
Toda a luta política, nos últimos duzentos anos, se resumirá na expansão do corpo deliberante, com o sacrifício do exclusivismo dos grupos aristocráticos.
A utopia se alimenta dessas decepções periódicas, assentada sobre uma velha imagem, apagada mas não extinta, de soberania da nação
O diálogo enriquece o entendimento, mas a solidão é a escola do gênio; a uniformidade da obra indica a mão de um único artista.
Agir conforme aquilo que se fala, alinhar discurso e prática, além de ser uma postura ética, é um sinal de autenticidade.