Coleção pessoal de FranciscoFerreira

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Por mais que queiramos nos isentar ao falar de alguém, tanto na poesia, quanto na vida, sempre adicionamos um pouco de nós mesmos no tempero da massa. Somos autobiográficos quando se trata de pessoas.

Sou um eterno aprendiz da arte de errar melhor.

A gente faz planos, mas quem executa é a vida.

A morte me fascina profundamente, afinal ando de mãos dadas com ela desde que nasci, num jogo de gato e rato.

Sou um incorrigível otimista e, para mim, um talvez é a metade de um sim.

A mim basta-me o ser guerreiro. Na presença de reis curvo-me, deponho armas e espólio. Só ainda não conheci nenhum rei.

O inferno, para os vivos, é a lembrança.

Os relacionamentos são, em sua maioria, muito fundamentados no egoísmo. As pessoas, quase sempre, querem o outro para si, mas esquecem-se de que precisam se doar também.

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Eu tenho destino de navio, mesmo atracado, me movo com as marolas da vida. Sempre na vontade e precisão de viajar num novo pensamento.

Desdesenhadas minhas asas tortas
recolhi as penas e a pena.
Despoetei-me!

Não entendo porque se tem necessidade de qualificar as pessoas por cor e raça.
Na qualificação raça, por exemplo, não bastaria responder: HUMANA?
Quanto a cores, me desculpem, mas sou dautônico social!

Sem Saída

Sem saída:
se corro, o amor alcança;
se fico,
a solidão devora!

Destino

Sem direção ou norte...
Apenas o horizonte,
infinito e indispensável!

Desproporcionalidade

Desconhecendo a força do braço
atirei a pedra.
As janelas do destino? Quebrei-as!

Maldade

Abstrata,
teceu em mim,
cicatrizes concretas.

O brilho de teus olhos resvala
na claridade úmida do alvorecer.
Novo dia...

Impasse

Teus nãos
aos meus sins, dilaceram
nosso talvez, todavia! Porque?

Fases

De manhã, a manha
da tarde, ao entardecer
de ti, a noite ser...

Artífice

O cinzel do tempo
esculpiu meu rosto
de rugas e em cicatrizes
minha alma.
Mas permitiu, intacta,
em meu coração
a capacidade de amar!

Abandono

Não bastasse
que se batesse
contra toda parede branca
que havia, avezinha tonta,
bateu asas
e deixou sozinho,
no ninho,
meu coração de passarinho.