Coleção pessoal de Franciscodeolivas
Consulta
"Onde, dor na mente?"
- não doutor é além:
um infinito ausente...
"Um infinito ausente
ou apenas um coração carente?"
- não, me entenda doutor
é o esquecimento do amor.
"Ora pois então não é ausência.
é apenas um infinito no escuro,
ou sintomas de corpo mudo"
- e isso é grave doutor?
pois posso ter contaminado
para paixão anterior.
"A única coisa contaminável
é céu sem estrelas, meu irmão!"
- que vida mais afável...
examina meus vãos?
Átomos
Somos partículas de Carbono
Dentro de um vasto universo,
Mas com você me sinto dono
De cada planeta, de cada verso
Desta poesia que lhe escrevo.
Universo esse que lhe concedo.
Sou meu corpo, menos você.
Sou as cores da arte que não vê.
Sem você, sou alma que não lê.
Pequenos como átomos
Gigantes como estrelas
Humanos como humanos.
E teus amores são cometas
Rasgos de pó em meu noturno
São luzes, as lunetas
Chega a noite penso e durmo.
Com a paixão que se abraça em calor,
Em teus buracos negros de amor.
As Vozes no Espaço
O silêncio
no enterro das vozes
altas
fora gritante.
tão alto que estou surdo,
mas não sei estar cego
ou apenas poeta mudo.
e ainda escuto
do fundo do espaço
esse miúdo
esse miúdo opaco.
o som
ainda ressoa
o som
de uma única pessoa.
Casal Contemporâneo
Te odeio a ponto de te amar.
Tanta sede, sou capaz de beber o mar.
Sua chama de tão azul é fria.
Você é tão distante que eu iria
Tornei-me cego que viu até demais.
Você é a prova do desgosto que quero mais.
Minha Terra
sabia que o sabiá sabia assobiar?
para que saber que sabiá
assobia
se já sei que ele pode voar
apenas com cortes do vento
saber cantar?
pois um sabiá não apenas assobia
mas sabiam que eu sabia
seu maior segredo que assobiou
o segredo da sua terra:
são sábios,
dizem os assobios.
O Dia do Amanhã
O mais importante
é saber se importar.
Não são problemas a resolver
Nem compreender a amar
Apenas importe-se e aprenda
Pois esta vida é pequena
Nunca sabemos o dia do amanhã
Ou como o sol nascerá
Talvez uma bela manhã
Ou aqui não mais estará.
Os Olhos Azuis
Alguém perfeito,
Mas sem notar
Presa em meu peito
Algo além do que amar,
Às vezes deito
Sem nem o que pensar
Apenas ela sem defeito
E profundo seu olhar
Cujo inteiro feito
Do mais belo azul mar,
E eu cá sem jeito,
Sem saber explicar.
Canção de Ninar
Fiz de você meu infinito Sol
e agora morro de calor.
Em todas as Luas fisgo em seu anzol
Ah meu amor!
Ah meu amor!
Já Diziam Eles que Eu Era Louco
Dizem que sou o Louco
Cercado de ordinárias
Sou eu, sou pouco
Sou indefeso em batalhas.
Penso diferente, com lamentos
Há algumas loucuras nos meus sentimentos.
Há mares de contentamentos
que se encontram nos meus pensamentos
E a primeira defesa na guerra chegou,
dizendo coisas surreais.
Uma Louca se juntou
Cheio de conotações complexas, mas mortais.
Nessas horas foi-se-me questionado.
Não seria eu o afortunado
bandido e amado
com o exército armado?
E batalhei.
Suei.
Amei.
Ganhei.
E ordinários aos poucos, tornaram-se Loucos.
Saudade
A saudade aqui
No infinito mar
Não carece de se preocupar
Não o esqueci
Num fluxo, as lembranças
Na onda minhas lágrimas
Na água, esperanças
E na correnteza,
sua beleza
Serás esquecido
Se minha falha mente falhar
Navegarei, entretanto
No infinito mar