Coleção pessoal de FranciscoBarroso
Um dia, no futuro,
O aperto de mãos, o olhar nos olhos,
o abraço mágico, a ciranda-cirandinha,
o esconde-esconde e a cabra cega, das crianças,
serão apenas histórias contadas.
Vagas lembranças de uma geração que foi humana.
A alma daquele homem está bem alimentada.
Ele chorou de manhã, pelos outros.
Sorriu à tarde para seus entes.
E sonhou para si, à noite.
Se perguntarmos ao tolo e ao sábio
a diferença entre a tolice e a sabedoria,
o tolo fará um discurso.
O sábio apenas esboçará um sorriso.
Antes de nos indignarmos com as grandes injustiças do mundo,
devemos combater as pequenas injustiças que nos cercam.
O injusto comete uma injustiça e sorri.
O tolo comete uma injustiça e chora.
O sábio repara a injustiça cometida.
O homem é, por excelência, um violador contumaz
das leis do universo. Os débitos são gigantescos.
Não há boas notícias para os próximos milênios.
No universo, não há nada gratuito.
Quando alguém, por exemplo, ganha na loteria,
abre-se um débito abrupto no horizonte da ação e reação, e
forças universais conspirarão para cobrar
pela dádiva recebida, de alguma forma, na mesma medida.
As ações do homem são como bolas de borracha
Quando batem no alvo sempre voltam
às mãos de quem arremessou
Três coisas simples medem o grau de
civilidade de uma sociedade:
O cuidado com as crianças, com os livros e com as praças.