Coleção pessoal de flabrito

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Só acredito (absor)vendo.

Sou uma santa pessoa. Sou. Tão santa que me perdoo todos os meus erros. Tão pessoa que não me privo de cometê-los.

E tentar dizer alguma coisa a quem não sabe ouvir, pra quê?

Não acredito nisso de amar muito ou amar pouco. A gente ama, e ponto. Ou não ama, e ponto. Não há como existir um meio termo: é como respirar. A gente respira ou não respira. E ponto.

Tô indo. Sozinha. Não conto para onde. Não quero que essa coisa castradora chamada bom-senso me encontre.

Não sou o tipo de pessoa que enlouquece de amor. Sou o tipo de pessoa que já acreditou que amava loucamente mas aprendeu que amor não enlouquece: sereniza.

É que intensidade não quer dizer falta de equilíbrio. Certo?

Aquela sensação de que, embora não falte nada, falta.

Um passo por vez. Ainda que meu coração corra uma maratona por dia

Eu me amo demais para não me permitir errar de vez em quando.

Respeitando-se a fronteira do saudável, estabelecer a magreza como padrão único de beleza é cegar-se para o que há de mais lindo entre os seres humanos: as diferenças. Bonito é ser - e amar - quem a gente é. E se orgulhar disso. Pesado, mesmo, é o preconceito. Sejamos leves. E lindos, do jeitinho que somos.

Eu tento. Vou tentando. Às vezes fazendo de conta que é fácil, às vezes preferindo mesmo que seja difícil. Assumindo o risco de atravessar a rua de olhos vendados, os riscos. Mantendo a impaciência para não perder de vista o mundo estranho que criei para mim, ali mas aqui dentro, estranho e tão adequado pois o que não me instiga não me comporta. Atirando-me em voos cegos, porque é assim que enxergo claramente que ainda há um longo e permanente caminho de volta, ainda que o retorno seja apenas um passo para trás. Com pressa, quase sempre. Cansada, vez em quando. Disposta, embora a fadiga. Com um pouco de medo, que temer faz parte, mas não desorienta.

Hoje eu penso que liberdade, mas do que se atirar de cabeça no que a gente quer, é não se deixar acorrentar por aquilo que a gente pode até querer, mas não nos serve.

E se apenas eventualmente for lembrar de mim, me esqueça. O que não é inteiro não me interessa.

Amar é (im)preciso.

Acontece que ninguém, absolutamente ninguém, tem sangue frio diante de uma paixão. A parte boa é que o coração se refaz, e as histórias, e os caminhos, e a vida. E nós.

Tenho muito orgulho de quem eu me tornei; mas tenho um orgulho infinitamente maior de quem eu não deixei de ser. Não entendo a lógica dessa gente que nega as origens.

Eu dedico cada uma das minhas vitórias, com todo carinho, àqueles que diligentemente ocupam seu tempo torcendo contra elas. Obrigada por contribuírem para que eu me supere a cada dia.

Se é amor, se não é, não me interessa. Interessa que meu coração acelera, e minhas mãos estremecem - e eu me sinto viva.

A gente se extravia tanto do caminho nessa vida, tanto, que acaba se encontrando mesmo é nas perdas.