Coleção pessoal de FJE2010
A autoridade, e a única que aceitamos, é a dada pelo próprio pensamento, quando em si mesmo encontra a sua validez, a sua justificação.
Nosso desejo de alcançar um fim talvez seja, apenas no mundo do espírito, um grande desejo de fim, de termo, de destruição, de aniquilamento e não da verdade absoluta, sonhada por todos.
A reminiscência platônica é apenas a possibilidade de atualizar, pela consciência, o anelo ao supremo Bem e aos valores hierarquicamente colocados.
Se o que vem a ser não é, o vir-a-ser prometeico viria do nada, e, nesse caso, o nada teria aptidão de ser, o que já lhe daria uma eficacidade e deixaria de ser nada para ser Ser. (...) Neste caso, tudo quanto se dá no Devir já é, e o Devir é o apontar do que é; é o apontar do Ser, símbolo do Ser.
Todo existir tem um só vetor: buscar a perfeição do seu bem, o seu maximum de perfeição com o minimum de dispêndio.
Na verdade, na história da humanidade, quase todos os famosos ‘amigos do povo’ foram ligados aos grandes exploradores.
Esse espírito de entardecer, de crepúsculo, que não permite ver a imensa heterogeneidade que há nas causas intrínsecas e extrínsecas dos fatos, nos fatores que cooperam para que ele seja o que ele é.
Em todas as doutrinas, mesmo quando erradas, há algo de verdadeiro, não, porém, suficiente para refutá-las in totum, embora in partem.
Enquanto alguns psicólogos permanecem manuseando palavras mortas, os artistas fazem psicologia. Comunicar uma alma a outra é o trabalho dos estetas. Nunca, como agora, numa época em que a escala de valores puramente utilitária predomina na sociedade, mais carecemos de artistas. A arte é um estímulo para a vida.
Nem falador nem seco, entregue ao mutismo, mas falar com sobriedade e cuidado de tudo quanto se trata, é a regra de ouro da conversação.
Costumam os céticos rir da Metafísica. Kant julgou, com sua obra, tê-la destruído, e acabou enleado em suas teias. A Metafísica retorna sempre, até na obra dos que buscaram combatê-la com o maior ardor.
O gênio não vence por si, mas apenas sobra ou sobrevive da derrota total. Esse é o aspecto trágico da genialidade. Por isso, não se podem acusar as multidões de não compreenderem os gênios. Eles têm que ser incompreendidos (...) Só uma humanidade de gênios poderia entender os seus gênios.