Coleção pessoal de FernandoVentura
Prefiro conviver normalmente com alguns "loucos", os tais, considerados por uma certa fracção de sociedade fora dos padrões normais de comportamento, do que me dar com aqueles que transpiram hipocrisia e falsidade por todos os poros, e que vão sendo considerados normais.
(Eu) não cometo a loucura de ser normal!
Não há nada como ter as "costas largas" e se possível espelhadas. Existem sempre pessoas com alguma tendência em recorrer a elas para assim poderem fazer um melhor auto-retrato de si mesmas.
O mundo está repleto de seres humanos "iluminados"...o problema é que alguns só o são exteriormente e através de alguma luz artificial.
Arrogância ou a sua deturpação...
Arrogância nem sempre é atributo das "más pessoas", ou das pessoas mal educadas e com complexo de superioridade. As pessoas mais criativas e inteligentes, que por consequência tb disso tenham uma mente e espírito mais abertos que os demais, por vezes, poderão ter tendência (ou não) a ser mais arrogantes, distantes e com alguma falta de humildade.
Pior do que os ditos "arrogantes", são aqueles indivíduos que sentem prazer em contra-argumentar por tudo e por nada, ainda que com argumentos fracos e falaciosos, às vezes até provocatórios, com a intenção apenas de desestabilizar o outro e não com o objectivo de levar o debate a patamares interessantes. Nestes indivíduos existe também muita vezes a inveja. E claro, esses tais "arrogantemente inteligentes" percebem essa intenção e muitas vezes acabam por desistir dessa contenda de conhecimentos. Aliás, o acto de estes se retirarem do assunto, de ignorar a ignorância, representa uma derrota para os outros. Há também a questão do "zoom": uma pessoa inteligente consegue percepcionar as coisas de cima, ou seja, ela "diminui o zoom" para poder entender um contexto mais integral da situação, enquanto a outra não percebe e continua argumentando a um nível muito limitado, ou com o tal "zoom" muito aumentado, o que mais uma vez desanima a pessoa inteligente de prosseguir com a prosa.
Bem, em jeito de conclusão: Diz-nos a terceira lei de Newton, “toda acção tem uma reacção”, no fundo é como que se um factor despertasse um outro factor, neste caso a inteligência (intelectual) vai sempre despertar alguma arrogância. (Alguma)! E mais, parece-me também, que o excesso de humildade faz com que muitas vezes desprezemos as nossas qualidades ou capacidades.
Portanto, o segredo, quanto a mim estará sempre no "equilíbrio" !
O que é preciso é que para além de todas as liberdades, eu possa usufruir sempre da liberdade de me expressar, de opinar com autonomia, na minha verdade, (que nunca será absoluta), sempre, de acordo com minha consciência de ser e de estar. E não tendo que concordar com as opiniões dos outros, apenas de as respeitar, terei, decerto, o dever de defender sempre o direito dos outros usufruírem delas em liberdade também.
A liberdade que muitos alardeiam e reclamam, não consiste apenas na simples declaração Universal dos Direitos do Homem que muitos já leram e conhecem.
Mas, sim, muito mais na verdadeira tradução dessa declaração para acções concretas no dia a dia de cada um de nós.
O mais pobre dos seres humanos é aquele que não possui riqueza de espírito.
Livrai-nos Senhor desses pelintras da alma.