Coleção pessoal de falamath

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Tem gente que coleciona tampinha de garrafa. Tem gente que coleciona cartão telefônico. Tem gente que coleciona revista. Tem gente que coleciona lembranças de viagens. Tem gente que coleciona boneca. Tem gente que coleciona boneco. Tem gente que coleciona gente. Tem gente que coleciona animal. Tem gente que coleciona planta. Tem gente que coleciona livros. Tem gente que coleciona discos. Tem gente que coleciona filmes. Tem gente que coleciona fitas. Tem gente que coleciona fotos. Tem gente que coleciona roupas. Tem gente que coleciona sapatos. Tem gente que coleciona chapéus. Tem gente que coleciona toalhas. Tem gente que coleciona bolas. Tem gente que coleciona artesanato. Tem gente que coleciona esculturas. Tem gente que coleciona quadros. Tem gente que coleciona cacos. Tem gente que coleciona jarros. Tem gente que coleciona bonecos de barro. Tem gente que coleciona avião. Tem gente que coleciona carro. Tem gente que coleciona pião. Tem gente que coleciona botão. Tem gente que coleciona relógio. Tem gente que coleciona coleção. Tem gente que coleciona álbum de figurinhas. Tem gente que coleciona televisão. Tem gente que coleciona rádios. Tem gente que coleciona palitos de picolé. Tem gente que coleciona entradas de cinema. Tem gente que coleciona ingressos para shows. Tem gente que coleciona videogames. Tem gente que coleciona revistas em quadrinho. Tem gente que coleciona mapas. Tem gente que coleciona cartas. Tem gente que coleciona vídeos. Tem gente que coleciona músicas. Tem gente que coleciona jogos de computador. Tem gente que coleciona moedas. Tem gente que coleciona selos. Tem gente que coleciona vinhos. Tem gente que coleciona catálogos. Tem gente que coleciona jogos de tabuleiro. Tem gente que coleciona dinheiro. Tem gente que coleciona amigos. Tem gente que coleciona flores. E tem eu, que coleciono amores (errados).

Deixa no silêncio dos pensamentos, escondido dos sons proferidos pela boca ou audíveis por perto dos ouvidos.

Livrai-me Senhor, de tudo que for vazio de verdade.

É como se a vida fosse aquele castelinho de cartas que vamos cuidadosamente empilhando, uma a uma. Acertamos o lugar de sequências inteiras, mas uma só, consegue ter o poder de trazer tudo ao chão. Chego a desconfiar da bipolaridade, zombar de ter apenas duas faces. Será mesmo que alguém consegue ser feliz o tempo todo? Será que as marés não enchem e esvaziam várias vezes no mesmo dia? Se me perguntasse como estou, talvez não soubesse responder. Metade é maré cheia, outra rasa, daquelas que deixam ilhas e prendem peixes em seu caminho. Ando vivendo de momentos, mastigando sonhos, enchendo a barriga de esperanças. Volta e meia, aquele castelo de cartas desmorona em partes, não chega a ser por completo, mas sacode a estrutura. Venho descobrindo um lado meu que não conhecia. Travo diálogos infindáveis com o outro eu que mora em mim, sem precisar ficar de frente pro espelho. Confusa a vida de quem sente.

Um querer que não cabe mais em mim.

E lá vamos nós pular sete ondas, guardar caroços de uvas e comer lentilha. É só uma data qualquer, um zerar de relógio como todos os demais, mas, para nós meros mortais, é uma suposta chance nova de ser feliz, recomeçar, sei lá, é um ano novo. Nesse tal ano, quero mesmo e muito, todos os sorrisos que o ano antigo me roubou ou me fez conter. Só peço para ser feliz, vai bem também um pouco de amor próprio e mais determinação. Que neste ano novo eu reclame menos e me lembre de agradecer mais. Enfim, estou com a caneta em punho buscando um pedaço em branco deste novo ano, para escrever lindas histórias. Que seja doce.