Coleção pessoal de FabricioCanalis
Tenho medo!
Medo de ficar louco.
Medo de ficar sempre são.
Medo de enfrentar o medo.
Medo de não enfrentá-lo.
Medo de perder a memória.
E de ficar com ela pra sempre.
Medo de cair.
Medo de andar.
Medo de pensar.
Medo de sentir medo.
Minha mente corre à mil.
Já não posso acompanhá-la.
Ela ferve, anda e voa.
Coloquei o velho companheiro
Rivotril embaixo da língua.
Coloquei logo três.
Pra ver se acalmo ou se consigo parar essa mente tão veloz.
Pra ver se amenizo essa dor atroz.
Pra ver se paro esse tremor.
Se volto a ter pudor.
Quero sentir a leveza.
Sentir a certeza.
De não magoar mais ninguém.
De não ferir alguém.
Como disseram os poetas: eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim mesmo, a não ser a mim.
Quero crer nisso!
Quero sentir isso.
Quero viver isso.
Mas não posso.
Quero mas não posso.
Queria poder.
Queria querer,
Eu quero.
Quero querer,
Ou quero, eu quero.
Quero sim.
Quero morrer!
Quero viver, sem morrer.
Quero morrer pra consertar as coisas.
Para endireitar.
Para desamarrar.
Para encaminhar.
Quero morrer para dar uma nova chance.
Para dar um recomeço merecido.
Para quem sabe fazer alguém feliz de verdade.
E na morte saber.
Na morte ver.
Na morte entender.
Na morte refazer.
Na morte crer.
Na morte descansar.
Na morte aliviar
A mim e a outrem.
Na morte vingar.
Na morte sentir.
Na morte viver.
Na morte morrer.
Na morte ter.
Na morte conseguir.
Na morte sentir o fim da agonia.
O fim da tristeza.
O fim da rudeza.
O fim da vida.
O fim da morte.
O fim de tudo e
O começo também.
Na morte rir.
Na morte sorrir.
Na morte gargalhar.
Na morte morrer.
Morrer de rir.
Morrer de chorar.
Morrer de tentar.
De não mais tentar.
Morte da realidade;
Pois os sonhos já estavam mortos.
Morte da mentira;
Pois a verdade já estava morta.
Morte do ódio;
Pois o antônimo já estava morto.
Morte da indiferença.
Morte da frieza;
Pois o amor já estava morto.
Morte do feio;
Pois o belo já estava morto.
Morte do acaso;
Pois a certeza já estava morta.
Morte do mal;
Pois o bem já estava morto.
Morte de tudo que é ruim;
Pois tudo o que era bom já estava morto.
Então o que restará?
Nada.
E isso é bom. Ou não é nada.
Nada não é bom, nem mau.
Nada é nada.
Inexistência
O vazio
Como era antes.
No inicio
Vazio
Perfeito
Quieto
Calmo
Vazio
Sem dor
Nem amor
Nem pudor
Nem nada
Até o nada inexistia.
Apenas o abençoado vazio.
Abençoado seja o vazio!
Vazio
Assim como eu!
Preciso desesperadamente de alguém para amar.
Tenho que direcionar esse sentimento poderoso a alguém.
Alguém que não me abandone.
Alguém que não me deixe.
Alguém que seja minha, completamente.
Que saiba da imensidão do meu amor e que dele sinta orgulho.
Que dele se apodere.
Que dele sinta toda a força e poder de ser amada.
Que se deixe amar.
Que se deixe idolatrar.
Que se deixe adorar.
Que se permita ser deusa dos meus sentimentos e do meu viver.
Que receba minha vida em suas mãos
E que dela cuide bem e carinhosamente.
E eu sei que tudo isso é pela falta dela.
É a síndrome da abstinência.
Abstinência da minha mulher.
Sou consumido por ela.
Te espero.
Te espero preparado pra te ver.
Te espero.
Te espero mas nunca me preparo para te ver.
Toda vez a visão de ti me faz o coração saltar.
O brilho do teu olhar ofusca minha visão
E então me descubro cegamente apaixonado por ti.
Tua beleza é algo incomparável.
Desafio os poetas a encontrar a
Metáfora que descreva tua beleza.
O teu sorriso terno me enche o coração
Da ternura do teu carinho.
Ah, o teu cheiro. O que dizer desse odor
Retirado dos jardins ocultos dos deuses.
Teu cheiro de fêmea madura,
Pronta para o amor inebria os sentidos.
E num desvairar alucinadamente insano,
Febril, avassalador, me entrego as tuas delicias.
Cada vez mais cativo a ti bebo da tua fonte
E nela me deleito demoradamente
Sem a mera intenção de ausentar-me
E privar minha boca da fonte do teu elixir sagrado.
Entorpecido pelo teu toque em meu frágil corpo mortal
Sigo conduzido por suas caricias ao momento supremo
Onde o ápice do prazer se revela somente aos que
Pelos deuses são conduzidos.
E tu minha deusa do amor
Sabes bem o caminho e me conduz
Com eximia destreza deixando-me extasiado
E cada vez mais apaixonado e dependente de ti,
Do teu amor, do teu carinho, e do teu prazer.
Cada vez mais cativo a ti bebo da tua fonte
E nela me deleito demoradamente
Sem a mera intenção de ausentar-me
E privar minha boca da fonte do teu elixir sagrado.
Ah, o teu cheiro. O que dizer desse odor
Retirado dos jardins ocultos dos deuses.
Teu cheiro de fêmea madura,
Pronta para o amor inebria os sentidos.
E num desvairar alucinadamente insano,
Febril, avassalador, me entrego as tuas delicias.
Te espero mas nunca me preparo para te ver.
Toda vez a visão de ti me faz o coração saltar.
O brilho do teu olhar ofusca minha visão
E então me descubro cegamente apaixonado por ti.
Nossa esse fim de semana foi horrível.
Pelo menos para quem conviveu comigo.
Não lembro de nada.
Só alguns fragmentos que me contaram
E acabei lembrando ou então coisas que li
Na comunidade que postei enquanto estava em crise.
Parece que foi feio. Meu medo é que
Numa crise dessas eu fique violento.
Não com os familiares.
Mas tipo quebrar coisas, gritar, esmurrar,
Atentar contra minha própria saúde.
Graças a Deus passou!
Meu Deus, minha mente não para.
Parece que vou passar a noite escrevendo.
Há um turbilhão de coisas passando na minha mente.
Sinto-a acelerada, cheias de idéias.
E ate difícil escrever tentando acompanhar
A velocidade do pensamento daí essa letra horrível e ilegível.
Que tal um balão.
Eu e o balão sem rumo no céu onde o vento levar, iríamos.
Ah, sem peso, sem nada. Só eu e o balão.
Nós não precisaríamos de nada.
Nem de comida, nem de bebidas, roupas quentes, nada.
Só eu e o balão e o céu. Imenso, azul, suave, calmo, elétrico, bom.
Um céu bom.
Não um céu que dá medo, de tempestade,
De chuva, de relâmpagos, de trovada. Não.
Só um céu limpinho, azul, calmo, tranqüilo, sereno.
Esse céu, o balão, e eu.
Hoje me sinto muito bem e criativo.
Controlado.
Nem eufórico, nem depressivo.
É o jeito que eu gostaria de ser sempre.
Só tenho que aprender a lidar com meu pavio curto.
Hoje à tardinha estava agitado.
Até com dificuldades motoras.
Meio tremulo.
Fiquei um pouco inquieto, porque tinha tanta gente em casa.
Na hora do café.
Depois passou.
Conversei pelo MSN com uma amiga bipolar
do Rio com a qual não falava há uma semana mais ou menos.
Foi bom falar com ela.
Me senti melhor e até melhorei depois disso.
Ela me faz bem!
Me lembrei da musica do Lulu, “ela me faz tão bem”.
Estou cansado.
Estou cansado de viver.
Estou cansado de morrer.
Ou pelo menos de querer morrer.
Ou de morrer um pouco a cada dia.
Não quero morrer.
Na verdade quero viver.
Sou louco pela vida.
Sou louco por causa da vida.
O que me faz querer morrer é não poder viver.
Viver de maneira digna.
Viver com meu talento reconhecido.
Eu adoro ser bajulado, ser elogiado, paparicado.
E na verdade sou muito bom.
Ninguém precisa fingir ou mentir.
É só reconhecer e manifestar
O que as pessoas escondem por pensar ser fraqueza.
Não, não é.
O reconhecer o belo não é fraqueza. É grandeza.
Grandeza de espírito, de coração, de alma.
É grandeza de visão.
Vivo entre dois mundos.
O das pessoas comuns e o dos loucos,
Insanos que ousam ver e protestar a vida
De forma única, bela, na sua verdadeira essência.
Mas isso não é convencional, portanto o artista é marginal.
Mas isso funciona como combustível.
Pois produzimos mais e mais,
Movidos por este sentimento alheio
E convencionado de que vivemos no mundo da lua.
Fomos classificados como lunáticos.
Quando na verdade quem vive fora da realidade
É quem não consegue enxergar a beleza da vida
Na sua simplicidade.
Quem não consegue viver dessa maneira.
Quem vive achando que tudo que está
Consumindo jamais acabará.
Quem vive achando que não é responsável
Ou não será responsabilizado pela própria natureza
Quando ela resolver cobrar a conta do descaso do ser humano.
O ser mais poderoso e inteligente não é capaz de perceber
Que quando tudo isso acabar ele não terá onde morar,
Viver, comer, vestir, enfim subsistir.
Uma hora a conta vai chegar.
Escrever, escrever, escrever.
Só isso sei fazer.
Ou nem isso.
Faço não porque sei
Mas porque preciso.
É a maneira de soltar minha alma
Presa dentro de um ser
Escravo do materialismo
Que solapa toda forma
Bela e essencial de vida.
Escrevo porque não é preciso escrever.
É preciso descrever toda a amargura de uma vida sem sentir.
Apenas de viver de acordo com o foi dito que é viver.
Mas quem vive?
Vivem os loucos.
Vivem os andarilhos.
Vivem os lunáticos.
Vivem os artistas marginalizados
Que morrem a míngua sem o
Reconhecimento do seu devido valor.
O artista e sua obra por mais vagabundo
E pueril que seja em vida vale muito mais morto.
Ate quando valorizaremos o que é morto?
Por que não ter coragem e a sinceridade da alma
Em reconhecer e valorizar o artista em vida?
Ora o artista é diferente.
Tem que ser, pois é artista.
Se não fosse não produziria tal arte
De admirar o mundo e sensibilizar os seres
No mais intimo suspirar.
Hoje estou escrevendo desenfreadamente.
Parece que há um turbilhão de idéias que preciso por pra fora.
São tantas idéias que é difícil ordená-las
Para que façam algum sentido.
Queria que minha mente fosse como um computador.
Eu poderia fazer “back up” de dados importantes
E guardar numa parte do HD, e formatando todo o resto.
Talvez colocar um sistema operacional mais avançado.
Que delicia começar a funcionar sem aqueles dados
Traumáticos irritantes, e todas outras informações que
Provocaram em mim mudanças e reações
Que não deveriam acontecer.
Coisas que jamais poderão ser esquecidas ou desfeitas.
Ficarão ali para sempre fazendo parte do que eu sou hoje.
Mas, se eu pudesse formatar... Puxa que benção!
Começar tudo de novo. Do zero.
HD vazio, sem vírus, sem vicio, um S.O. novinho,
Funcionando corretamente, sem mensagens de erro.
Acessando somente aquelas informações do “back up”.
Poder fazer tudo diferente, ser quem eu quiser ser.
Raciocinar e tomar decisões baseado
Em outros fatos e fontes que não os de antes.
Dia calmo estranho e solitário.
Ótimo!
Odeio movimentação.
Odeio fazer sala, companhia as pessoas.
Quero poder ficar quieto no meu canto.
Seja no quarto, seja onde for.
Detesto ter que fazer por fazer.
Quero fazer se me der vontade.
Senão não.
Recebi visita hoje.
Pessoas estavam preocupadas comigo
Pelo fim de semana que passei em crise.
Mal sabem elas que suas visitas
Agravam-me ainda mais.
Quero ficar só.
Ou não.
Mas quando não, quero poder
Escolher com quem ficar.
Não com estranhos.
E às vezes também não com a família.
Não sei.
E quero poder não saber. Sem problemas.
Também quero saber, às vezes.
Outras não to nem aí pra nada.
Nem pra vida, muito menos pra morte.
Não temo a morte.
Temo a quem ela possa levar ou tomar de mim.
Mas fora isso é minha velha amiga.
Encontramo-nos várias vezes.
Conhecemo-nos um pouco.
E mais nada.
Ela não me quer.
Ou ela não tem permissão para me levar.
Por que não pode me levar?
Seria isso ruim?
Penso que para mim seria bom.
Talvez a misericórdia que me mantém vivo
Não seja por preocupação e cuidados para comigo.
Mas sim pela minha família.
É isso! Descobri!
Ainda não morri não sei por quê.
Tenho uma missão e blá blá blá.
Mas porque minha esposa e filhas
Sofreriam demais com meu passamento.
Então elas são a razão de eu estar vivo.
E não eu especificamente.
Acho que matei a charada.
Ta! Mas então só morrerei
Quando elas quiserem ou deixarem?
Por que esse privilegio?
Tantas pessoas morrem
deixando familiares inconsolados?
Mas talvez minha família seja especial.
Escolhida para algo.
Ah! Nem sei! Não entendo.
Desisto!