Coleção pessoal de Ezhequiel

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AMARMA

lá se vão para as guerrilhas, armados soldados
retina de sangue pra exterminar
são terríveis granadas, potentes pesadas
quem intentará contra seres felinos como são estes tais?
nem todos quiseram na noite serena
uma estrela contar, o sussurrar do vento
trazendo do leste, a saudade do mar
os pés vão a fundo, o ataque é a meta
não contam com o medo de um outro atacar.
se tivessem soldados
uma alma poeta
um sonho de alguém
como eu pra sonhar
um Deus pra servir
uma canção pra se ouvir
uma "amor" pra amar
trocariam por alfenas, por bromélias e rosas
o rumor dos canhões
e tão patriotas, curariam as terras
dos seus corações.

PEDIDO DE NAMORO
Pago com palavras este amor que tens
Não destinado á mim.
Com o meu carinho deste amor que tenho
Que surgiu por ti.
Compro-te as rosas se estas traduzirem
Este meu querer.
Dou-te a minha vida já que esta aprendeu
Só por você viver.
Grito deste prédio e se não for bastante
Quero navegar.
Pelos oceanos a encher garrafas com seu
Lindo nome enfeitar o mar.
Com a juventude amor que tenho hoje
Quero prometer.
Que se me ouvirdes no amor que tenho e
Tanto todo por você
Quando então velhinho no futuro o mesmo
Que hoje te dizer.

O CINEMA DA CIDADE
Bastava dá uma olhada
No outono a derrubar,
Uma flor pequenininha
Era o motivo do choro.
Que eu já não a amava mais
Que não falava de flor
Que reprimia os poemas
E deixava o sol se pôr.
Que a chuva me derretia
Que a noite me acovardava
Que tanto lhe prometia
E na hora lhe falhava.
Mas chamei a bela
Pra saí um dia
Tanta energia, esta demonstrou
Na hora marcada
No velho cinema que
A cidade aos trapos
Viva preservou
No lugar mais lindo
Foi romance findo
Ela terminou.

MEU AMOR
Hoje o meu amor estava tão bonita
Eu lhe tinha olhos e só para ela
Minha atenção, voltada estava tanto
Que perdi a hora.
Mas quem vai querer saber de horário
Eu estava por completo
Em um paraíso onde parecia
Que milhões de vozes cantavam
Pra nós. Seus olhos eu juro
Estavam tão lindos
Seu nariz eu vi, tamanha perfeição
Ela nem notou, mas eu olhava tanto
Decorei as partes do mais
belo corpo daquele local
e depois saimos juntinhos
quando o mundo agora
estava a girar como se tocasse
as notas mais celebres
no meu coração,
sentados ali, bem ali no impróprio
indevido lugar, ela estava a vontade
e eu mais ainda, escutei-lhe a voz
som tão bom de ouvir, e a
amei como nunca no meu existir.
E depois veio a dor, no momento em que
eu tive que partir.

LUSTRE VELHO
Amaria ter tido o
Sentido voltado e levado
Aos teus pés por onde quer
Que tivesses ido.
Como o teu amado
Ao teu lado e dos sonhos
Teu único, o seu principal
Ser de cada brilhante
A ardente luzinha, inflamante
Do seu castiçal.
Ser do lindo o infindo
Preciso nas noites, no iluminar
Mas, se fui este lustre
Nada fui mais que um da velha Valáquia
Esquecido e apagado no meio central
Abrigando este lume
Incolor, sem perfume
Invisível e irreal
E, por fim sendo aberta
Esta porta e a reunião
Na penumbra acabar
Voltarei ou irei, sem ter nada
Profundo pra então recordar.

JUH ROMEU
As calhas chorando revelam
a chuva que cai lentamente
em cada gota esta sela
meu mundo já tão decadente
as marcas de uma saudade
de alguem que na tão triste tarde
partiu no ato do repente

as gotas que caem lá fora
parecem chorar o adeus
são tristes e vencem as horas
afligindo os olhos meus
não tenho razão ou motivo
mas tendo a graça e estar vivo
me acho nos planos de Deus

quem ama a poesia e o poeta
se apega a gran sabedoria
se estes a dor aquieta
o que odeia a pedra seria
e estando no meio da estrada
explícita ou bem disfarçada
sem dúvida á alguem feriria

mas tem umas pedras valiosas
que mal estas não causarão
que tornam as tardes gostosas
e fazem bem ao coração
ao longe esta me faz feliz
é o ouro de Imperatriz
é a pedra do meu Maranhão.

SOU MACHADO DE ASSIS
Sou menino, adolescente
Meio jovem, sou senhor
Sou um grito estrindente
Ou o silêncio do torpor
Sou sua carta resposta
A vitória de uma aposta
Sou o seu maior amor.
Sou assim não porque quero
Só falei de emoção
Joguei no vento o meu verso
Que acertou seu coração
Que andava desgarrado
Nesta cela aprisionado
Por algemas da paixão.
Sou aquele que na vida
Dor fictícia`inda trago
uma dor que nunca morre
Tão inimiga do afago
Sou o culpado do sorriso
Prometido e não cumprido
Pro Bentinho Santiago.
Sou poeta consagrado
Ou quem sabe um aprendiz
sou a letra no papiro
dita pra te ver feliz,
sou teu livro companheiro
cobertor, seu travesseiro,
sou Machado de Assis.

DIGA-ME
Diga anjo celeste do meu coração
A este homem que ama-te, oh
Rosa das penhas
Quem é o ser que tu buscas?
Quem é o tal que teu sonho
Se faz manifesto?
Já o vistes por aí?
Que este fez pra que seja, este ser
Teu amante, e por ti tão amado?
Onde queres que eu faça , o seu ninho
Uma nossa estação pra viver?
Onde queres as luzes da noite
E o brilho do amanhecer?
Ser só teu é o que eu quero
E só minha é o que penso
E que nosso este mundo
De amor, mar profundo
E o resto eu dispenso.

DESERTO

Hoje me olhei no espelho da imaginação
vi que estou ficando velho e que a idade me chegou
e é assim que bem disfarço esse sorriso incolor, tentando
a mim mesmo enganar, pensando que vou bem longe,
mas, pra onde?

agora está sobre mim este futuro atual que
antes me era um sonho de chegar sem ver o mal
até que não tá ruim, mas, não é meu natural
devo sonhar novamente, um sonho bem mais real

pois este é o futuro trágico, já não vejo meu amor
o que um dia quis guardar, pra que hoje ver o valor
foi-se embora e já não vejo, onde será que escondeu?
com isso também perdi o grande amor que alguém me deu

onde havia frio e neve, onde a geleira assolava, pra me aquecer
em teus braços, presente o amor estava
e no verão quantas vezes a mim ele refrescava, e quando um dia em minha sede
este assim me saciava.

ainda posso lembrar-me o dia que ele chegou
olhou pra dentro de mim e um lugarzinho procurou
e manso, sereno e solto, sem incomodo se alojou

o amor não é sozinho, é carente e mui manhoso
trouxe ao meu ser um sorriso tão contente e amistoso
escolhendo amor, você, pra esse triangulo amoroso

na aurora num sorriso, logo percebi brilhar, nos doces e meigos
olhos me chamando à despertar, fui além do horizonte
antes de clarear os montes, uma flor
à ti buscar

alguém me julgava um tolo, ao ver-me sair tão cedo, por uma tão, simples rosa, e se eu não tinha medo, de cruzar todos os montes
e desafiar os rochedos, a verdade é, que a flor
e um sentimento de amor, estes dois tem um segredo

do alto daqueles montes, então foi que eu pude ver, que o amor está acima
do que um homem possa ser
embora seja o tal grande, ou por mais que este ser ande
o amor o vai surpreender

já me comparando aos montes, vi o tamanho que sou, que sou nada
e sou tão útil, mas, seria pobre e fútil ao me faltar o amor

depois de apanhar a flor, a mais bela que eu achei, nos agrestes meu retorno e
voltando imaginei, como é linda o meu amor que nesta vida encontrei
com ela terei sucesso, não pensarei no regresso, com ela eu viverei

mas vejam foi tudo em vão, pois algo que tão ruim, sobreveio de repente
incoerente estou assim, desde que um novo amor, na vida dela chegou
e o encanto teve um fim

as rosas sem compaixão, foram ali abandonadas, hoje secas e sem vida
são murchas e amarrotadas, como a folha do poema, deste que criei o tema
dado pela minha amada

por isso amigo hoje eu vivo, neste jardim à céu-aberto
onde viver é errado e morrer eu acho certo
pra não buscar outro amor, e afogar minha dor
neste areal do deserto.

DEDICATÓRIA
Dedico meus dedos hoje aos finos e longos sons
As notas do meu piano dos graves e agudos tons
Tons que me marcaram a alma, que me trouxe a leve calma de tudo
Que já foi bom.
Dedico hoje aqui a voz, ao grito que tão calado
Nas dores por entre espinhos nos quais fui acorrentado
Lembrando me das lacunas e vendo me hoje coluna
No firmamento plantado.
Dedico a poesia agora, a liberdade que achei de saber que não é dúvida o
que eu sempre duvidei, em sonhos nas noites ébrias e claras que aprofundei.
Dedico também meus olhos a um futuro promissor, à um cuidado de amigo e um
Expelir de dor, à uma luz que irradia, em cada nascer de dia brilhando em
Menção do amor.
A cada passo que corro, à cada choro a sorrir, há uma dedicação
Há uma forma de agir, discutir com quem? Discordar pra que?
O destino é certo, como certo estou, que o limite do humano
É se desligar do ser.
Em cada pessoa a nova, em cada lua a impressão
Pra cada trocar as provas e da palavra a intensão
Em todo guerrear a dor, desfaço e dedido a flor,ao milagre da inspiração.
A minha dedicação é pra doce Juliana, para as flores de alfenas e todas as alfazemas
Dos quintais das franciscanas.
A minha dedicação, é apenas dedicar, a minha fala os amigos, que estiveram comigo
Os quais me viram chorar. Enfim eu dedico agora o meu sorriso ao vagar
Sem pressa e sem medo à todos aqueles que vão ficar, guardados em meus penhores, tidos como professores,que me ensinaram a amar

DE FACE E ALMA
E então, assim que cálidos como eram
seus olhos na esquina se foram encurvando
e, entre as nuvens meu ser, taciturno apagou-se.

Não precisava partir, eis aqui a razão, de ficar
escondida lá no profundo da minha emoção.

No demais, restará devoluto, um pedaço de mim
que me compõe a face e os meus ossos também
uma massa de pó, terra pura do chão.

mas, ficará a alma, que tão viva a insistir
que me tornes vivente, o corpo e a mente
do meu coração.

CRIANCICE
Dê-me as suas mãos
Vamos brincar de namorados
Vamos rolar no gramado
E bagunçar o jardim
Vamos correr entre as plantas
E algo bom descobrir.
Ajamos como crianças
Sem pensar no amanhã
Sem ver dores e tristezas
Sem ver as obrigações
Vamos molhar nossos lábios
Encher nossos corações.
Vamos esquecer os barulhos
Adentrar no paraíso
Vamos perder a cabeça
Fazer o que for preciso
Vamos dar brilho as estrelas
Tornar mais alvo o sorriso.
Vamos parar um instante
E uma canção apreciar
Sons de orquestras tocantes
O nosso som dedilhar
Criar uma linda história
Com muita glória a arquivar.
Vamos enfim neste verde
Da grama nos respeitar
Reconhecer que o cansaço
Nos veio incomodar
Descansaremos o resto
e que amanhã venha o sol
com um sorriso nos chamar.

COISAS
Há coisas que os ouvidos ouvem
Mas só a alma sente
E quando insiste em dizer que não
Será realidade este sonho
Nem a alma pode ouvir
Ela se desfaz, em pó se acaba
Comigo também.

COISAS DO CORAÇÃO
Falas,rezas, ladainhas
Se ouviam na escuridão
Denunciava que os apelos
Em sonetos de oração
Nada mais eram que medo
Nada tinham de soneto, ou
a ver com uma cançao.
Negra e tão assustadora
A noite estabelecida
Havia um extenso mar
Sem nenhum sinal de vida
Terra escorregadia
Onde nunca havia dia
Sem portas e sem saída.
No instante em que uma batida
Fez-se ouvir na imensidão
Como em um sino de bronze
Antes de chegar às onze
Fez clara minha visão, acordo
Quebrando um selo
Enfim foi um pesadelo
Consequencias da paixão.

INTENTO
Ele a buscava
no vento que ia
na força contraria
de qualquer maré
com fé, e afeto
decreto; trazê-la
e viver este amor.
indomável fera
inestimável preço
incansável homem
incalculável gasto
vem o temporal
mas, que mal?
isso o motivava
e buscava, com tanta
energia, que um dia
se viu acabar
uma planta cercada
de ramos, tão bela
que a si não rendeu
uma arte do tempo
morrendo, sem preço
e a terra vazia, então feneceu.

ATÉ ONDE FOR O SONHO
Este trem que me leva
Não me leva em vão
Leva as malas repletas
De satisfação.
Levas trem este ser
Que imortal se tornou
Mas enquanto viver
alguém que a este amou.
São apenas bagagens
trapos velhos de usar
não me cobre passagens
nem tão valor há.
Deixe-me jogado fora
Em qualquer um vilarejo
Da vida o fim me ignora
Por mais que tanto desejo.
Mas se verdes, oh meu trem
Que é errado o ato que exponho
Deixe-me ir ao fim também
Até onde for o sonho.

ABSTRAÇÃO
Passe na minha calçada
outra vez
Outra vez,
mostre-me o os olhos
que tens, deixe escapar
na calçada, uma fita qualquer
até se encurvar pra toma-la do chão.
passe por cima do ego
uma vez
e outra vez
mostre-me o chão onde é
sinta se firme agora
com os pés desta vez
em teu corpo mulher.

A PRAIA
Barulhentas ondas, densas
tristes sondas este coração
Não sei se te alembras, mas um dia triste eu a ti pedi
Uma simples carta de outro continente,
me ouviste a prece então recebi.
Como gratidão, trouxe pra que vejas
A mais linda peça intercontinental
É assim que a chamo, atlantica que amo
De igual pra igual.
Ainda sopra o vento, o mesmo que
Manso quis me acalmar
Quando eu tão ávido, na noite
Impávido, fui te procurar.
Deixo a ti meus votos de que jamais haja
Em ti poluição
Que haja em sua face um novo sol que nasce
Sem hesitação
E que te admirem, te respeitem praia
Do meu coração.

A PORTA
Sempre esta porta todo dia na calçada
É posta logo onde estes meus pés vão pisar
Faz simplesmente seu dever como uma porta
O meu progresso no regresso atrapalhar.
É sempre porta, esta nunca foi janela
Se a abro bruscamente me vejo na rua
Não tem uma tranca e se rompeu a taramela
E me cancela o encontro com a lua.
Um dia porta eu me perco a paciência
E me abstenho de querer te respeitar
Lanço-te fora e aproveitando sua ausência
Encontro um novo mundo pra poder morar.
E se acaso lá no meu fundo sertão
Onde escolhi para de ti me esconder
Houver mais portas dentro deste coração
Então eu volto e me caso com você.

A IDA DA FELICIDADE
felicidade
tão passageira
Estranho a maneira
Que você chegou,
Como se acaso
eu não merecesse
Meu interesse
você desprezou
Nem sinal de vida
Oh felicidade
Nem se quer um um odre
De puro amor,
Deixou simplesmente
Encima da lareira
Um espinho pra fazer
Lembrar a flor.